eles correm, eles fogem, encobertos pela noite escura, eles calam, eles consentem, vida sem vida, vida dura, eles não comem, eles morrem, quase não sentem, quando saltam, por escarpas, arames farpados, rasgando carnes, levando tiros, fugindo do bardo, tais como gados, gemendo, chorando, dando suspiros, fugindo da sorte, fugindo da morte, da terra ingrata, vida sem nada, ligeiro suporte, deserto sem esperança, doença contínua, continente mártir, terra sagrada, tão deprimida, mais que explorada!!!...
filhos espalhados, por terras do Demo, em busca de sonhos, alegrias pensadas, procurando abrigo, outros telhados, juntando misérias, num bairro, num gueto, vidas perdidas, vidas sem nadas, barraca sórdida, amontoados, filhos e filhas, mães carinhosas, extremadas, sem futuro, famílias precárias, em certas zonas, sorrisos raros, cintos sem furo, cordel na cinta, que pouca pinta, calça alargada, sem vinco, frangalho, camisa colorida, cabelo entrançado, traços na cara, com pouco trabalho, pele bem escura, rugas profundas, longe da terra, para ali deitado, esquecido barracas imundas!!!...
contraste aflitivo, tão perto, bem longe, uma cerca, que cerca, uma baia farpada, um bairro bem vivo, que guarda, que esconde, um centro de luxo, cidade cobiçada, a um salto, a um pulo, mesmo ali, vedada, com guardas e armas, multidão revoltada, um milhar, um milhão, mortes, numa revoada, por fogo, por balas, sem culpas, sem perdão, estoiro, fuga, debandada, revolta que se escolta, num regresso à prisão, à fome, à miséria, naquela terra, pobre gente, simples matéria, que se mata se enterra, no fim do Mundo, em Marrocos africano, inferno profundo, destino insano!!!... Sherpas!!!...
que País, que inversão, que retrocesso, que ilusão, pouco me diz, quando me oponho, quando o analiso, quando me interponho, quando o vejo, quando contraponho, tal como é, tal como o sinto, falo por mim, porque não minto, negação, profunda contradição, cidade rica, em profusão, lugar de privilégio, de requinte, de luxo exorbitante, contraste gritante, com barracas ali ao pé, um bairro enorme, de gente com fome!!!...
um fim do Mundo, miserável, imundo, repositório de gentes, carentes, de origem africana, vivendo em condições indecentes, num vazadouro, uma chicana, falado no pior momento, quando passado acontecimento, triste e penoso, bem vergonhoso, com mortes horrendas, em barracas, em tendas, pobres, incendiadas, mãe, crianças, parcas esperanças, final de vidas, portas fechadas!!!...
um rodopio, uma revolta, lágrima sentida, lágrima chorada, bairro com fome, bairro sem nada, mortes sofridas, fim dumas vidas, notícia abrangente, esperanças perdidas, um fim do Mundo, numa zona bem rica, bairro miserável, imundo, que se condói, que se fica, que estremece, que geme e chora, que permanece não vai embora!!!... Sherpas!!!...
flor orvalhada, da madrugada, pétalas de seda, carne viva, brilhantes, promessa de beijos, benfazejos, carícias que sentes, amada, tão radiosa, bela, formosa, volúpia, dor, contrastantes, campo bem seco, desejos, chuva que nega, água que rega, sol que queima, sombra bendita, noite que cai, manto que cobre, algum frescor, orvalho que chega, algum fulgor, ardor que sofre, abrir a sorrir, pétala cheirosa, doce porvir, o que se almeja, na madrugada flor orvalhada!!!...
flor que se nota, que inebria, que envolve, de pouca monta, quando se não solta, quando, bem seca, se devolve, se fecha, se protege, se abriga, se recolhe, no campo estéril, seco, agreste, se estiola, quase fenece, por causa do tempo, por causa do Sol, quase se não veste, quando se esquece, na modorra pasmosa, quando escondida, sendo formosa, deixando de ser, planta ou flor, simples pontinho, na imensidão, no campo, no centro em solidão!!!...
manto da noite, frescura que dura, gotículo pequeno, orvalho que dança, secura que passa, em formosura, pétala risonha, seda perfeita, bem viva, vermelho garrido, laivos de cores, diversos, distintos, na manhã que se alcança, que ostentação, que criação, pouco perdura, uma força, um grito, mais que bendito, uma chama, inebria sentidos, maravilha, encantamento, um espaço, um tempo doce momento!!!... Sherpas!!!...
