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Sherpasmania

... albergue de poemas, poesias e... outras manias, bem sentidas, por sinal!!!...

Sherpasmania

... albergue de poemas, poesias e... outras manias, bem sentidas, por sinal!!!...

29
Mar06

... Primavera, assim... de repente!!!...

sherpas

a abelha, que vai de flor em flor, numa árdua, dura tarefa,

buscando, seja onde for... o pólen que a atrai, numa pressa,

a formiguinha que sai, que explora terrenos que circundam o formigueiro,

logo entra, não se demora,

o tempo, ainda instável, não lhe assegura

uma saída por inteiro,

 

as aves que cantam, que volteiam, que brincam nas árvores, no solo,

que se adoram, que se enleiam...

nos jogos amorosos, numa entrega,

é vê-los, quando se premeiam, quando fazem juras de amor,

numa luta que parece refrega!!!...

 

GENEVE 191

com trinados, multiplicados,aos pares, aos bandos, enxameiam,

cantam pelos ares, coloridos...

enfunados, produzidos, encantados, numa entrega permanente,

assim, de repente,

 

levados pelo tempo prometedor, primaveril, redentor,

natureza orquestrada pelas cores...

sinfonia maravilhosa, harmonia, mantos de malmequeres, de rosas,

verdes lavados, salpicados de alegria,

violetas, cravos, jasmins,

 

odores que se sentem, inebriam, pinturas que se compõem, maravilhosas,

tão intensas, tão belas...

árvores esbeltas, perfiladas como sentinelas!!!...

 

 

ladeando carreiros de sonho, nos jardins, bancos ocupados por namorados,

embevecidos, tão apertados...

muito longe do que os rodeia, numa fusão completa, naquelas telas,

fazendo parte, bem dentro, como elas,

 

lago coberto de nenúfares, libelinhas que zumbem e pousam,

rãs, nas bermas, coaxando...

patos, cisnes e gansos, aos pares, que chapinham, que grasnan,

que soam, que arensam, enquanto vão passando!!!...

 

melro preto, melodioso, cor brilhante, bem formoso,

insectos mil, díspares...

rolas que se juntam, que arrulam, gafanhotos enormes que pulam,

vida que brota, que se sente,

assim, de repente,

 

neste tempo lindo, aos pares, por todos os cantos, por tantos lados,

enlaçados, arrumados… enamorados!!!... Sherpas!!!...

 

28
Mar06

... dia luminoso... dia de Março!!!...

sherpas

  dia luminoso, dia de Março, Primavera que se aproxima, exuberância,

afastando frios incomodativos, pouca água caída, quando perpasso,

meus olhos cansados, por onde passo,

 

campos ainda ressequidos, ervas esparsas, pastos que escasseiam,

gado que busca alimentos que rareiam,

perspectivas futuras, duras e negras... naquelas terras, quase nuas, com pedras,

 

interioridades que se alteiam, dificuldades que se projectam,

que nos reduzem, nos afectam...

DSC06109

sonhos, quase pesadelos, falhas graves, tristes novelos,

repetição duma situação,

dia bem quente, inclemente... tardes longas de Verão,

 

já se perspectivam, já se adivinham, pouco pão, linhas de água vazias,

secas, prenunciadoras de razias,

mãos estendidas, almas exangues, tempo que aquece… tal como dantes!!!...

 

… são bonitos, os dias luminosos, fazem formosas, as paisagens,

tudo brilha, tudo reluz, que contraste com os chuvosos,

nestas e noutras paragens,

 

encharcando a terra que produz, enchendo rios e ribeiras,

fazendo correr regatos, pelas ladeiras,

preenchendo as albufeiras...

 

líquido benfazejo, sangue vital, tornando tudo mais natural,

fazendo brotar, ao longo da terra...

sementes variadas, ervas diversas, dando força às árvores na serra,

 

folhagens frondosas, verdes que assombram, animais esbeltos e lustrosos,

refastelados, que se encontram, já saciados, tão diferentes,

com os dias brilhantes e quentes...

 

secas que se prolongam, terras sem vida, fome sentida,

Primavera que vem, Verão que… se aproxima!!!...

 

… clima incerto, dia desperto, um acaso, um acerto, ventos e frios, quentes e duros,

ares lavados, seres mais puros,

água que cai... que enche, que se esvai,

 

terra vazia, grande acalmia, sôfrega promessa,

grande remessa...

pastos e vales, serras e rios, olhos que sentem, corações vazios,

 

mentes que guardam, fomes passadas,

recordam, não mentem,

aguardam carentes, seres e… gentes!!!...

 

… criaturas dependentes, na esfera que habitam,

que se move,

quando faz sol, quando chove,

 

choram e gritam, quando desvalidas, inocentes,

riem e gozam...

quando resfolegam, quando repousam,

 

vis e soberbas, tão prepotentes, contrastantes e  diversas,

obtusas, inversas...

no procedimento, estragando, sem remorsos, ambiente que alteram,

 

quando vociferam, quando experimentam,

quando perfuram, destroem,

quando rebentam… quando corroem!!!... Sherpas!!!... 

