... vila alentejana... raiana!!!...
vila alentejana, raiana,
rainha da papelada,
produzida, enfeitada,
colorida, cantada
nas flores que a enfeitam
nas quadras que entoam
saias, lhes chamam
quando as musicam e dançam
em alegres patuscadas
bem regadas, bem regadas!!!...
tem um povo brejeiro
graças ao bom do Nabeiro,
que por lá esbanja o dinheiro,
crescendo, com harmonia,
vista, com simpatia,
por Portugal inteiro
que revê na sua alegria
na sua festa maior,
o Alentejo em Campo Maior!!!...
durante um ano ou mais
vizinhos, filhos pais,
orientados por comissão,
vão enrolando papéis,
como manda a tradição,
a muitos e muitos cordéis,
com muita imaginação,
horas de trabalho, devoção,
vão criando poesia
de muitas e muitas cores,
nos milhões de belas flores,
que irão dar muita alegria
os olhos que as admiram,
quando por elas passam!!!...
é folclore, romaria,
bairrismo inteireza
o que os empurra, guia,
para criar tanta beleza,
que os torna notados
falados, admirados,
em Portugal em Espanha,
por esta festa tamanha,
dum povo bem orgulhoso
que, se tornou famoso,
pois consegue fazer magia
com papel de fantasia,
com o qual inventa cria
tudo o que satisfaz
num clima de união de paz!!!...
já era bem conhecida
pelo Delta, pelo Camelo,
marcas do café torrado
de quem, o dito Nabeiro,
um industrial bem forrado,
é, decerto o primeiro,
sempre nomeado,
pelo que dá a um povo inteiro,
mais que homenageado
nas ruas, nas praças, nas colectividades,
na estátua de corpo inteiro
em todas as festividades!!!...
camponês, é alentejano,
teve a sorte de ser prendado,
pela situação de raiano,
pelo filho dilecto, amado,
senhor Comendador
que, como qualquer benfeitor,
cheira bem como uma flor,
também pica, como o cardo,
é humano famoso,
o que o torna vaidoso,
por vezes, esquecido
que, por muito que tenha subido,
maior será o trambolhão
quando se estatelar no chão!!!...
tenham cuidado,
Campo Maior o seu dono,
não se deixem embalar,
como povo abençoado
sem precaução ou abono
que só os faça cantar,
descuidar o essencial,
que forra a tripa,
para nosso mal,
para todos fundamental,
orienta a nossa vida,
o reles, o vil metal
que, agora , vem do café
algum cai do papel,
se se esbanja, de má fé,
não há papel nem cordel
que vos valha e, até
se esquecem as benesses,
as honrarias as quermesses
dos arraiais populares
que aquecem vossos lares,
de todos os camponeses,
que brilham sempre em Agosto,
depois de tantos meses
a trabalhar com muito gosto!!!... Sherpas!!!...