quando se herda, quando se tem, quando se pensa que é alguém, quando se mostra, quando se idolatra, quando se gosta, de tudo, de nada, quando se inebria, se fantasia, se enrola em futilidade, mania, quando se engrandece, ignorando, quando se esquece a condição, quando se peca, negando, esmola e contrição, quando se esconde, quando se foge, quando se tira, se escolhe, proveito próprio recolhe!!!...
fartura, demasia que não devolve, que acumula, sem proveito, não intuindo, não pensando, praticando, com arte, com jeito, má prática, ganância, dissolução, de proventos que lhe foram dados, por nascimento, herdando, sem trabalho, sem esforço, sem paixão, uns milhões, uns trocados, bem ou mal parados, fazendo mau uso de pertences, perante sofrimentos, interesses, calcando, como vermes, no início, tantos germes, sementes, gerações futuras, com que gozas, empurras, quando te empanturras, fingindo que não te auguras!!!...
consciência pesada, ferida que não sara, que não mata, que vai doendo, vendo os que vão sofrendo, tendo tudo, não tendo nada, numa vertigem que não pára, abençoado, sortudo, nababo, de bem com a vida, forrado, bom herdeiro, bercinho doirado, egoísta, mal formado, quando herdeiro de dinheiros, de capitais, quando se julga mais e mais, com faltas tremendas, em qualidades, em sentimentos, postos de lado, em vidas fúteis, barbaridades, no confronto diário, indiferença, rezando, sem crença, ignorando o desgraçado, desbaratando, num regabofe, como quem canta uma estrofe, como quem comete patifaria, tragédia, drama imenso mania!!!...
melhor herança, bem superior, quando nos dão o caminho, quando, ao invés de bens materiais, nos criam com amor, com carinho, nos mostram o que tem valor, nos fazem homens e mulheres, de corpo inteiro, de bem connosco, conscientes, neste Mundo tão lúgubre, vespeiro, com tantas gentes carentes, tão diminuídas, apagadas, não herdeiras simples nadas!!!...
quantos, quase mortos, apagados, não reconsideram, não recuperam, não emendam, ainda a tempo, quando deixam os trocados, numa fundação qualquer, como é do conhecimento geral, quando pensam, quando esperam, lá no assento etéreo, ainda no templo, mortos e hirtos, esticados, continuar sendo, bem forrados, pelos actos praticados, tentando apagar seus erros, quando mortal, com esse feito, com esse acto, pura ilusão simples hiato!!!... Sherpas!!!...
sorrir, é um devir, não um dever qualquer, um provir, um sentir, um equilíbrio manifesto, o contrário dum protesto, uma aquiescência, uma condescendência, um projecto de amizade, uma abertura da verdade, um convite, com afecto, um caminho aberto!!!...
um doce, um recato, um agrado, uma bênção bem alta, uma gratidão, como paga, um afago, um carinho, meigo, de mansinho, protector, como pendor, amplo, rasgado, dado, como um abraço apertado, um esgar agradável, um brilho intenso nos olhos, um bem estar, um ser amável, um saltar barreiras, escolhos, ultrapassar canseiras, dores!!!...
um raminho de flores, uma entrega, uma devoção, um aproximar do coração, uma carícia prolongada, calma, sossegada, perfeita, subtil, uma sonhada esperança, quando no rosto duma criança, um sorriso, um abrigo, um familiar, um amigo!!!... Sherpas!!!...
jornal que se não lê, que se folheia, que se amarrota, se deita fora, vontade que se alteia, notícias que não convencem, papel mal amanhado, na hora, verdade que se rodeia, última tiragem, última voragem, sensacionalismos, redundâncias, crónicas de espantar, miragem, cabeças que dependem, duma posição, dum vencimento, que se não libertam, atendem, patrões, abundâncias, quando se aferram, defendem, pensares de certas facções!!!...
altamente dependentes, tornando indigestas, conjecturas diversas, calcando ilusões, destruindo formação, sem dignidade, sem ética, sem moral, autêntico vendaval, defendendo os milhões, ofertando opiniões, numa triste realidade, imenso lamaçal por meia dúzia de tostões!!!...
pobre diário, papel amarrotado, descredibilizado, deitado fora, com raiva, naquele local, numa fúria incontida, pouco se aproveita, se salva, negação da palavra, amontoado, naquele chorrilho, indo ao jeito, tudo a eito, com falta de perspectiva, isento de culpas, bem a preceito, agarra que te pilho, convencimento de diminuídos, recuo no tempo, sem pluralidade!!!...
