06
Mai05
... somos homem... somos mulher!!!...
sherpas
falar do género,
do másculo, do macho, do férreo,
do toureiro, do avinhado de cabelo no peito,
com gestos, com jactâncias, com trejeitos,
sem jeito,
do fala barato, desenrascado,
aldrabão, obcecado,
não dando crédito, não passando cartão,
do sensível, com sentimento,
convencido que está, mais elevado,
do endinheirado,
sem um pingo de formação,
para mim, para tantos,
é perda de tempo,
contratempo,
um dó, uma pena,
um choro, uma condena,
pura comiseração,
sensação deturpação,
engano, descuido tamanho!!!...
quantas fortalezas destas,
noutras alturas fora de festas,
quando pequeninos, diminuídos,
menos assumidos,
por dores, por chagas, réstias,
corjas despojadas,
postas de lado, esquecidas,
sem norte, perdidas,
reduzidas à sua humanidade,
com verdade,
sofridas, pura calamidade,
dando o dito por não dito,
com raiva,
num minuto, bem medido,
se despojam daquela capa,
daquele forte enfraquecido,
quando o sentimento, se lhes escapa,
chorando, se confessam,
se entregam se negam!!!...
todos, sem excepção,
é a minha opinião,
somos homem, somos mulher,
tal como se quer,
sem distinção,
como deve pela origem,
filhos dum José, duma Virgem,
mais ainda, os que crêem,
quando vêem,
que são como são,
não fortalezas, tão pouco machões,
simples aldrabões,
convencidos, rendidos,
perante factos, argumentos,
fora de festas, não avinhados,
diminuídos, envelhecidos,
nalguns momentos,
já esperados desesperados,
somos mães, somos pais,
como todos nossos iguais,
numa indefinição constante,
misturados,
bem amalgamados,
sensíveis quando críveis!!!... Sherpas!!!...