09
Out05
... teres e... haveres!!!...
sherpas
invejas, quereres,
mostrares, haveres,
vaidades insensatas,
vidas ocas, pataratas,
futilidades, sem pés nem cabeça,
não é frustração, tão pouco sentença,
realidade que me agoniza,
que me indispõe, não regozija,
defeitos que reduzem,
quando se não reconhecem,
quando escravizam quem os tem,
quanto os diminuem,
pequenos pontos negros, numa alvura,
numa vida limpa, um aquém,
um retrocesso, sem progresso,
um sentimento de raiva, um choro,
não um avanço, o inverso,
quando os noto quanto os deploro!!!...
querer tudo, mostrar o que se tem,
ser aparente, pouca gente,
tentar ofuscar alguém,
com materialidade que sente,
com carteira aviada, displicente,
inchado, pesporrente,
impávido, orgulhoso,
não olhando para a sombra, sequer,
nariz empinado, vaidoso,
um delicado malmequer,
flor impoluta, na alvura,
no contraste que não quer,
amarelo de mel, adocicado,
antes azedo, na amargura,
verde, bilioso,
enraivecido pela fartura,
início do veneno, da inveja,
que se não veja, sobeja,
disfarçada pelas amostras,
com que mostras, teres e haveres,
simples quereres!!!...
quão baixos, desvalidos,
pobres seres, os dos teres,
empréstimos a prazo,
descontrolados, não contidos,
quando por curvas, atalhos,
por quedas, por azos,
por fugas, por trabalhos,
infortúnios que lhes tocam,
azares, doenças, idade, mortes,
entre outras tantas sortes,
com que os atacam, os focam,
como mortais, como os mais,
se tornam mais normais,
se esquecem da inveja, a que sobeja,
não pretendem ter mais teres,
se reduzem a não quereres,
tristes compungidos seres!!!... Sherpas!!!...