 

25
Mar06

... ruas estreitas!!!...

sherpas

… rua estreita, pedras da calçada,

cão que passa, gato sonolento,

vasos floridos, ladeando portas,

casa pequenina, porta fechada,

postigo entreaberto, um som, um lamento,

lá do fundo daquela casa, daquela tumba

solidão, silêncio, penumbra,

quando passas, quando contornas,

travessas centenárias, doces altares,

cenários de vidas que se consumiram,

quantos dali fugiram,

tempos idos, calçadas calcadas

pés de crianças, brincando,

sempre inquietas… não paradas!!!...

 

arrentela 015

… num jogo continuado, frenético,

agora agarras tu, já me escondo,

lá se iam dispondo,

ainda soam palavras, gritos,

naquelas paredes por caiar,

com restos de caliça que se desperdiça,

quando se derruba e cai,

restos frágeis de paredes velhas, tortas,

gatos que se mantêm, nas portas,

cães que passam, não devassam,

lazarentos, magros, com fome,

acessos cerrados, postigos entreabertos,

sons vagos, raros, escassos,

vasos caídos, ainda floridos,

ruas estreitas, velhas,

restos de telhas,

gaiola com canário saltitante,

companhia que se trata bem, se abriga,

com um pedaço de papelão endurecido,

pendurada num prego, na parede,

rente à porta, cá por fora, se lobriga,

mancha amarelada, de fugida,

uma ave… outra vida!!!...

 

 

… calçada gasta, depois de pisada,

por gerações passadas,

criançada que já se não ouve, que fugiu,

desapareceu, que envelheceu,

cenário mantido, personagens de sonho,

doutros tempos, quando me ponho,

olhando ou passando,

por aqueles becos, casebres, tugúrios,

refúgios, casas fechadas… como tumbas,

portas cerradas, postigos entreabertos,

destinos incertos,

paragens remotas,

canário na gaiola,

ponto amarelo, saltitante,

imagem que descola,

companhia, acompanhante,

pensamentos encobertos,

memórias que me seguem,

me reduzem… perseguem!!!... Sherpas!!!...

 

23
Mar06

... anda tudo... ao contrário!!!...

sherpas

… anda tudo ao contrário,

por muito que tente encarar,

desde o reles salafrário,

até à estética natureza,

que nos deve encantar,

na repetição cíclica, harmoniosa,

dos seus tempos climatéricos,

sendo diferente, formosa,

no período devido, indicado,

sem câmbios atmosféricos,

bruscos, inesperados,

alterada a Primavera,

aquela que se esperava,

para um triste Inverno,

chão lamacento, molhado,

nuvens carregadas, sombrias,

quão surpreso me quedo,

ao vislumbrar um Sol tímido,

logo de início, ao princípio,

que, envergonhado, se esconde,

num repente, quando foge,

sem ruído, sem gemido,

afundado num precipício,

de chuvadas, ventanias,

intempéries, mudanças bruscas,

mudando tempos que buscas,

enganando perspectivas,

augúrios, fantasias,

escritos já preparados,

sem sentido, de trocados,

decididamente… anda tudo ao contrário,

tal como, o reles salafrário!!!...

 

… aquele imbecil, consciência pesada,

com mortes e mortes às costas,

de carteira recheada,

posicionado lá nas alturas,

mediante padecimentos, agruras,

sofrimentos infligidos, sem pena,

a terceiros desvalidos,

esmagados, bem sofridos,

despedaçados, num ápice,

por inteligentes cavernosas,

destruidoras incomensuráveis,

à distância dum botão,

carregado por um louco, como opção,

líder duma só Nação,

sem alma, nem coração,

nódoa que incendeia o Mundo,

conduzindo-nos bem para o fundo,

aplaudido por estafermos,

disfarçados, sempre os mesmos,

que, quando falam, congeminam,

ludibriam, determinam,

com sorrisinhos amarelos,

suas grandezas, seus destinos,

seus ódios, seus descaminhos,

dizendo-se o que não são,

numa tremenda contradição,

fazendo todo o contrário,

como eficazes que são,

almas sujas de… salafrário!!!...

 

… não compreendo o tempo, as pessoas,

a harmonia planetária, agora… parafernália,

as que se mostram cordiais, boas,

criminosas de mãos limpas,

espécie de monstros, alimárias,

subtis, enganadoras,

tão excelsas, controversas,

detentoras de Poderes, de haveres,

democratas, democratizantes,

quando matam, quando destroem,

quando desdizem, o que fizeram,

como entenderam, como quiseram,

donos do absurdo, do tétrico,

estragando o bonito, o estético,

alterando estações, como a Primavera,

que se aguardava… que se espera,

numa voragem avassaladora,

como Deuses da guerra, insensíveis,

destruidores, bem afastados… invisíveis,

nódoas ferozes, algozes,

quando se… contradizem!!!...

 

… como uma pancada numa bola,

uma tacada a preceito, com raiva desatada,

assim tratam tanta gente,

baixinha, sem proventos, pontos insignificantes,

ao alcance desses tratantes,

tão dependentes duma esmola,

duma bala que os carregue,

duma bomba que deflagre,

dum missíl que despegue,

duma guerra, dum ataque,

desses senhores do desvario,

da destruição concertada,

uma débil chama, um pavio,

uma coisinha de nada,

um simples começo, um princípio,

uma morte desejada,

uma matéria despedaçada,

milhares de seres, por um fio,

ao alcance de dejectos extravagantes,

todo o contrário do decente,

que se apaga, de repente,

por quereres, por ganâncias,

alçadas ao domínio, como gigantes,

irascíveis, degradantes,

bestas que se não enxergam,

que não quebram… não vergam!!!...