órgão assumido, de qualquer partido, jornal prolixo, ambíguo e falho, contentor de lixo, não lido reparo, com pouco acerto, posto de lado, amarrotado, tão longe, tão perto, insensatez, desacerto, falta na sua função, da informação com isenção!!!... Sherpas!!!...
como punhais afiados, como chapadas, na cara, entre palavras, palavreados, verdade que se não encara, simples arremessos, confessos, arranhares simples, garatujas, caretas, jeitos, tropeços, dos que correm, pequenas fugas, logo param, meditabundos, tão pequenos, confusos, mediante máquina enorme, que, quanto mais come, mais tem fome, se não condói, nem lamenta, perante quem intenta, portar-se como um homem, voz grave, altissonante, pena fina, na escrita, quando escreve como um gigante, quando se aquieta, não se irrita, se esconde, se tapa, se resguarda, precavido, mais que rendido, no seu canto, na sua farda, tão pequenino que é, subserviente com libré!!!...
palavras, leva-as o vento, amizade tão disfarçada, repentes, pontapés, resguardando posto, provento, pior ficar sem nada, figuras com rodapés, protecções em abundância, no meio da extravagância, do salamaleque inusitado, por vezes, posto de lado, perante os que o secundam, com afagos, carícias mil, já dos tempos do vinil, coisa pouco usual, nos dias que correm, actuais, considerados anormais, entre parceiros, companheiros, camaradas e quejandos, lá no fundo, nos meandros, nas intrigas palacianas, campo fértil em manhas, tão avultadas tamanhas!!!...
quantos esconjuros, conjurados, tramas bem planeadas, de há muito, arrastados, nas conversas, conversadas, no escuro, nas esquinas, nos recantos, sem lágrimas, choros, prantos, com objectivos, bem precisos, como punhais bem afiados, quantas e quantas punhaladas, nas costas, nos costados, quando não acauteladas, sem valores, sem juízos, certeiros, incisivos, inesperados, ainda mais, repentinos, pouco usuais, num dado momento, sem lamento, com um único intento, projecção duma figura, sombria, um pouco escura, que se projecta no tempo, num espaço desadequado, já perdido já passado!!!... Sherpas!!!...
menina bonita, plena de encantos, dengosa, brejeira, tão sorridente, olhos como amêndoas, castanhos, tamanhos, corpo formoso, que segue em frente, pisando a calçada, como uma garça, olhando a sombra, tão indiferente, muito elegante, sem uma falha, não permite toque, não comete gralha, no Mundo, distante, mais que apartada, no seu curto espaço, tão pequenino, íntimo, isolado, tão comezinho!!!...
não anda, quando passa, desliza, leve, airosa, de mansinho, deixa no ar, um rasto, uma brisa, música de fundo, um coro, um hino, plateia numerosa, pobres mortais, cintura fina, elegante, seios túrgidos, virginais, outros atributos mais, bandos e bandos, tantos normais, pensativos, crentes, perante este Sol, deslumbrante, deslumbrados, imensa mole, pobres coitados, como pardais, debicando aqui, pesquisando além, prova de quem procura, de quem não tem!!!...
menina bonita, plena de encantos, são risos, são choros, por tantos cantos, tão convencida, enquanto desliza, uma passagem, um ar uma brisa!!!...
calça de ganga, bem ajustada, curvas marcadas, bem no lugar, mostram mais do que tapam, criatura de Deus, mais que prendada, cabecinha louca, um desvairar, continua louca, sem se casar, não atende a tudo, não atende a nada, num Mundo fechado, num círculo cerrado, mulher desejo, mulher objecto, o meu receio, o meu pensar triste trajecto!!!...
quanta ilusão, que encantamento, num ápice, num repente, momento, viço que se perde, beleza que esfuma, andar devagar, trôpega, pesada, vida mais triste, vida parada, sem ser casada, já conspurcada, pouco normal, bem elevada, sem príncipe encantado, desamparada, menina bonita, ainda prendada!!!...
com prole numerosa, querubins formosos, já não é garça, mantém a graça, sorriso mansinho, bem feminino, matrona a preceito, tomou-lhe o jeito, mãe desvelada, sua função, mulher modelo, mulher emoção, boneca passada, quando dengosa, passando, como brisa, num Mundo fechado, tão pequenino, tão isolado!!!... Sherpas!!!...
por aí, sem destino, aos trambolhões, encontro pedras, no caminho, buracos ermos, profundos, dou, levo encontrões, um cão, um papel, um escaninho, porta velha que range, que abre, fronteira doutros Mundos, camião do lixo, aos baldões, ruídos arrepiantes, aflitivos, conversas, risos, gritos, pessoas que se aglomeram, não se enumeram, convergem para uma paragem, tabuleta, meio descambada, quase caída, meio escondida na voragem, mesmo junto à passagem, zebra sumida, baça, que se disfarça, que se não usa, de esquecida, desleixada, que se nos passa, coisa morta quase apagada!!!...
