25
Jun04
...miseráveis???...Não!!!...Fundações!!!...
sherpas
quando, por ali
passo, nas ruas estreitinhas, ladeadas por casas velhas, arruinadas, muitas delas, com rachas bem avultadas, descoloridas, sem tinta, no osso, pouco vejo, pouco oiço mas, com insistência, com mais permanência, com atenção redobrada, consigo lobrigar
pessoas idosas, enrugadas, com brancos, alquebradas, curvas, desgostosas, isoladas
tal como as casas, abandonadas!!!...Não se escutam músicas, não se ouvem barulhos de rádios, de televisões, não se ouvem ruídos de crianças, tal como as ditas
os moradores, aguardam, de pé, esqueléticos, herméticos, sombras do que foram, no passado, alquebrados pelos muitos anos, débeis
quase apagados, postos de lado!!!...Pouco comem e, o que consomem
não é o mais indicado, pela mísera reforma, minguada, quase nada, pela saúde
um fogacho, uma faúlha, trémula, periclitante!!!...Vezes por outras, lá vem uma carrinha da assistência, com alguns tachos, algumas panelas, com pessoas
mulheres novas, fardadas a preceito, que entram nalgumas daquelas casas, daquele bairro degradado, rachado, arruinado
descolorido, sem viço, saindo, passado pouco tempo!!!...Morre o bairro, definham as casas, fenecem os seus moradores, pobres sombras do que foram, no passado!!!...Sem um riso, sem ruído, com um fardo, bem pesado
o da velhice, sem dignidade, tão longe da realidade, duras penas, pobres almas
que condenas, País este, que te contradizes!!!...
quando, por ali passo, naquele velho jardim, viçoso, sombreado, com umas mesas de pedra, gastas, pela idade, com uns bancos, de material idêntico, à roda, à volta, sedentos de quem os ocupe, por momentos, durante horas esquecidas, por idosos desocupados, já reformados, em partidas de cartas, intermináveis, à bisca ou outras modalidades, porque nisto de cartas há muita imaginação, muito jogo, muita tradição, contradição, muita aposta, muito gosto, muita ocupação, numa de perdidas, numa de ganhos de vitórias que se anotam, num papel sujo, tosco, com um lápis rombo, um pedaço já gasto, como gastas as cartas, daquele baralho, que se baralha, uma, duas, trinta, mil vezes e mais, em tardes que se repetem em tardes quentes, em tardes frescas, mais agradáveis numa conversada, num relembrar de quando novos, quando eram gente antes de pararem, antes de se arrumarem, naquela mesa, naqueles bancos, com um baralho de cartas, velhas e gastas, como eles sem préstimo, sem cheta!!!...Profunda humilhação, de quem assim trata os maiores, os mais idosos, os que se arrumam num canto, dum jardim qualquer!!!...
abraço do Sherpas!!!...
quando, por ali passo, naquele velho jardim, viçoso, sombreado, com umas mesas de pedra, gastas, pela idade, com uns bancos, de material idêntico, à roda, à volta, sedentos de quem os ocupe, por momentos, durante horas esquecidas, por idosos desocupados, já reformados, em partidas de cartas, intermináveis, à bisca ou outras modalidades, porque nisto de cartas há muita imaginação, muito jogo, muita tradição, contradição, muita aposta, muito gosto, muita ocupação, numa de perdidas, numa de ganhos de vitórias que se anotam, num papel sujo, tosco, com um lápis rombo, um pedaço já gasto, como gastas as cartas, daquele baralho, que se baralha, uma, duas, trinta, mil vezes e mais, em tardes que se repetem em tardes quentes, em tardes frescas, mais agradáveis numa conversada, num relembrar de quando novos, quando eram gente antes de pararem, antes de se arrumarem, naquela mesa, naqueles bancos, com um baralho de cartas, velhas e gastas, como eles sem préstimo, sem cheta!!!...Profunda humilhação, de quem assim trata os maiores, os mais idosos, os que se arrumam num canto, dum jardim qualquer!!!...
abraço do Sherpas!!!...