 

… tempos, gentes tão diferentes,

estranhas, frias, calculistas,

gélidos, sombrios, os dias,

futuros inquietantes, aberrantes,

egoísmos que crescem, avassalam,

que se adonam, que se não contentam,

que engolem, quando deglutem,

não se apenam,

quando se enfurecem,

envenenam,

enquanto destroem, matam,

nunca se fartam,

há vermes, que não são inermes,

andam ao contrário,

não entendem,

consideram o Mundo, como adversário,

quando exploram, quando mentem,

quando arruinam… não sentem!!!... Sherpas!!!...

21
Mar06

... dia mundial da... poesia???...

sherpas

… dia mundial da poesia, parece impossível, sem poética,

numa universalidade famélica,

que ainda se detenham com estas coisas, com versos, com quadras, com sentires,

com sonhos, com provires,

DSC04571.JPG

com doçuras, com amores, com azuis fortes, esbatidos,

com vermelhos berrantes e floridos...

com esperança de vidas cantadas, mais equilibradas, com aves que nos cativam,

 

quando passam, quando mostram suas cores, com danças, com músicas,

com trajes a rigor, bem garridos, sorrisos de todos os tamanhos,

sentimentos, sem enganos!!!...

 

 

… com auroras de espantar, com mares imensos, prometedores,

com nuvens esparsas, farrapos, brancos, soltos, dispersos, no meio de muitas rimas,

pessoas que sonham, que arrumam palavras, que as colocam nos devidos lugares,

famílias felizes, nos lares,

 

flores que pintam a natureza, na sua grandiosidade, na sua pureza,

paz que se acalenta, que aumenta, abraços de coração,

lágrimas no canto dos olhos, emoção...

 

tudo quanto se intenta, poeticamente, empilhando, por aqui, por ali, em todo o lado,

num Mundo que, bem lá no fundo, com tanta dor, com sofrimento,

não passa dum… fingimento!!!...

 

 

… dum dia que se lhe quer dar, pobre dádiva que se não sente,

quando se oferece, se dedica,

quando se predica...

 

num conflito permanente, entregue a poucas gentes, práticas, bélicas,

com defeitos, sem cor, sem sonho,

provocando criaturas famélicas...

 

corpos nus, mortos, destroçados, tortos,

num dia de Primavera envergonhada, que se não mostra… que se esconde!!!...

 

 

… pobre poesia mascarada, coitada da árvore que se festeja,

que se queima, se abate, que se planta nesse dia,

como preito, com alegria,

 

dando exemplo desconcertante, num gesto hipócrita, pueril,

como quem disfarça… numa graça, que passa, que esquece,

num dia que arrefece,

 

perante a dor, a desgraça, perante o ódio, o horror,

fazendo face ao pavor,

numa poesia que não é, deixa de ser… até!!!... Sherpas!!!...

 

20
Mar06

... necessidade imperiosa!!!...

sherpas

… necessidade imperiosa, algo que mexe comigo, inconformismo, inquietação,

permanente ausência,

espécie de doença que transporto, que não curo, não consigo, interioridades, maldição,

GENEVE 571

quando me elevo, exaltação, quando concretizo, alívio que suporto,

sinto-me mais ligeiro, afasto incomodidades que me agastam,

que me reduzem, arrastam...

 

normalizo corpo e mente, sorrio, já não busco, superior a qualquer homenagem,

estátua ou busto...

lembro, como passagem,

 

aquele pedaço, hesitação, aquela sensação, aquele vazio, como um desafio,

aquele esgar tímido,

débil fio de luz translúcida... meio escuro, escondido,

 

promessa que se não realiza, que hesita, desaparece,

que me promete céus e terra,

que se desfaz, escurece...

 

negando-me uma ideia, uma pista, inspiração que se não tem,

que se não merece,

quedando-me parado, mais aquém, diminuído… como quem esquece!!!...

 

… dores, aviltamentos, tormentos, esses esquecimentos, certos momentos,

quando me sinto vago, parado, desamparado, pelo que me alimenta o espírito,

pelo que me dá alento, na vida, quando pretendo e não consigo,

 

numa lacuna que se instala, que teima, que queda, que distingo,

não quero, rejeito com toda a alma, companhia amiga, confortante,

que me engrandece, num instante...

 

raio de luz, escasso, luminoso, que afasta trevas, espaços,

que me oferta o mais formoso...

mesmo reduzidos, escassos,

 

nos versos que realizo, que tenho, bem no fundo,

quando os concretizo, num rasgo, ao jeito, de feição,

com  ou sem perfeição, numa falha… de inspiração!!!...

 

… há quem lhes chame de musas, há quem as nomeie, com deleite,

há quem as invoque, há quem as respeite...

há quem as associe a certas fugas,

 

quando se recusam, quando não nos tocam, porque, na sua vivência errática,

chamadas por tantos poetas, já fartas, cansadas, desbocam,

ruindades diversas, falhas imensas, se te recusam, quando pensas,

te trocam todas as voltas, te não agraciam… te não escoltam!!!...

 

… perdidos, confusos, procuramos outros meios, olhamos,

detemo-nos no que nos rodeia, em vão, vazios, sem Tágides, tão lusas e camoneanas,

amigas de quem se entretém, nestes requebros de palavras,

com locais, com usos, as que amamos,

quando o sentir se alteia, vai rareando… escasseia!!!... Sherpas!!!...

