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Sherpasmania

... albergue de poemas, poesias e... outras manias, bem sentidas, por sinal!!!...

Sherpasmania

... albergue de poemas, poesias e... outras manias, bem sentidas, por sinal!!!...

30
Ago06

... porque... se mente!!!...

sherpas

… apartado de tudo e todos,

isolado, num recolhimento propositado,

estando farto de tantos loucos,

nos que me incluo, infectado, afectado,

discussões disparatadas, emoções,

como político, não o sendo,

neste cadinho de perversões,

por aparências, vaidades efémeras,

perguntas, respostas, ilusões,

procedendo como feras,

momentos de crispação,

nervos à flor da pele,

quando se não dá a mão,

quando se teima, quando se expele,

quando se rejeita ideia contrária,

perdendo compostura,

coisa reles, adversária,

não sendo iguais, quanto à postura,

alguns, fazendo da vida um lodaçal,

pelo contacto com o que vai mal,

numa guerra, triste aventura,

continuada, tão adversa,

de quem se crê, se confessa

tão pouca coisa… outro, tão normal!!!...

 

… tanto enche que extravasa,

tanto o copo, como o jarro,

como a paciência de alguém,

quando se perde, se não tem,

coisa vulgar quando se passa

por vezes, esbarro

com gentes menos decentes,

anormais de remate,

que usam, como escape,

ofensa gratuita,

palavra disparatada,

cara que se oculta,

saber coisa pouca, coisa de nada,

oculta ou… disfarçada!!!...

 

… é verdade, garanto,

tento engolir em seco,

fazer com que não percebo,

não entendo, não concebo,

que, por uma questão de comando,

protagonismo bacoco,

se consiga chegar a tanto,

trocar os pés pelas mãos,

baralhar conversas, procederes,

assim às cegas, sem eco,

berrando seus erros, seus quereres,

impondo suas razões,

no seio de tantas confusões,

não sendo, parecendo,

quando se contrariam a esmo,

não sendo iguais aos mesmos

que conheci, anteriormente,

porque se falta, se inverte… se mente!!!... Sherpas!!!...

 

28
Ago06

... amargura que... nos choca!!!...

sherpas

… quando olhamos para uma árvore, pequena que seja,

junção de muitos ramos, imensidão de folhas, albergue de tantos seres,

encimando tronco robusto que brota de solo fecundo,

sem raiz que se veja,

que se oculta, que sobeja,

universo pleno de haveres,

com ninho tão trabalhado,

vedado ao olhar de curiosos,

quase escondido, disfarçado,

com ovos disseminados,

prenúncios dos que hão-de surgir, bem roliços, formosos,

prolongar das suas vidas, penugentos, indecisos,

d´olhos fechados, trôpegos,

desvelo, ponto de encontro, pólo maior, atenção

de duas aves que voam perto, sempre alerta,

orgulhosas do que fizeram, aguardando com emoção,

enquanto o círculo  não se completa,

naquela árvore que observamos,

com ninho quase encoberto,

ali ao pé… tão perto!!!...

 

… é um Universo completo, juntinho a um ribeiro,

águas límpidas, borbulhantes,

com alguns locais bem fundos, como dantes,

correndo o ano inteiro,

por onde passam, nadando nalgum sendeiro

aquático, cardume de peixes vermelhos,

carpas, pardelhas, peixes pequenos,

apontamentos que nos completam

quando se contemplam,

nos preenchem, quando nos encantam

neste momento, curta paragem,

triste viagem,

notícia que se recebe, não aceita,

se rejeita,

mesmo agora, quando escrevendo,

me alheei do que estava fazendo,

pesaroso, entristecido

pelo trágico… acontecido,

a morte dum amigo!!!...

