...não há festa...nem contradança!!!...
Mais uma vez, cá estou, na vossa companhia!!!... Tomar uma bebida, sem álcool, claro e dar dois dedos de conversa!!!... Gosto muito de falar, com os meus botões pois, em diálogo, sou mais que falho, um autêntico desastre!!!...
Com a idade, não muita, o mal vai-se agravando, somando a recordações, de tempos passados!!!... Dá-me para isto, podia ser pior!!!... Agora, neste preciso momento, estava para aqui sentado, pensando, como sempre o faço e, sem mais, decidi vir aqui falar, um pouco, das festas e romarias que, por estas alturas, ao longo do Verão, se vão espalhando por toda a nossa geografia, por todo o nosso torrão, pelo nosso cantinho, pois então!!!...
Sempre foram, desde sempre, motivos mais que suficientes para aproximar as gentes, para descongestionar, para aliviar das preocupações diárias, das agruras da vida de cada um, para animar, para provocar um sorriso, aos mais velhos, alegrias com fartura, aos adolescentes, fantasias e ilusões, aos galinfanas, aos catraios, é evidente, proporcionar alguns ganhos aos feirantes, aos vendedores de doçarias, de farturas, de pipocas, de balões, dos frangos assados, das febras grelhadas, devidamente acompanhadas com cerveja, tinto ou branco, dos CD,s piratas ou não, dos DVD,s, piratas ou não, de negócios mais avultados, em maquinarias diversas, em automóveis último grito, em quinquilharias várias, artesanatos, um que outro fado em espectáculos, cantigas, músicas, sons e cheiros que esvoaçam, que inebriam, tudo e todos, no local e em redor!!!...
Com ornamentações adequadas, à moda do Minho, as mais castiças, com bandas que perduram, misturando o religioso com o profano, são autêntico chamariz, especialmente para os que, por questões de condições de vida se viram obrigados a emigrar, para outras paragens, dentro ou fora do País!!!...
Tal como pombos-correios, por alturas da festa, cá estão eles, lá voltam ao local que os viu nascer, onde cresceram, onde fizeram amigos, onde têm família, em busca das raízes, as de cada um!!!... E, antes das festas, das romarias, em passeios a pé, em grupo, com as famílias mais chegadas, casal e filhos, por vezes os pais, lá se dirigem ao café, ao largo da igreja, ao jardim, ao centro da povoação, lá encontram os que se quedaram, os que ficaram, imobilizados, enfrentando as dificuldades, as penúrias parados!!!...
Os que partiram tiveram também, muitas agruras pela frente, já esquecidas, ultrapassadas, vencidas!!!... Certo é que, à base de muito esforço, de muita canseira, melhoraram a qualidade de vida que mostram à saciedade, orgulhosos do feito!!!... E, nesses encontros, quantas conversas, quantas recordações, quanto reviver, quanta tristeza, por notícias que se lamentam, por mortes, por doenças, por feridos em acidentes???...
Um manancial de coisas boas, de outras não tão boas assim, de algumas más, que nos fazem pensar que somos muito pequenos, insignificantes, no meio de tudo isto!!!... É a vida!!!...
E, o turbilhão da festa aproxima-se, cai-nos em cima, desenrola-se, mais uma vez, perante os nossos olhos, repetição de todos os anos, de mais um que, tivemos o privilégio de rever, porque vivos!!!... O pior é a hora da partida, o fim da festa, a tristeza que nos inunda, quando nos apercebemos que, o que era bom se acabou, inevitável, implacável, consequência do tempo que rola, que se não condói!!!...
Ppara o ano, há mais... assim tenhamos essa sorte, pensamos, enquanto vamos deixando para trás, doces momentos, instantes fugazes, recordações lembradas, de quando éramos rapazes, mais novos, simplesmente!!!... Não há festa nem contradança!!! Fico-vos grato por me terem ouvido, sou mau falador, quando me ponho a taramelar quase não deixo falar os outros!!!... Sei que é defeito, desculpem é o meu jeito!!!... Boas Festas!!!... Sherpas!!!...