 

18
Mar06

... um pormenor!!!...

sherpas

… um pormenor, uma escusa, uma palavra que se pronuncia,

na altura, quando se anuncia,

quando se rejeita, se recusa, quando se enjeita, se abusa, questão menor, refúgio, recanto,

para evitar o choro, o pranto,

DSC09794

atitude que incomoda, quando se incorpora, nos assola,

espécie de perseguição,

que nos afasta, nos isola...

 

em momento de aflição, em determinada ocasião,

quanto desprendimento, atrevimento, situação que se nega,

quando nos pespega...

 

susto e espanto, uma fuga da realidade,

um contorno, um desencanto, uma habilidade perversa,

tão subtil, avessa,  por vezes… controversa!!!...

 

… uma desculpa que se tem, que se arranja, que se engendra, não olhando a meios, não olhando a quem,

por conveniências, por ausências, fictícias, sem sevícias,

simples pormenor,

mal menor...

 

uma fuga, um encobrimento, um desfazer de momento,

virar costas ao que se não pretende,

torná-lo ausente...

 

indiferente, passar por cima do assunto, que nos incomoda, que nos amola,

colocá-lo bem no fundo, longe, afastado das prioridades,

como quem descola de amargas… realidades!!!...

 

… um pretexto, fora do contexto, pouco complexo,

muitas vezes, sem nexo...

que surge no instante, perante determinado tratante,

 

situação que desagrada, que não nos leva a nada,

que se evita, quando se pensa, que se agita, quando se intenta,

pormenor insignificante...

 

desculpa que se apresenta, quando se comenta,

com comiseração, consternação, perante alguém que se detesta,

quando se contesta, quando se protesta, quando se apresenta aquele pormenor,

mal pequeno… bem menor!!!... Sherpas!!!...

 

 

15
Mar06

... gueixa!!!...

sherpas

… menina que passa, sorriso que deixa, raio de luz, um dito, uma graça,

quase pairando, andar suave, uma gueixa,

nasceu para ficar,  doce e delicada,

Paris 008.jpg

encanto que consola, perfume que espalha, com traje, com estola, finura tamanha,

imagem que tem, visão que permanece,

menina que passa, sorriso que não esquece...

 

lufada de ar, brisa que sopra, coração que aquece, menina formosa,

com a graça que passa, muito nos dá, tudo lhe sobra,

uma dança, um canto, menina jeitosa...

 

artista que fica, encanto, uma obra, quimono, a preceito,

gestos estudados, com arte, com jeito...

delicada, etérea, visão com feição,

 

cores esbatidas, vestes garridas, sublime e esbelta, que perfeição,

rosto com pintura, um quadro, uma graça, menina que fica… menina que passa!!!...

 

… de tão produzida, treinada, para isso, gueixa passada, tempos de então,

um sonho, uma ilusão...

um rosto, um sorriso, menina formosa, menina que passa,

menina jeitosa, um dito, uma graça,

 

flores e cores, quimonos e leques, uma arte antiga, doces e queques,

paraíso na terra, perfume que passa,

um encontro, uma espera, elevação que se sublima,

presença que se afirma...

 

rosto que permanece,

sorriso que não esquece, um gesto, uma graça,

menina que… passa!!!...

 

… pairando, tão leve, quase não pisa, desliza, sorrindo,

entretém, diverte,  sua arte, seu encanto, seu destino,

gueixa que cruza, que passa no caminho,

 

passos ligeiros, leve, delicada, encantos primeiros, na rua, na calçada,

menina que passa,

que deixa sua graça...

 

perfume que fica,

brisa que sopra, um gesto, uma arte,

jeito que… sobra!!!... Sherpas!!!...

 

13
Mar06

... a flor do vale!!!...

sherpas

… displicentemente, apanho uma laranja,

corpo abandonado, de encontro a um velho poço,

olhar vazio, sem destino, absorto...

DSC01524.JPG

vou tirando pedaços da casca do fruto,

retiro um gomo, dou dentada, mastigo, sabor refrescante, adocicado,

deito fora, um que outro caroço,

faço um esgar, não desfaço a posição, tudo se conjuga, se arranja,

um leve sabor ácido, um trejeito, quebro o imobilismo, faço um gesto,

de repente, som agudo, ali bem perto,

bem me apercebo, quando o ouço, enquanto a como… junto ao poço!!!...

 

… volta o silêncio, repito a operação, gomo que como, logo após um outro,

caroço que lanço fora, com presteza, olhar absorto, relaxado, de feição,

encostado àquelas pedras caiadas, borda do poço, em questão,

numa tarde quente de Verão...

 

indolente, com displicência, fazendo tempo, comendo uma doce frescura, agradável, saborosa,

que se arranja...

um sentir bem, com alguma acidez,

naquele instante, daquela vez,

 

no meio dum pomar, catedral do silêncio, avassaladora, enorme,

pala pacatez, pela acalmia, numa posição relaxada, certo bem-estar,

separado de mim, de todos, isolado,

olhar absorto, sem destino… parado,

ampla razia, sem réstia de som… terra vazia!!!...