 

… esqueci a maravilha que contemplava,

cerrei os olhos, meditei, saí de mim, fui mais além,

revivi palavras escritas, graças tidas,

recordei aquela figura, bem sei,

o seu inconformismo, a sua revolta permanente,

aquele que foi, que deixou de ser gente,

ausentei-me do entorno, aonde regressei,

passados escassos minutos,

tornei a olhar, embevecido,

aquele espaço esquecido,

aqueles pequenos seres  que vi, adorei,

na árvore de folhagem densa, vetusta,

ninho repleto de ovos ocultos

sob vigilância aturada dos seus criadores,

bem pertinho dum ribeiro de águas claras e mansas,

repleta de peixes delicados, velozes,

contraste de mortes, de dores,

pensamento que se me enovela, ensombra,

quando paras, quando descansas,

quando reparas, quando deparas

com notícia que te arromba,

te empurra para longe da Paz que procuras,

zonas tristes, zonas escuras,

morte sempre presente

sobre todas as criaturas,

belas, resplandecentes,

natureza que se refaz, ciclo que se completa,

afronta permanente, constante,

que se projecta

a cada instante,

uns que nascem,

inocentes, deliciados nos seus bocados,

outros que nos deixam, que partem,

conhecimento que se tem, amargura que nos choca,

alegria que se usufrui, dor que nos toca!!!... Sherpas!!!...

25
Ago06

... Mundos terceiros???... Quais???...

sherpas

… temos de sentir algo, estar prenhes de pensamentos,

ávidos de dizer o que nos atormenta...

quando se pensa, certos momentos,

 

pequenos, grandes, certezas, indecisões... medos, frustrações,

convencimentos,

 

tentativas vãs de alterar o que está mal, assim pensamos, assim tentamos,

invectivas, desaforos,

roupagens com que nos cobrimos... disfarçamos,

quando clamamos...

 

quando choramos, quando rimos... transcrevemos o que admiramos,

reproduzindo por palavras, por escritos, dores, clamores, injustiças, negações,

seus autores, redutores de gerações,

errados, por comodismos, os que nos criam loucuras, paroxismos,

revoltados pelos ódios, pelas raivas,

auge dos egoísmos...

 

pessoais, de anormais que detestamos quando cantamos inquietudes,

louvamos virtudes...

 

levamos mais além o desagrado, berramos,  quanto a nossa voz permite,

barafustamos por qualquer coisa... em qualquer lado,

pelo direito que nos assiste,

 

pela razão que concebemos... não gememos

condoídos, perseguidos,

vamos em frente, como sabemos, mesmo que gasto, desvalidos,

quantas vezes, incompreendidos!!!...

 

… somos muitos,  cada vez mais, espalhados por esse Mundo,

corações abertos...

zelando pela amizade, pela harmonia,

no meio de tanta razia,

 

racionais, irmãos de tantos irmãos,

estendendo as mãos...

acolhendo quem necessita de abrigo, somos elos, somos fluidos,

comunicamos enternecidos,

 

com cores, com credos,  rejeitando os mais enriquecidos,

momentaneamente... neste percurso de todos,

pobres tolos,

 

sem pobres, sem ricos, humanos de qualquer jeito, seres imperfeitos, quando detestam,

quando contestam, se aperfeiçoam,

até destoam, quando entoam... suas revoltas, queixumes,

azedumes,

 

tristezas, demasias, repartições abusivas, injustas, conclusivas, contratempos, contra-sensos,

quando sentimos esfomeados, escassos... em fugas esbaforidas,

em busca do prometido, barcos abarrotados, mortos, vidas,

 

pesadelos intensos, corpos gastos, corpos parcos, olhos de quem pede ajuda de quem lhes acuda,

aflição,

âmago da degradação,

somos muitos, somos poucos, utópicos… quiçá, loucos!!!...

 

… e se, por acaso, fosse em sentido contrário, brancos europeus, muçulmanos, cristãos, judeus,

sem usufruto, sem erário, com o corpo que Deus lhes deu,

com fome, famílias inteiras, doentes, com sonhos sem escapatória, sem saída,

augurando outra visão, outro sítio, um escape, quase indigentes, ainda com dignidade,

tentando revirar a realidade...

 

num gesto, numa coragem, numa luta, quando se ouve, quando se lê, quando se escuta,

que, para lá de certo canal... ainda há uma oportunidade,

se se invertesse esta cruel verdade,

os que estão bem, quedarem mal,

 

fuga generalizada, em debandada, da Europa madrasta, por se acaso,

numa barcaça, numa jangada...

ainda no auge, não no ocaso,

 

esperançosos de vida melhor, fugindo do pior,

esquecendo a vida branca de miséria...

ao molho, numa histeria,

 

tal coisa aconteceria, caminhada palpitante rumo ao continente africano, se, negro e abastado fosse,

Paraíso separado por fosso, quantos não buscariam vida com futuro,

ambiente rico… mais puro???...

 

… Mundos terceiros???... Quais???...

