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Sherpasmania

... albergue de poemas, poesias e... outras manias, bem sentidas, por sinal!!!...

Sherpasmania

... albergue de poemas, poesias e... outras manias, bem sentidas, por sinal!!!...

25
Mai07

... antes, não foras... parido!!!...

sherpas

... por paragens impensáveis, lonjuras que confundem,

paroxismos inenarráveis no íntimo de cada um,

crueldade que se não dimensiona,

agiganta, impressiona...

quando se conjunta, une, esgarro que não aninha,

temor que desalinha,

DSC02434.JPG

forças maléficas que não suportas,

tanto aguentas, emudeces perante,

soltas torrentes incontáveis...

formas lágrimas de pesar, oceanos de horizonte púrpura sob sol incandescente,

temor vulgar de inocente, cáustico que se castiga,

carrega assombração terrífica,

 

oh Deuses que estais ausentes, tão impotente te sentes,

sofreres, falsas partidas te quedaras num sentido,

cerrado em pútrido casulo...

vontade amorfa, nascituro indefinido, gota rosada sem face,

rolando em parte incerta,

criatura que não desperta,

 

seres que profanizam, templos que derramam chamas ácridas que

incendeiam...

despautérios que te reduzem, lágrimas que soltas em silêncio,

teus penares, desperfeitos,

oceanos de águas fundas, longos sofreres,

 

antes não foras parido,

intenção... num desvario,

cenas ocultas, desafio!!!... Sherpas!!!...


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25
Mai07

... Mundos que se afrontam... em Lisboa!!!...

sherpas

... andei pelas alamedas sombreadas, árvores feitas, frondosas...

flores exóticas, chamativas, espaços bem delineados,

urbanizações estudadas, formosas,

 

amplas avenidas, projectadas, recreios, passeios,

crianças bastante activas... bicicletas, carrinhos,

brincadeiras, caminhos,

ares puros, ribeirinhos,

 

desenhos arrojados...

na construção, um empenho,

cidade que vi crescer, logo após a exposição,

DSC09794

com ou sem especulação,

 

bom negócio, centro de ócio, local aprazível, belo,

quando comparo,

reparo...

diferença que faz sofrer, tugúrios que sempre lembro

na cidade velhinha que tenho

presente, pouco segura,

não tão espampanante, mais pura

 

no procedimento das gentes, singeleza que se mantém,

quando a lembras, a sentes,

ao contrário da frieza impessoal, que nos faz bastante mal,

logo aqui... também em Portugal,

 

diferença abissal, modernidade que se estende

no Parque das Nações...

enlevo de quem tem dinheiro, pavoneamentos, ilusões,

 

tão natural em qualquer racional, próprio da vaidade pessoal,

velharias que caem, derrubam...

no centro da capital,

miséria que ninguém entende, tão pertinho, afinal,

 

não contrario...

seria burrice, desvario,

aplaudo, espero maior equiparação, sociedade que desafio,

 

consciência que se conspurca quando nela... se escondem,

quando nela se escudam

o promíscuo, o corrupto, numa cruel afronta

aos que nada possuem, aos que nada perguntam,

 

quando utilizam o que não lhes pertence, se engrandecem, soberbos...

quando se mostram inocentes, depois de tantos acervos

impróprios, indecorosos,

paralelos, bem gravosos

à sociedade que desprezam, assim confessam,

 

não rezam...

porque se convencem, prezam,

sabedores espertos, mui raros habituados a gostos caros

nas vivendas apalaçadas,

nos esquisitos carros, duplex,s de muitas valias,

influências... razias

nos cofres de cada um, riqueza dos menos comuns,

 

terra de todos, a saque, enfoco, destaque,

por feitos, más artes...

surripianços em desvario, fortunas de vulto,

atitudes de culto,

 

fastio de quem se basta,

se farta...

desespero de quem labuta,

na luta,

foge, se gasta, afasta!!!... Sherpas!!!...

 

24
Mai07

... ping, chap... caiu!!!...

sherpas
 



... som que se espalha pelos ares,

baixo, convulsivo, consoante,

choro de dores, penares,

num instante,


ping, chap... caiu,


lágrima que se estatela no chão,

tal como ovo de galinha em azeite quente,

abriu,

fragmentou-se em miríade de pedaços,

mostrou traços,


curioso que por ali passou,

parou,

reparou naqueles farrapos,

ainda húmidos,

observou,


quanto viu,

o fez arrepender do acto que cometeu,

também sofreu,

antes não vira,

antes passara sem reparar,

antes,

não tivera aquele impulso

avulso,


depois do ping, do chap,


da queda de todo um Mundo condensado,

raiva na lágrima,

grilhetas, medos,

quantos segredos

lhe caem em cima,

triste partilha,

antes não fora ao núcleo da dor

àqueles pedaços,

por ali, espalhados,


com lágrima que cai

já não se atreve,

quanta reserva, pouco lhe serve,


acervo,

excepção que faz,

observação em directo,

local mais dilecto,

quase incapaz,


criança que chora,

lágrima mais pura

quando se derruba,

esparrama no chão,

reserva, ilusão,

promessa que implora,

obervação... menos dura,

porque chora,

assim pensa, assim faz!!!... Sherpas!!!...