 

… longe do Mundo, da loucura, sossego que se esvai, grito que se repete,

latidos dum cão, vozearia de gentes...

o corpo reage, acaba a procura, silêncio quebrado, barulho se comete,

 

risos e sons, conversas diversas, cão que saltita, que abana o rabo,

pego numa cesta, verduras, legumes, tubérculos e frutos,

fim da jornada, olhar que se assesta,

sorriso que se tem...

companhia que se sente, que nos sabe bem,

 

tempos passados, em hora de sesta, naquele monte, catedral intensa,

numa tarde de Verão...

displicente e vazio, em doce comunhão,

 

família completa, grande ilusão, saudade do tempo,

retorno, na certa...

pausa que se tem, belo momento,

 

num vale assombroso, que mira e remira, com tanta emoção,

espaço na vida… boa recordação,

o meu vale era uma flor,

meu sonho, meu amor!!!... Sherpas!!!

 

09
Mar06

... telas... gigantes!!!...

sherpas

… campos verdejantes, algumas flores silvestres,

salpicos de cores variadas, pinceladas tardias,

dum pintor que se não precatou, adormeceu,

exaurido, esfalfado pelo cansaço, ferido,

flagelações constantes a que foi sujeito,

tela gigante, bocado enlouquecido,

DSC01336.JPG

espécie de esfera que dança, cambaleia,

imaginação que se não solta, se não incendeia,

sonho perdido, projecto ferido,

tintas que não combinam, não afinam,

tumultos de vulto, inquietação permanente,

dádiva que perpassa, rara, escassa,

lucubração que nos ensombra, ofusca,

numa paisagem que ainda deslumbra,

com laivos, com falhas, apontamentos,

nesgas e rasgos, esquecimentos,

artista descuidado, em desvario,

num entretanto, num relance, um desafio,

quando se entrega, procura, quando rebusca,

pincéis que não tem, tintas esquecidas,

já misturadas, cinzentas e pretas,

coisas bem pardas… coisas perdidas!!!...

 

… sabor da vida, seiva abundante,

sangue  que escorre, que brota, faz colorido,

pintura que encanta, que deslumbra, que refaz,

prazer que se tem, tela gritante,

verdes de sonho, alegres as cores,

manchas continuadas, molhinhos de flores,

amarelas, encarnadas, azuladas bem vivas,

pintor supremo, artista consumado,

com retoques a esmo, quadro acabado,

Terra da Paz, que se faz e refaz,

doce equilíbrio, harmonia inspiradora,

oração profunda, acalmia redentora,

água divina, chuva que cai, rios que correm,

veias bem cheias, corpos brilhantes,

saudáveis, fortes, robustos… pujantes,

magia nos ares, aves que cantam, floresta que resta,

recuperação esfusiante, verdes os campos, dias de festa,

pintor que imagina, cor que atira, tela gigante,

tinta garrida, desvario… bem grande!!!...

 

… poesia que transborda, música afinada,

dança que volteia, requebro dum corpo,

arte que se faz, luz que ofusca, deslumbra,

que mostra, não esconde, tela pintada,

seres que esquecem, que dormem, descuidam,

espírito renascido, alma dum morto,

maravilha refeita, quanta penumbra,

névoa que passa, sol que desponta,

esperanças que voltam, pouco se cuidam,

cores abundantes, risos e sombras,

leitos que vergam, nos vales, na serra,

águas que correm, quando soçobram,

cascatas que fazem… quando despegam,

quando caem, engolidas pela Terra,

maravilhas inebriantes, de tão fulgurantes,

pinturas dum louco… telas gigantes!!!... Sherpas!!!...

 

08
Mar06

... mulher!!!...

sherpas

 

 

 

… muito poderia escrever,

quanto não imaginaria, se me propusesse,

neste dia tão especial, o da mulher,

a vida, é coisa que se não esquece,

quem no-la deu, muito menos,

quando novos, bem pequenos,

dois interventores, dois senhores,

os nossos progenitores,

pai e mãe, homem e mulher,

casal que se completa, quando se quer,

bem desfasado no tempo, agora… no momento,

espaço mais franco, mais aberto, penso,

mais fechado, egoísta,

sem apego, materialista,

sabendo bem o que não querem,

na fúria em que se transformou o indivíduo,

glosando, de maneira muito própria,

cada um, com a sua estória,

desejando ir mais além,

partilhando, sem compromisso,

prazeres, corpos, mentes, memória,

quedando mais aquém,

com a vida que se não tem,

paternidade que se não assume,

maternidade indesejada,

muitas vezes, rejeitada,

pobres filhos de ninguém,

valores que não copiam, não possuem,

não têm,

numa sociedade que se disfarça,

se mascara, se desgraça,

quando param, sem parar… não evoluem!!!...

 

… tal como quando mais novo,

ignorante e temeroso, com os meus amores,

me deixava ir no rol da cegonha,

quando éramos encomendados,

aí vínhamos pelos ares,

sobrevoando qualquer terreno,

casas diversas, lares, países… até,

tal a minha curiosidade, a minha fé,

porque conversas dessas, conversas sérias,

não se tinha com miúdos,

era coisa de graúdos,

segredos, medos, misérias,

tacanhez de espíritos da altura,

pouca informação… nenhuma cultura!!!...