Os que morrem, por não terem dinheiros, esfomeados, desprezados…

abandonados numa barca qualquer???...

Os que matam por excessos… por quererem mais e mais dinheiros???...

 

Mundos terceiros???...  Onde???...  Quais???... Sherpas!!!...  

 

 

23
Ago06

... amigo... desconhecido!!!...

sherpas

… quando nos falta alguém,

mesmo sem sabermos quem,

um nome apenas, uns escritos, idealismos,

repentes, afirmação clara do que se tem,

quedamos tristes, mais pensativos, convictos

de que nada somos, afinal,

simples ponto final,

num texto bem dilatado

que se continua escrevendo,

mesmo depois de acabado

por circunstâncias várias, diversas,

estado bem natural dos que nos deixam,

vão morrendo,

quando vivos, insensíveis,

com teorias bastas, muitas conversas,

razões extensas, baseadas no contexto

que prevalece, bem presente,

em tudo que se sente

sob qualquer forma,

sob pretexto,

tornando-se, como norma,

objectivo definido,

um modo de vida, convicto,

não barreira, não fronteira,

amigo, desconhecido,

descansa em Paz,

tanto te faz,

depois de teres partido,

meu caro… Madureira!!!... Sherpas!!!...

{#emotions_dlg.confused}{#emotions_dlg.mad}

  

19
Ago06

... são feras... às vezes!!!...

sherpas

… impelido por uma vontade mais forte, interioridade,

corpo que progride, que arrosta se não prostra,

perante tormentas, perigos, vagas enormes,

escarpas, quando em terras estranhas, imensidade

que se explana, não se reduzindo de tamanho,

minúsculo...

DSC03947

ser que se não contém, se não atém quando persiste,

porque desempenha, na perfeição, aquilo que gosta

intensa chama, grande adoração pelo que derrama

na branca folha de papel, na voragem dum mar encapelado,

estrondoso o brado,

ínfima figura que se perde nos sonhos que o devoram,

visões… alucinações!!!...

 

… restos que o cumulam, vertem, choram,

quase imploram,

quando escreve num rompante incontido,

corpo chagado, ferido,

que se ergue inclemente,

indo em frente,

face a obstáculos inverosímeis,

inconcebíveis,

 

nas côncavas profundezas da malvadez,

vales sombrios da perfídia, ignominias

quando disfarçadas, dengosas,

prometedoras ninfas que se volteiam

em águas transparentes, aparentes, sedutoras,

mares encapelados, águas agitadas, perigosas,

 

na voragem com que nos engolem, incendeiam,

raios e coriscos, diabólicos gestos, ferozes

termos, quando destroem, não premeiam,

furibundos… tremendos algozes!!!...

 

… tremores, pavores com que golpeiam,

descobertos, sem capa que os disfarce,

não dando a face,

num propósito oculto, abruptos

na inclinação com que se abatem, de repente,

reles, ruins… confusos e brutos!!!... Sherpas!!!...

 

  

16
Ago06

... inevitabilidade!!!...

sherpas

 

… existência da morte que se perspectiva, falência ou vivência depois da vida,

um sorriso duma criança,  passagem fugaz, vertiginosa,

uma luz, laivo de esperança...

curto intervalo, alegrias, tristezas, sobressaltos,  por vezes, atalhada

por vivos incontidos, gente perigosa que não se visualiza,

 

uma festa, um gargalhar, por quererem demais, coisinhas de nada,

ganância enorme, avantajada, quando se dança sem parar, ambicionam poderes que não acabam,

obra maquiavélica, macabra...

quando destroçam, quando matam, uma noite escura como breu,

quando se avolumam com obras doutros, quando se transformam em monstros,

miríades de estrelas no céu,

 

deixando rasto, convencidos que jamais, serão esquecidos, uma brisa fresca em tarde de Verão,

depois de mortos, também, amalgamados… no mais além,

um alívio, uma emoção, aquém,

em fossas, em tumbas, mausoléus espampanantes com dizeres exaltantes,

 

o soar dum grilo realista, aqui jaz, o que de tudo foi capaz,

quando vivo… quando voraz,

no seu buraco, longe da vista!!!...