as risadas, vêm do parque, ali ao lado, sonoras, límpidas, claras, dum magote de rapazes, concentrado, um que fala, que aponta espantado, que mima uma situação, ouves, olhas, não paras, segues a tua direcção, por aí, aos trambolhões, contentor que se ergue, que alivia, gente que espera, multidões, alguém despeja recipiente volumoso, encontrão, barulho descomunal, cheiro nauseabundo, anormal, afecta meu olfacto, acintoso, torço o nariz, viro a cara, apresso os passos, afasto, distancio, abro espaços, retorno ao meu isolamento, sigo em frente, monumento, porta sacra, cruz no alto, rezas, preces, perdão, castigo, não entro não consigo, introverto, penso e sigo!!!...
viro à esquerda, atravesso rua, abeiro-me da imensa baía, água mansa, um pouco escura, vislumbro uma bela falua, sem vela, arreada, como gazela, já cansada, estiraçada, tomando fôlego, arranjando vontade, coisa bela, coisa pura, outros tempos, já passados, penúrias, quando, por ali, via armações rudimentares, redes estendidas, armadilhas, artes simples, preliminares, na apanha de peixes, similares, entre marés, afago de estômagos, criação de filhos, de filhas, nas águas sujas, nas lamas, na apanha do isco, dos bivalves, vidas curtas, pequeninas, poucos afagos, trémulas, como velas, as suas chamas, intermédios, curto ressalvo alguns entraves, caminhando, sem destino, aos trambolhões, por entre buracos, aos baldões!!!... Sherpas!!!...
quanto me confundo, neste Mundo, quanto disparate, quanta ignomínia, quando me calo, quedo mudo, perante a insensatez, a aleivosia, suprema aberração, fantasia, ou será, simples mania, espécie de transformação, de quem não muda, continua, sempre, na mesma direcção, seguindo rumo, numa estrada, na rua, sem qualquer orientação, tal como burro, casmurro, aqui me paro, ali empurro, observo, engulo, congemino, sem qualquer premeditação, acerto, desacerto, não atino, insisto, persisto, existo, indiferente, coexisto, faço de conta que não vejo, avanço, alcanço almejo, de alma e coração, com quanta devoção!!!...
intrigas e bastidores, qual corte do rei Sol, com sorrisos, no momento, precisos, imprevistos, concisos, quantas mágoas, quantas dores, quanta sombra, sem esplendor, atenções, subserviências, favores, no meio de certos senhores, é favor, seja quem for, conversinhas de patarata, sem sumo, sem cor, sem nata, confuso me ponho, disponho, mais fechado, tristonho, quando, meditabundo me ponho!!!...
no mesmo sentido, sem rumo definido, rodeando escolhos e fragas, sendo o homem do leme, já ouvi, não desgostei, contendo, sem fúrias, sem pragas, apreciando o creme, descurando os cépticos, desconformes, assépticos, por vezes, frenéticos, perante a ignomínia, aleivosia, inocentes, patéticos, vou deslizando, como razia, sem demagogia, com fantasia, numa loucura criativa assumida!!!... Sherpas!!!...
sim, desilusão, logo de manhã, já faz parte da minha vida, bem cedinho, temporã, ao olhar para o céu carregado, imprevista, esta mudança, a das condições climatéricas, abençoado clima, desejado, mais fresco, descansado, ponto final nas labaredas, feéricas, quando não medonhas, ameaçadoras, com alguns inconvenientes, pequenos nadas, rotinas, saídas, espairecimentos, repentes, caminhadas nas areias cristalinas, duma praia, aqui ao pé, como uma promessa, uma fé, um equilíbrio propositado, entre o intelecto e o físico, para não estar sempre parado!!!...
que venha, para ficar, mesmo imprevista, temporã, não me importo de caminhar, com a chuva, pela manhã, molhando meu rosto, meu corpo, noutro lugar qualquer, longe da praia, areia molhada, não dura, como se quer, sem vistas, sem encontro, do horizonte, tão distante, das ondas que marulham, das gaivotas que esvoaçam, sobrevoam, passam, naquele voo, elegantes, com os pios, intermitentes, langores, amores, instantes, que afagam tantas gentes!!!...
vou sentir saudade, vou sentir falta, fazia parte, diga-se, em boa verdade, tal como ao artista, a arte, na criação repentina, que se transforma em rotina, quando ofuscado, num ápice, cume da sua amargura, rodopio, como desafio, vinho que escorre num cálice, iluminação, que pouco dura, gozo, prazer, fastio, encantamento, momento, sabor divino, intento, sustento, do espírito que engrandece, do físico, que não fenece, caminhando, como se quer, fazendo da vida viver!!!... Sherpas!!!...