 

… lá íamos aprendendo, uns com os outros,

considerando, quase um pecado,

que tinha de ser confessado,

o que havia de mais natural,

o nascimento… o natal,

a entrega, a paixão, a união,

enaltecimento de qualquer casamento,

ponto alto, por completo,

a sementinha, no sítio certo,

tempos de espera, alguma confusão,

disfarce, com roupas largas, rudes,

do que se encontrava em gestação,

a surpresa, passos incertos, discretos,

senhora de meia idade, com atitudes,

experiente, de poucas falas,

afastando olhares, curiosidades,

mundo feminino… genuíno!!!...

 

… quantas perguntas, poucas respostas,

separação, aflição,

quando lembras o que não calas,

espaços ocultos, difusos, realidades,

parteiras, berros, mãos postas,

surgimento do resultado da… união,

mais um irmão,

sem ser apologista da ignorância,

simples recordação!!!...

 

… não tem nada que ver com o dia,

com a libertação do género,

o que recordei, com agrado e alegria,

numa família de então, num triste Inverno,

pensamento de homem, de mulher,

acontecimento, continuidade,

a chegada dum ser que se quer,

um filho, mais uma boca a alimentar,

uma carga… uma responsabilidade!!!...

 

… agora, com a igualdade, com a libertação,

sinto, por vezes, tristeza, comiseração,

mais em dias específicos, como o da mulher,

quando deparo com certas verdades,

que provocam muitas incomodidades,

com muitas conquistas por fazer,

sem ser machista, sem aplaudir as feministas,

como ser humano que se preza,

que não enjeita, que não despreza,

que aceita qualquer inclinação,

todo o tipo de ligação,

comungando do que mais importa na vida,

a realização pessoal, a felicidade,

isolada, conjugada, bem sentida,

sendo homem, sendo mulher,

sempre que se possa… quando se quiser!!!... Sherpas!!!...

 

 

 

 

 

 

06
Mar06

... por vezes, acontece... até parece!!!...

sherpas



… parece Primavera, tempo ameno, soalheiro,
céu azul, resplandecente, harmonia celestial,
neste cantinho de Deus… ou de Zeus,
de todas as divindades, dos judeus, dos islamitas,
dos cristão, dos budistas, dos xintoístas,
dos Jeovás, dos que protestam, de Júpiter até,
de todos que têm fé,
do incrédulo desconfiado, que é o mais natural,
que se sente como um templo, sempre primeiro,
tal como aos que ama, aos que são seus,
simples humanos, desamparados,
com repentes, quando contristados,
tão temerosos, primevos,
muito antes de Shiva, de Visnú, milenares,
nos matagais compactos, virgens, ainda nus,
adorando o que não entendiam,
céus carregados, acinzentados,
raios e trovões, ribombantes, longevos,
terras, plantas, animais aos milhares,
estrela gigante, luminosa, incandescente,
pai e mãe, criadores, como sentiam,
deles, simples mortais, dependentes, servos,
adoradores que se prostravam, tremendo,
quando, irados, bramindo, se faziam ver, se temiam,
forças imensas, tão intensas… assim como o vento!!!...

… fomos compreendendo, evoluímos,
fomos engendrando crenças mais sofisticadas,
mais complexas, tão diversas,
renunciámos as divindades mais prosaicas,
apropriámo-nos daquilo que não entendíamos,
encarámos, fizemos frente, não fugimos,
pintámos, esculpimos,
figuras, visões, assombrações,
com sinais, descrevemos para os vindouros,
nossos medos, pensares, dúvidas, certezas,
uma série de pensamentos místicos,
bem definidos, com lacunas, quase divinos,
confrontações, perguntas, profanas, laicas,
rezas, entoações, cânticos e orações,
semelhanças que se atropelam, se contrapõem,
quando se afrontam, indispõem,
numa mistura que desespera,
neste Sol que nos inunda, parece Primavera,
natureza que se enaltece,
divindade que… se esquece!!!...

… quantas dúvidas, quantos receios,
quantos temores, grandes pavores,
passadas temerosas, cautelosas, enleios,
sustendo a respiração, prevendo horrores,
encolhidos nos buracos dos rochedos,
ouvindo o bramir furioso, incontido,
duma Terra estranha, em formação,
sendo uma espécie que despontava,
tímida, indefesa, adoradora daquela luz,
dependente daquele chão, que tudo lhe dava,
intensa, escuridão… quando desaparecia,
quando experimentava, comia,
nuns ramos bem altos, onde subia,
se escondia, se refugiava,
qual primata, vulnerável
a qualquer inclemência temporal,
despido de qualquer atributo, de qualquer valia,
pouco sabia, só temia,
enquanto vivia,
com medo de si próprio,
de tudo que não compreendia… que via!!!...

