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Sherpasmania

... albergue de poemas, poesias e... outras manias, bem sentidas, por sinal!!!...

Sherpasmania

... albergue de poemas, poesias e... outras manias, bem sentidas, por sinal!!!...

26
Abr07

... são pedras!!!...

sherpas

... quando se cala, não grita, escondemos de nós mesmos o que nos avilta,

passamos...

como ventania repentina que se levanta, indiferentes aos rostos que se mostram,

vertem lágrimas, sofrimentos, desistem quando se prostram,

 

rasgos profundos na face, duras penas, pedras brutas,

disfarçadas, ocultas...

perante feras rapaces, quantas lutas,

esgarrado do seu conjunto, pária mal acabado, estátua não trabalhada,

defeito de artista distraído,

distanciado...

 

perjúrio, ofensa grave, disfarçamos o que nos magoa,

embora nos doa,

graníticos, duros... impuros,

 

derrubados por intempéries, cataclismos se aglomeram,

rochedos se desagregam...

na contínua, brutal refrega, faces se disformam,

negam,

 

identidade tosca, simples nesga da humanidade que sucumbe,

houve quem descuidou, escultor que confundiu, Deus que esqueceu,

adormeceu,

não viu...

 

fúria demoníaca, sentida, esgar que projecta,

felicidade que não medra...

tristeza que perpetua

flor que não desabrocha, na minha cara, na tua,

 

dores que eternizam, destroem, minimizam, irmãos com sulcos profundos no rosto,

pedras não talhadas, inertes, ocultas, matéria morta,

deformada... quando se prostra,

 

são mortos, são corpos, são pedras, são dores, são vozes que silenciam,

são escritos, são traços, são rostos,

são choros...

 

são mostos etílicos, desbragues, loucuras,

lonjuras...

são amargos os rictus, destinos sem rasgos, são feras, faces que petrificam,

são restos que ficam,

 

são esperas, vergonhas, são fauces... medonhas,

sinais inscritos

na face da pedra, são gritos!!!... Sherpas!!!...

 

 

23
Abr07

... BAIXA... cabisbaixa!!!...

sherpas

... toco nos céus que me cobrem, desvio nuvens cinzentas, alteio pensamentos que me tolhem,

assombro Deuses, Deusas, agarro num Sol portentoso, desloco-o, devagarinho,

encaminho raios brilhantes, ilumino paisagens, recantos, alegro seres pequeninos,

dou-lhes calor, carinho, torno tudo mais formoso,

06092009(011)

aves penugentas no ninho, disfarço obscuridades tenebrosas,

cenas de guerra horrorosas...

sinto-me bem, engrandecido, tocando os céus que me cobrem,

abrigando os que mais sofrem,

 

papel difícil, custoso, tarefa árdua que me proponho, ergo a mão, pensamento,

toco no sonho,

transformo o momento...

 

impávido, sinto-me dono de tudo, qual enormidade que se eriça,

passeia, modifica, compõe a seu modo, no limbo,

profunda moradia dos Deuses, harmonia que busca, poderes que detém,

mais aquém...

quando pinta com palavras que contém,

 

páginas brancas de desdém, cometimentos infinitos,

palavras, sons, gritos...

desvios prodigiosos, grandiosos, não próprios dos vulgares,

nos locais, nos lugares,

 

sorrindo, rindo descontrolado, controlando com espanto,

ambiente, elementos,

puxando o Sol, devagarinho, afastando sombras, chuvas, ventos,

afagando... semeando carinho,

 

arrumando Paraísos,

bem precisos...

compondo o decomposto, com gosto, perfeito, presente que sente,

como gente inocente,

 

dando manta, abrigo ao indigente que dorme abandonado,

num vão duma casa apalaçada, tão só, maltratado,

fuga dos olhos que passam, não olham, cerram pálpebras, fingem,

não distinguem...

 

colunas queimadas dum templo, marcas que perduram, duram, gritam lancinantes,

figuras de santos desfigurados...

mãos estendidas, vazias, em tantos lados,

 

sussurros, vozes com dialectos distintos, luminosidade que se intensifica, queima,

teima...

 

isola quando pede esmola, cão que late, acordeão que entoa música popular, cego que toca,

volteia o tronco, a cabeça com olhos que não vêem, dedos ágeis, caixa que pede,

casa velha que se ergue,

mantém... sustém,

 

cânticos gregorianos que se repetem, soam,

entoam...

nuvem que escurece, desvio-a com um toque da minha mão,

doce ilusão,

 

Deuses de faz de conta que pensam, cometem, perfeição na multidão, esgares,

dão ares...

 

cabeça de fogo, cabelos num rosto incendiado, embriagado,

alheado...

corpo estendido no chão, no caos, desarmonia que espalha,

ladainha do mendigo, drogado que refila... como um cão, afirma,

 

culpando a sociedade que o rejeita, enfeita, desfeia,

remedeia...

 

calor que se intensifica, esplanadas cheias, bebidas frescas, gelados,

gargalhadas sentadas,

instalados...