 

 

… momentos sublimes, radiosos, tão raros, quase escassos, o desabrochar duma rosa,

única verdade que conheço...

olhando ao redor, quando vivo, entregas, sentimentos portentosos,

quando se enleva, quando se mostra,

 

maravilhas que distingo, partilha com outros tão diferentes, variedade ilusória, realidade que se esfuma,

aromas inebriantes se espalham...

mortes que se anunciam, sempre presentes, tornando-nos ausentes,

nos incendeiam coração, afagam,

 

depois de velhos, gastos, destino final, estendidos na urna, sonho, retorno abissal,

arvoredo que, de tão espesso...

sombra se espalha, se estende, louvores ao desconhecido, suas folhas batidas pelos ventos,

entoam, baixinho, são medos que falam,

 

embalos, vagidos, renascer dos vividos, remanso dos vencidos, esperanças tão vãs

cabisbaixos, entristecidos,

dos que ainda são, deixam de ser… foram nascidos!!!...

 

 

 

… pelos feitos bem desfeitos, razias cometidas, rejeitadas, aplaudidas,

estátua que eterniza, que assombra, disfunção mental que predomina,

insanidade que se abomina...

bruta fera, vontade férrea, peçonha, que provoca dor, causa dano, quebra caminho,

 

irrompe, como voragem assassina, em qualquer recanto,

no Paraíso...

onde vivo, onde me abrigo, abraço fraterno, sempre benquisto,

porque existo,

 

ligação que se irmana, compreensão, da vida que brota, uma efusão,

não sou eterno, logo serei morto...

pó que se juntará ao pó naquele horto, depois de extinto,

assim o sinto, enquanto desmereço

o que não peço,

 

consequência do que é inevitável após este breve milagre,

tão pujante, tão belo… inacreditável!!!...

 

… sublimes momentos, penso, tão harmoniosos, tão singelos,

encantos, desencantos, contra-senso...

água do rio, turbulenta, montanha onde nasceste, pradaria onde se estende,

mais calma, tão lenta, sucessão de acontecimentos

na parcela que nos cabe, se guarda, enaltece,

engrandece,

 

que nos sabe bem,  tão concreta, quando se tem, enquanto dura, não se acabe,

nuvens em turbilhão, brancas e densas...

início do que intentas,

 

carregadas, de maus augúrios, negras, escuras, ventanias, fúrias, devassidão,

rugido, destruição...

bem longe de martírios, sofrimentos, guerras, mortes,

outras sortes,

 

longe das dores, tristes pavores, sorriso, canção, dança que evolui,

rodopio, silêncio que se não ouviu...

matanças provocadas, crueldades impensadas numa harmonia que se deseja,

entrega total, compreensão perfeita,

que se ajeita,

 

também faz parte, quando entendida, simples elemento, mais uma vida,

decadência, logo à nascença...

marcando presença,

com um objectivo, enquanto vivo, morto confesso,

assim entendo, assim professo,

postulado absoluto, em todo o Mundo!!!...

 

… bênção, apologia que faço quando desmereço este lapso,

quando me extasio perante o que admiro, respiro,

embeveço...

não esqueço, escrevo, descrevo,  maravilhado pelo sol resplandecente,

pela chuva miúda que se torna rosácea,

multifacetada, arco-íris incandescente,

 

vivos como eu, imensidade de seres diversos tão dispersos, intermitentes, mais rápidos na falência,

alimento doutros, curta existência...

formiga que se esmaga com o pé,

ave que esvoaça, que é morta até, depois dum estampido seco, tiro de quem caça,

não escapa, quanta graça,

 

diversão, extinção provocada, alimentação, fauna tão complexa, flora que nos rodeia,

que nos premeia...

não nos pertence, enriquece esta visão, realidade, doce ilusão,

período tão curto, encarnação!!!...

 

… era verde o meu vale, florido o descampado, mil insectos, plantas multicores,

um chilreio, devaneio,

quanto encanto naquele prado, com labaredas pelo meio,

jaz, acinzentado…

 

breve ressuscitará,  lendas passadas, não creio na Fénix que nos assombra, quando nos faz sonhar,

na vida que há-de voltar...

interpretação de quem se não julga perene, que ama, com egoísmo, entorno que pretende manter,

que se delicia com tudo, que come, tudo bebe,

quer viver,

não matando, tendo que morrer!!!...

