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Abr05
... papel... em branco!!!...
sherpas
olhar para um papel em branco,
puxando pelo pensamento,
verdade seja dita, sou franco,
é o mesmo que, a um jumento,
obrigá-lo a fazer de manco,
correr, voar como o vento,
fazer dum toiro bravo, manso,
lidá-lo com arte, a contento,
tentar alcançar um picanço
num descampado florido!!!...
doce remanso, sossegado recanto,
só interrompido pelo zunido
dum insecto muito atrevido,
ébrio de néctar polinizado,
daquele vale encantado
tão solitário colorido,
ao invés do papel branco,
na solidão, mui parecido,
no desespero, um desgarrar
uma dor tão funda, um grito,
por ausência de inspiração,
por falta de encantamento
que provoque um pensamento
de amor, de ilusão, de paixão!!!...
originando uma suave poesia,
dando cor ao papel alegria,
afagando a alma, o coração,
como o sair da noite p´ró dia,
dando alimento, dando pão,
aos pobres, esfomeados,
aos criadores da razão,
àqueles poetas, coitados,
que com falta de inspiração
se revolvem, preocupados,
julgando-se abandonados
pelas musas inspiradoras,
elevadas divas, criadoras,
de génios e de loucos,
aos molhos, aos poucos,
por esse tão grande Universo!!!...
nosso lar, nosso berço,
sítio de encantamento
onde, não se obriga um jumento,
nem se doma, um bravo toiro,
num minuto, num avanço,
não se alcança um picanço!!!... Sherpas!!!...