 

incomodados, cidade velha, comiseração de quem vê, de quem vem,

de quem tem...

como Deus malévolo incendeio, afasto-os, quando passo, desfaço nuvens, alardeio, desavindo, não abrigo,

castigo... mentes, gentes, gentios,

 

pedintes ao desafio, miséria que se mostra,

que se prostra,

entrada da igreja onde me sento, entoa coral... no altar,

 

toco no astro-rei, sinto-me um Deus, afasto nuvens negras, passeio por entre fartos, faminto,

porque os sinto, são meus, quebro regras, faço julgamentos, trago-os comigo...

cidade que se gasta,

se farta,

 

decrépita, quando se despe de finas roupagens, tantas voragens, paredes sujas, enegrecidas,

caídas...

avenidas, ruas estreitas, olhos ávidos, tantos vencidos, mãos que se estendem,

corpos que se vendem,

 

não dão,

passam indiferentes,

estendidos no chão, indigentes!!!... Sherpas!!!...

 

 

21
Abr07

... mulher!!!...

sherpas

... cabeleira basta, ondulada,

negro azeviche,

lençol que se espalha sobre cabeça pequena,

moldura,

caída por ombros delicados,

puro fetiche,

rosto que faz sonhar, sorriso doce, formosura,

nariz como apêndice, linha escorreita, torneada,

fino traço, complemento d´olhos amendoados

bem amplos, rasgados,

prometedores,

cores que não se definem,

entre preto-acastanhados,

consoante luz que reflecte, sentimentos, ânimos,

tão feiticeiros que me enfeitiçam,

quando me olham,

me cobiçam,

 

misteriosas janelas daquele corpo,

templo tão belo,

lábios, duas cerejas vermelho-vivas,

carnudas, apetitosas,

semi-abertas, semi-fechadas,

doce novelo,

visão que me assombra, prende,

quando cativas,

minha fada, minha deusa,

namorada de tantas vidas,

 

nem alta, nem baixa,

média na altura,

mantendo gesto,

postura,

elegância que passeia quando incendeia,

quando fala, se projecta,

logo encaixa,

afasta dor, esquece amargura,

recordação que se mantém

porque me retém,

 

nossas fúrias, nossos desejos,

frémitos, alucinações,

entregas, fúrias, beijos,

partilha de emoções,

união que se repetiu ao longo duma existência,

peitos que afago, esbeltos, túmidos,

composição em harmonia,

meu encosto, companhia,

albergue do meu rosto,

fantasia,

montes de prazer mútuo, entendimento,

apontamento,

labirinto de espaço que percorro,

onde me perco

quando te amo, meu refúgio, socorro,

 

vale do prazer eterno,

colunas bem torneadas,

ventre da criação,

continuação,

vastidão dum Paraíso

que conheço, que preciso,

 

minha culpa, perdição,

imagem que mantenho,

ilusão,

retido nesta prisão,

grilhetas que tenho,

arrasto,

onde me sinto bem,

não escapo,

submisso no que me prolonga,

sem desculpa, sem delonga,

escravo passivo duma situação,

encanto que guardo no peito,

recordação,

meu amor,

minha paixão!!!... Sherpas!!!...

 

 

 

 

 

 

19
Abr07

... vem... de longe!!!...

sherpas
 



... quando apreciamos, sentimos,

emocionados pelo que vimos,

entristecemos

quando sofremos,

com dores, com mortes,

outras sortes,

deliramos satisfeitos, com gosto, quando rimos,

sós, indefesos, tão curtos,

pequenos,

tão justos,

pontinhos apenas,

duras penas,

alegrias, tristezas, partilha de vidas,

lendo, escrevendo,

marcando pensamentos,

sinais que traçam,

que passam,

ficando,

através de névoas,

vindos doutros tempos,


dádivas que repousam em mim,

não sei porquê,

para quê,

tal como foram, assim,

quando as descrevo,

as sinto, as vejo,

combino, acerto,

com fúria, acervo,

desmedida quantidade,

mentira, verdade,


loucura, paixão,

encantamento naquele momento,

passagem, incenso,

olores, visões,

fantasias, imagens,

horrores que me acabrunham,

descompõem,

impõem,

alteram comportamento,

brigam, obrigam, confrontam,

desunham,

afrontam,


num lapso, repente,

abastado, indigente,

coração que abriga,

compreensão,

humildade no trato

que tenho... não gasto,


vem de longe, espúria sensação,

invés do que sinto,

confesso-me perdido,

não minto,

animal ferido,

dor tão funda, fome que não mitigo,

impressão,

doação que se instiga,


se dá, não oculta,

se escreve na luta,

resenha de tudo,

princípio do fim,

sou assim,

cadinho do Mundo,

não sei porquê... está em mim!!!... Sherpas!!!...