 

 

… quando me tocar, já gasto, tão farto do que descarto, humildemente,

como simples poeira que por aqui caiu...

pobre gente, como outra qualquer, diferente,  quando se não quer matar,

que foi estrela, foi universo, deixou de ser, quando acabar,

 

terá de morrer, deixará de ser tropeço, porque o tempo é implacável

quando destrói, sem gozo...

um vivo que fica morto, obra feita, desfeita, esparso esforço,

intento inglório, não meritório quando no envoltório,

momento desaproveitado,

desperdiçado, depois de acabado!!!... Sherpas!!!... 

 

 

 

13
Ago06

... barragens de cimento, de aço, estilhaços!!!...

sherpas

… barragem, imenso paredão que contém,

pára caudal, quando detém,

obra do homem que desfaz a obra de Deus,

junta todo o rio, num aperto sem concerto,

parando destino, caminho,

deixando correr de mansinho,

tirando proveito, gerando força,

energia que acumula, distribui,

postes bem altos com cabos

partindo para tantos lados,

repartindo suas feituras, gota a gota,

mais além,

fazendo correr ribeiros imensos,

caudais mais pequenos,

transformados, lagos parados,

construção de Mundo novo

dando energia a todo um Povo!!!...

 

… aldeia submersa, paisagem de sonho

outrora vale formoso, frondoso,

recanto de aves diversas, berços, espaços,

casas ainda não abandonadas, assim as recordo,

quase dormido, continuo, não acordo,

me ponho

numa anterioridade, interioridade, repouso,

recordação que se mantém,

olhando aquelas águas

espelhadas, luminosas, lambidas pelo sol,

pelos ventos escassos,

acalmia de fim de Verão,

Setembro,

numa sonolência que me torna mole,

sensível ao que me atormenta,

aceitando a inclemência da evolução,

quando me lembro,

muito antes daquele extenso lençol,

imensa mole,

junto ao molhe,

paredão de cimento, barragem

que parou o curso, impediu a passagem,

das muitas gotas que transformou,

energia bruta que se controlou,

distribuiu por fios, por  cabos,

para… tantos lados!!!...

 

… como cursos de rios ou ribeiras atalhados, emparedados,

vidas plenas de energia, sóis e esperanças,

quantas crianças,

no seu desabrochar risonho,

ainda pouco cimentadas,

livres como num sonho,

assim o intuímos porque, já fomos,

tempos recuados, não tão evoluídos,

quando pensamos, nos pomos

tristonhos pelo que vamos vendo,

mortos, feridos,

barragens constantes, contínuas de bombas,

aços, estilhaços que lhes barram o curso normal duma vida,

paragens forçadas, maus encontros que têm,

energia contida,

paredes que se atravessam, que contêm

aquela impulsão, numa explosão que detém

tanta energia, pequenas gotas,

lágrimas que se derramam, choram

quadros que se desenham, pequenas pontas

que se destroçam,

se não olham, quando atalhas,

quando apontas,

não te importas,

longe dos teus pensamentos,

filhos e filhas que tens,

guerreiro que plana nos céus, bem alto,

máquina perfeita de destruição,

carregando num  simples botão,

quanta morte, quanta corrente, quanta gente,

gotas de energia permanente,

sujeitas a explosão,

mortas assim… num repente!!!... Sherpas!!!...

07
Ago06

... sofremos... quando amamos!!!...

sherpas

… encontro, conhecimento breve, convívio,

troca esparsa de ideias, pensamentos ao acaso,

simples excerto no trato, passagem que se diluiu

como algo que surgiu, alívio,

sorriso, gargalhada solta, folga que se nota

desencontros que somamos,

porque sofremos quando amamos, quase choramos,

alegria profunda que acalenta, solta lágrimas, provoca dores,

doce abrigo de tantos horrores,

amarguras, dissabores,

20101022(056).jpg

recanto e diversão, naquele nicho, penso comigo

quando me adentro, recordo, lembro,

sem esquecimento,

privilégio imerecido,

tertúlia que se prolongou pela noite dentro,

já madrugada, apontamento,

deixou marca, completou um sonho, quando me ponho

exaurido, buscando sentido,

deambulando, perdido,

nas vagas soturnas da vida… esquecido!!!...

 

… indelével traço, separação que assombra,

oculta feição, congela movimento, boca que cala,

endurece o rosto que não ri,

como tantas vezes vi,

algo que solta, muda de espaço quando rouba

companhia, presença, gente que não fala,

já não troça, não gargalha,

hirta e fria, exangue, já na mortalha,

quando nos falha,

inicia caminhada mais alongada, depois desta paragem,

mais normal a estadia que se adivinha, eterniza,

nesta voragem,

tão curta, repentina, escusa,

altos, baixos, contratempos,

sopros, momentos, esquecimentos,

rápida passagem!!!...