… cedo aprendeu, criou e convenceu,
tanta trama, tanto enredo, tanto credo,
divindades que o protegiam,
para todos os males, para todas as situações,
para guerras, para amores e desamores,
com eles se promiscuiu, ilusões,
quantas decepções,
Deus único, variado, confrontado,
provocando danos, dores,
quantos horrores,
agnóstico, mais cerebral, quando situado,
perante o que o rodeia, o enfeitiça,
o embeleza… o atiça,
natureza plena, inebriante,
cativa, cativante,
tal como, quando despidos,
trepados nos galhos das árvores,
de tão castigados, bem desprovidos,
pelas intempéries, seus desfavores,
adoravam a Terra, o Sol, o Vento,
o Raio, o Trovão, o Vulcão… o Momento!!!... Sherpas!!!...
05
Mar06

... um Presidente... fica caro!!!...

sherpas

 

tomada de posse dum Presidente, não acontece todos os dias,

supra-sumo eminente...

quanto alegres, simpatias, convidados aos milhares, vindos de todos os lares,

de qualquer recanto da Terra, num País que se aferra,

na crise em que caiu, nunca, tal coisa se viu,

que se gaste, que se esbanje, é próprio, é indicado,

até que a vista alcance...

numa fiada, um convidado, sorrisos abertos, apertos de mão,

inclinação, vénia, um gesto, está de festa… a Nação,

 

Rei, Presidente, de resto, cerimónia, é imposição,

com pompa, como tradição...

quão singular a festança, nesta doida contradança,

uns, enchem a pança, outros, limitam-se a ver,

com olhos de quem não quer crer,

 

anuindo, inconformados, pobres por todos os lados,

deficiências exorbitantes, com uma dúzia de… extravagantes!!!... …

 

ponto máximo na carreira, simples amador, sim senhor,

sem, tão pouco, ter carteira...

como qualquer profissional, ascendeu, como dilecto, foi escolhido, afinal,

 

de todos, o predilecto, mais calado, mais encolhido,

de poucos ou muitos saberes...

raro ou excesso verbo, com sobranceria ou sem  soberba, distanciado do reles mortal,

fugindo do pantanal,

 

não há bem, que não lhe chega, não há mal... que lhe não venha,

assim vai Portugal, numa divisão que se adivinha, sensação que se disfarça,

que se encobre, se encaminha, como um projecto final,

 

congregação de Poderes, sonho do defunto, referência,

desse bando disciplinado...

como troca, exigência, que reduz a excelência, já concebido… congeminado!!!... …

 

pelos vários convidados, se prevê, o que se não crê, amigos, de todos os lados,

com o mesmo ideal, a mesma fé... de qualquer quadrante do Mundo,

refinado, bem profundo,

 

numa identidade avassaladora, vontade dominadora, voragem que não pára,

aumenta...

mesmo quando se teima, se tenta, fazer frente, emperrar,

não há quem a consiga parar,

 

novo liberalismo voraz, que, de tudo, é capaz, colocando nas alturas,

por más obras, espúrias...

o inculto, o néscio convicto, o sábio, o eleito…, o escolhido!!!... …

 

ligado aos bons amigos, aos ricos, aos abastados, influente, entre muita gente,

não lobriga os sem abrigos...

tão pouco, os remediados, pouco ri, muito ri, quase não sente,

sente bastante, instalado, como gosta, bom recato,

mesa posta,

 

paga certa, adequada, mordomias a contento, viagens, com basta companhia,

resma de representantes...

do governo, das empresas, muitas, caras e com recepções,

bom lugar, bom sustento, concretizar dum sonho, alegria, tal e qual,

 

como dantes, com muito menos surpresas, intocável,

quantas ilusões...

emprego assegurado, quinquenal, com hipótese de duplicar,

assim vai… Portugal!!!... …

 

se será interventivo, mais ministro, do que Presidente,

se entra em colisão...

com o governo da Nação,

se conlui, se acerta… ajudando, se influencia, como projecto, como opção,

do alto da sua postura, como selecta, fina figura,

se retrai sua actuação,

 

juntinho da população, se abraça, beija, algo que se fotografe, se veja,

se anda de banquete, em banquete...

num rodopio imparável, fazendo jus ao papel,

arrastando carga, fazendo frete, rodeado pelo excelso, pelo notável,

 

com palavrinhas de encantar, dando nas vistas, sem parar,

não evitando o que sente...

num esgar…, num repente, logo se verá, na altura, irá dando para avaliar,

já não é candidatura,

tem poleiro,… acabadinho de ganhar!!!... …

 

assim vai… Portugal, mais sossegado, consensual,

acalmia prolongada...

entendimento, preceito, iremos ver o jeito, faremos por comparar,

 

quanto a estadões, frugalidades, quanto a mentiras,

quanto a verdades...

quanto a escolha feita, quanto a pessoa eleita,

no lugar que se propôs, o mais elevado deste burgo,

cadinho dos nossos avós, que aguento, que não expurgo,

 

que não entendo, não concebo, no qual vivo, mantenho, esta minha triste sina,

tal como aquela rainha...

tão distante, fria, indiferente, que memória, não consente,

simpatia, não lhe vejo,

com representação de sobejo,

 

décadas e décadas, continuadas, bem firme, com provas dadas,

cara de pau assumida... numa fuga,… uma vida!!!... …

 

na altura da retribuição, em termos de reciprocidade,

pagar as visitas, pois então...

um luxo, pura verdade, sem parcimónia, com excessos, quantas viagens de avião,

voltas à bola, num frenesim, fazendo como os antecessores,

uns excelsos, uns senhores,

 

cumprindo até ao fim, deveres, obrigações,

retrocessos...

ao longo de um, de dois mandatos, quem muito tem de fazer,

representando bem o País,

como quem diz,

recreando o espírito, a mente, à custa… de tanta gente!!!... Sherpas!!!...