08
Abr07

... triste Páscoa... pobre País!!!...

sherpas

...por falhas graves na vida,

carências de ordem vária,

dinheiros, droga que se não tem,

se comete uma investida,

se apaga, se contraria

percurso normal de alguém,

 

estampido brutal, projéctil,

esfacelamento dum peito,

corpo que se abate, tão débil,

massa informe que cai,

desmesurada situação, defeito,

sociedade enraivecida,

involução em acção,

retrocesso no comportamento,

figuras que não dão exemplo,

 

ressurgir do que se perdeu,

é altura, é o momento,

estação que se rendeu,

tempo ameno, mais agradável,

ciclo que se renova,

encontro de valores, saudável,

indo ao encontro doutra prova,

tal como Cristo crucificado,

enxovalhado, morto, bem pregado

na cruz em que o ergueram,

remissão de todo um pecado,

dor enorme que sofreram,

 

esperança que se renova

uma, outra vez,

pobre Mundo que não prova,

não retorna ao que não fez,

seguindo fúria demente

mais pecador,

menos crente,

quanta dor,

 

lá vão,

quando enganam, escondendo,

doce promessa, expectação,

ódios, zangas, martírios,

medalhas com que nos chagam,

imolando rebanhos inteiros,

enterrando dignos, justos,

quando abatem, quando matam,

ostentando ganhos, frutos,

esta a nossa devoção,

ilusão,

 

razias com que enfeitam,

festas, romarias,

fazendo tão escuros os dias

dum Povo que se não respeita,

pedacinho que se enjeita,

se estraçalha a preceito,

com esmero, algum jeito,

 

calúnias, mortandades,

desempregos, precariedades,

insegurança que assusta,

na mira duma arma que saiu do fusca,

corpo ferido que cai,

inerte, sem vida, no solo,

felicidade que se busca,

esperança que ruiu, se esvai,

agravamento, momento... dolo,

barbaridades de grande vulto,

Mundo perdido... oculto!!!... Sherpas!!!...

 

 

07
Abr07

... dores que são... nossas!!!...

sherpas

 pleno de tudo, não tendo, sensação momentânea que gozo na altura,

perpassa por mim, sofrendo...

dor d´outra que sou eu, unidos por profundo sentimento,

 

deixei de ser único, prolonguei-me na pessoa que me completa,

o que a afecta,

meu martírio também, partilho, alívio sentido, sorriso que sossega...

quando desperta,

20100509(038).jpg

um pouco de tudo, temendo, calvário de quem trilha, gemendo, dores que martirizam,

eternizam,

corpo doutra que é meu, prolongamento que me realizou,

já não sou...

somos, tu e eu,

 

sofro por ti, agora, aqui, período de acalmia, sensação boa,

minh´alma regozija, rejubila, cantam os anjos na terra,

corpo que descansa, encerra...

sofrimento que se atira, aliviado me sinto,

 

momento que dedico a esta actividade estranha, que se entranha,

que me avassala...

quando se instala,

 

me conduz, sem eu querer, falando comigo...

do teu sofrer,

necessidade de escrever,

 

dores nossas, mútuas, fracas forças, vulneráveis, permissivos,

incapazes perante mal que nos rodeia,

buscando saída que nos permita usufruir como no passado distante,

longe deste inferno de Dante...

dependentes, passivos,

 

corpo que se agita, se incendeia, se desvanece... num repente,

num só, sinto-me doente,

calo em mim tuas dores...

sou parte, sou todo, somos, estertores,

 

unidos, deixámos de ser o que fomos, alívio, sensação momentânea,

espaço, respiro, emoção,

sou teu, sofro, por agora... aqui,

pensando em ti!!!... Sherpas!!!...

 

 

02
Abr07

... no alto da... falésia!!!...

sherpas

… terreno coberto, verde rasteiro, variago,

o que, vulgarmente, se chama de mato,

espaçado por algum pinheiro manso,

copa alargada, com pinhas lá no alto,

sossego, ventinho fresco que nos toca

no rosto, como carícia meiga de amante indolente,

atenta, prestativa,

quando incentiva,

sensação boa com que se fica,

 

DSC05666

um que outro socalco,

um arrastar de plantas mais ariscas,

defensivas,

nos espinhos que as adornam, flores escondidas,

vermelhos berrantes,

carnudas, rastejantes,

tapetes que se alongam,

tornam fofo o poisar dos nossos passos,

arfante por entre tojos,

escancaro os olhos,

 

tento evitar queda, mau encontro,

viro, reviro a cabeça, oriento,

avanço por meio de giestas, carquejas floridas,

paro repentinamente, pressinto,

no meio daquele silêncio no alto da arriba,

falésia que se estende ao longo da costa,

bem alta, bem posta,

paredão por onde se espalha casario,

sem plano, contraste,

quase desafio que se construiu,

 

perto do areal,

barracos de pedra e cal,

terreno que se quebra,

precipício, abismo,

espaço aberto, perigo de queda,

amplo, distinto,

horizonte que se explana, que nos chama,

mar azul, tranquilo, espelhante,

sol que se reflecte,

nos merece atenção,

inflecte,

brilho que nos encanta de supetão,

que emoção,

 

duma rampa improvisada

se lança, qual ave possante, encantada,

asa Delta que esvoaça,

que plana, passa… com graça!!!... Sherpas!!!...

 

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