 

… aquele local, quando me lembro

ao olhar para trás, parado no tempo,

quanto tormento,

esperança maior da vida de alguém que, já se não tem,

foi em viagem maior,

início duma grande caminhada,

despedida sentida, chorada por quem não entende

futuros previstos, destinos iguais,

mais cedo, mais tarde, um calhar,

de quem terá de viajar, esquecimento de alguém,

quando enfrentar esse ocaso, esse Além,

renascer prometido que… trago comigo!!!... Sherpas!!!...

 

02
Ago06

... políticos e... guerras!!!...

sherpas

 … reviravolta, pirueta sem consequências,

entretenimento, simples passar de tempo,

arrazoados constantes, caras que se alteram, transfiguram,

atitudes orgulhosas, inocências, graves culpas, ambivalências,

opostos que se não afrontam, pactuam,

objectivos idênticos, para onde sopra o vento,

unidos, em consonância, absurdos,

discursos grandiloquentes, inflamados,

quando em presença, convincentes,

murros na mesa, disparates que se aventam, nos hemiciclos pejados de gentes,

se conjugam, direccionados,

nos entoam nos ouvidos,

nos fazem anuir, concordar, discordar,

liberalismos provocatórios… avançados!!!...

 

 

 

… sem fronteiras, no pensamento, misticismos que nos confundem,

não elevam, reduzem, escritos e rebuscados,

por aqui, em tantos lados.

concertações… outras intenções,

porque não, três ou mais dimensões,

físicas quânticas inebriantes,

alguns filósofos mais modernos,

espíritos abertos, corpos às ordens, matérias que, de cultas,

se tornam etéreas,

muita terra deitada sobre tudo, sobre nada,

encontros, propósitos… conversadas!!!...

 

 

… escritores que dão brado, bem actuais no seu bocado,

que passam de boca em boca,

metafísicos, cirandam por todo o lado,

fazem a cabeça louca,

de massas anónimas, sôfregas, ignaras nas leituras que não lêem,

com ideias que vão enchendo,

os que, convencidos, se crêem

construindo castelos no ar,

nuvens que se esboroam, alvas, intensas, enormes,

por aqui, em qualquer lugar,

descurando a realidade que nos ensombra,

nos faz casquilhar sobre plataformas falseadas,

secas, mortas… disfarçadas,

esquecer futuros, admitir fomes,

passar por cima de vítimas provocadas,

indiferentes perante a fera que ruge,

que destrói, que mata, devassa, que se instala, não passa,

numa doce conversada… coisita de nada!!!...

 

… em termos de dimensionamento, que não seja só em comprimento,

numa única direcção,

para ambos os lados, para trás, para cima ou, para o chão,

numa espécie de implosão,

quando, até já se faz,

numa guerra que se diga,

que se faça com denodo, armas próprias, sem fadiga,

quando cruel, com logro,

logo após a explosão,

fragmentos amargos que deflagram, que penetram, encaixados no corpo,

que incendeiam, que chispam em combustão,

única saída, solução, amputação,

provocando dimensionamento, em qualquer posicionamento,

dum corpo que deixa de ser corpo,

esfacelado… quase morto!!!...

 

… há quem ignore, quem disfarce, quem busque justificação,

por razões ideológicas, sem lógicas,

mentes que se arrastam, hipócritas, direitas ou tortas, patriotas sem causa,

nacos que, perante quadros negros, obsoletos,

na era da inteligência,

pretenda ser excrescência,

esquecendo razias, concentrações, guettos, inversos,

noutros tempos,

quando recebiam pancada, mortos, esfomeados,

tão débeis, tão fracos, vítimas, holocaustos,

assassinados, queimados,

fornos crematórios, outros purgatórios,

iguais aos que agora incendeiam,

cometendo razia,

destruindo a contento, intento,

paz que assenta na guerra, país que se enterra,

isola, imola,

perante Mundo aterrorizado, miscelânea de sentimentos,

sofrimentos,

indiferente, escandalizado,

correntes que se enfrentam, aplaudem… enterram!!!... Sherpas!!!...

 

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