 

04
Mar06

... seres que... são vermes!!!...

sherpas

como maçã bela, reluzente,

apetecível... incomestível, mete-se pelos olhos, aparente,

cativa quem a compra, enriquece quem a vende,

inconcebível, pasmado me quedo, como gente,

DSC03924.JPG

comparo, não descarto,

acontecimento previsto, mais que pensado,

mais que visto, bola imensa, harmoniosa,

que... apesar dos atentados, se mantém bem formosa,

 

girando, num desconcerto, rodando,

chiando, rangendo, manifestando... desagrados,

descomprimindo algum aperto,

oprimindo corações mais sensíveis,

quando os incríveis, nada críveis,

 

levados pela cobiça... que se atiça,

berrando excessos, mostrando injúrias,

roubos profundos, magmas e lamas,

fluxos repentinos, tremuras repetidas... catástrofes e chamas!!!...

 

mortes incontáveis,

sentidas, vermes imparáveis...

mexem e remexem, vulneráveis,

sem senso, pouco hábeis,

 

desconhecedores do que ignoram,

mesmo quando choram... trémulos e crentes,

rezando seus medos, anseios, repentes,

seduzidos pelo que reluz,

vida fútil, farta e basta, com tudo que se produz,

 

num contraluz, mal situados,

insensatos... e maus,

com armas, com fúrias, com varas, com paus,

destruindo, de caminho, nunca sentindo,

a beleza que possuem, destroçando… mentindo!!!...

 

ciência que avança, que descobre, que inventa,

energias que se buscam... quando rebuscam,

quereres que se sobrepõem, quando intentam,

 

quando dispõem, tudo se tenta,

maravilhas da tecnologia, males que surgem, que nos ofuscam,

falta de fantasia, harmonia que não gera,

quando desespera...

 

flor que murcha, que altera,

verde pastoso, prado sem gado, tudo se espera,

tudo estragado, maçã que se não come, bela, reluzente,

enorme, bicho que se multiplica... que corrói, que investiga,

 

que já não tem tempo, que aldraba,

que mente... que oprime porque não sente!!!... …

 

que esconde pavores,

câmara de horrores...

casa perdida, rangente, chiando, com seus escapes,

borrascas medonhas, calores... tremores,

 

montanhas que caem,

que sepultam no momento,

como um triste evento,

esquecido, perdido, sol pardacento...

 

alvor sem poema,

incúria, desperdício, falso dilema,

águas pútridas, ácidas, doentes, conflitos e gritos,

escárnios, dejectos,

seres que são vermes… de tão abjectos!!!... Sherpas!!!...

 

02
Mar06

... variações... um dó, menor!!!...

sherpas

tresmalhada, a criação, inventiva, imaginação,

quanta conversação,

um passar o tempo, descuidado...

uma reinação permanente, um conluio, cumplicidade, bom bocado,

DSC09833

enquanto riem, fingindo, enquanto vão desfazendo,

dando a entender, fazendo crer, neste mundilho, lá vão indo, entretendo,

somando, somando sempre, numa profunda gozação,

que merece, que desfaz, que não rompe, boa colheita, boa fonte, inesgotável, sempre pronta,

que apronta, quando confronta, quando instiga… quando esgrime!!!...

 

ninguém consegue desfazer,

podem crer, por mais que cuide, que arrime, armas diferentes,

outros repentes...nesta ou noutras frentes,

com gana, vontades enormes, pujanças desconformes,

não te chegas, não te bastas, melhor que afastes,

antes… que arrastes!!!...

 

 subserviente, pedinte, não tercendo,

nem torcendo...

não esgrimindo, compreendendo,

rindo, também, ficando mais aquém, desviado de qualquer quezília, 

longe da família,

 

isolado, preparado... mais arrecadado,

resguardado, não querendo,

não sofrendo...

evitando, por se acaso, não é o caso,

 

sem desfalque, desfalcado,

um pouco mais arredado...

numa desconversa continuada, arrazoada,

sem sentido algum, como quem não quer,

como nenhum, tentando ser!!!... …

 

dando a entender... não entendendo,

sequer... nesta disfunção, sem função, pretensão que não pretende, que não entende,

ao fim e ao cabo, tudo de resto, confesso,

 

sem arresto... quando professo,

desentendimento ou provento, contra-senso,

num arremesso... sem propósito, sem fundamento, trocadilhos,

despropósitos, nos meus fundilhos, alguns atilhos,

 

interioridades desfasadas, ruminantes… contestadas!!!... …

 

gozos, choros, lucubrações... assombrações,

imprevistas, as previsões,

quando cativos os mouros, naqueles tempos, idos e tristes,

quando fugiste,

 

me deixaste, só, pensativo... num poiso ridículo, vazio, com um riso incompleto,

pouco aberto,

boca com trejeito, sem jeito!!!... …

 

não aquieto, quando penso... quando intento,

cumplicidade que esvai, que nega, que cai, imaginação, sem razão,

sem reinação, sem intenção,

 

neste mundilho, qual atilho... com trocadilho,

inverdades que cometem, que invertem, que divertem,

brincadeira, sem razão, com exclusão, em construção… da negação!!!...

 

sem ponta, nem pontal, afirmo desenquadrado,

às aranhas, perdido em qualquer lado,

a ver se apanhas, quando descolo, fujo, quando nego este Mundo,

no que me afundo,

 

quando me não puxo, quando me aquieto,

inquieto, me sonego, me refugio,

sem poiso, sem fio,

como pardal saltitante, não cantante, num pio, repetitivo… constante!!!... Sherpas!!!...

 

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