23
Mai07

... lágrima!!!...

sherpas

... vão caindo, mansamente, pelo rosto, olhos vidrados por desgosto,

imolamento,

aflição que se deglute, permanência dum sofrimento,

 

traçam rasgos por onde passam, acentuam rugas existentes,

profundas...

deixam marcas por ausentes, saudade duma partida

na hora da despedida,

lágrimas como pérolas, brilhantes, redondas, belas,

manifestação que se tem...

oceano que se não contém,

 

sofrimento que alivia, dor que se não esquece,

dique que rebenta... por alegria incontida,

pequenas coisas da vida,

extravasar de sentimentos em alturas, em momentos,

 

cada lágrima, um universo, no âmago, no inverso,

contradição quando surge...

enormidade que ruge,

simples apontamento, detalhe que se posta

quando se abraça, se gosta,

 

aflição que nos agasta, nos reduz, nos arrasta,

induz alívio constante...

num mau pedaço de vida,

 

à chegada, à partida,

alegria na tristeza... dor que se sente

quando se recorda o ausente,

 

cada lágrima... um oceano

de verdade, de engano,

no ciúme, na paixão, no amor que se tem,

não está na nossa mão tudo q´ela contém!!!... Sherpas!!!...

 

23
Mai07

... regras!!!...

sherpas

... regras que se quebram, vontades que se apagam quando nos impõem,

pessoas que se vergam, alguns que dispõem,

 

regime dos embustes, dos convénios, dos ajustes, das aparências em borbotão...

da displicência, da ilusão, da excelência, do patrão,

são barreiras, obstáculos... são pregas em tecido fino,

vales profundos no caminho,

 

termos obscuros, não vernáculos, condicionamentos que nos dão,

leis dos homens que as têm...

impérvios, quando destinos de quem perde a razão,

perante quem julga alguém,

 

estado de direito, com o devido respeito, que se perverte quando engana,

quando calca, quando trama...

 

bocadinhos que nos dão, assim reza a Constituição,

resma que se ajeita, teima...

protegendo os da toleima,


ascensos protegidos, ignorando os mais esquecidos,

quando os fazem cumprir nas instâncias adequadas,

leis bem cozinhadas,

 

bem de alguns, bem da Nação,

jeitos que fazem sorrir...

 

palhaços que arremetem, gesticulam quando gritam,

que se tiram, que se metem...

que se juntam, que se irritam,

 

que convencem,  aborrecem,

que roubam, perseguem, matam...

que destroem, desbaratam, que se enchem, que se fartam,

 

falhos no palavreado, jungem na mesma canga

do joguinho, do recado...

da fluência que se encarga,

 

da influência que se tem, perante Mundo concertado,

nulo, quase ninguém...

mudo, quase acabado na globalidade, sem ninguém,

 

massa anónima, multidão, esbaforida, sem objectivo,

futuro indefinido, valia, coisa nenhuma,

se oprime, se arruma,

oligarquia que se ajeita...

 

ilusão com que se enfeita... democracia de brincar

quando se prende, manda parar,

se coarcta até fartar,

 

rugas na nossa frente, regras que obstaculizam

que julgam, envernizam...

consoante extracto, situação,

gente de trapo no pé, mais elevada, de estadão,

tal e qual... como é!!!... Sherpas!!!...

 

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20
Mai07

... melões, não são... mamões!!!...

sherpas
 



... nem florista, nem hortelão,

tão pouco adonado de grandes saberes,

botânico de mérito,

conhecedor profundo de frutos, de flores,

simples curioso que repara,

que aprecia,

que compara,

que deprecia num melão, numa melancia,

num mamão,

numa rosa com espinhos que lhe dão,


nos pobres sem teres,


nos ricos dos haveres,

criando arguidos,

abrindo inquéritos,

escondendo horrores,

disfarçando,

pilhando,

constante da vida de quem se cria no cimo,


não reparando nas plantas rasteiras que alongam ramas, folhas, dão frutos,


naquilo em que me baseio,

afirmo,

embora parecidos, tão diferentes,

creio,

consoante o gosto, consoante o uso,

árvores, arbustos, carica papaia, um senão,


melancia refrescante,

vermelhidão

que impressiona,

com picos que deixam marca,

rosa que delicia o olhar,

sabor exótico duma anona,


não se comparam,

bem distintos,

quase iguais,

não reparam,

climas temperados, tropicais,

rasteiros, ali à mão,

como outros mais,


mangos, cajus, abacates, anonas, mamões


pequenos, de grandes dimensões,

cumulativamente, bem juntinhos num montão,

cocos diversos lá no cimo,

papaias ou mamões,

quebrando cabeças quando caem,

maduros, saborosos,

tornaram-se quase triviais,

diferentes como as gentes

não vulgares

como os melões,

bem na mira dos capitais,

mais glutões,

quando se dão ares,

bem no alto das árvores,


palermas de corpo inteiro,


sabores que importámos

quando os comemos,

tão parecidos que são,

daí a confusão

mas, melões... não são mamões,

no declínio, apodrecimento,

tornam-se iguais novamente,

dissolvem-se as ilusões,


nas semelhanças, comparações!!!... Sherpas!!!...



18
Mai07

... sinto!!!...

sherpas

olho o Mundo, saboreio o vento, descubro a vida,

oiço o trovão, recebo a chuva que se abate,

ganha força a nascente que se aviva...

DSC00563.JPG

sinto um rebate... ávido coração que replica,

afago os musgos densos do teu corpo,

perco-me nos profundos verdes que ostentas,

sinto teus seixos firmes que oprimo, meus devaneios, tuas prendas,

comunhão intensa, dilectas fontes, jorros que brotam no que sentes,

 

soam as águas do rio, alongo a vista, rodeio os montes,

contemplo o céu que se reflecte nos teus lagos imensos,

em sintonia, nossos dois pensamentos...

 

magnificentes...

na escuridão surge uma luz, cúmplices permanentes,

 

natureza que explode, nos conduz,

leve tremura se produz...

se dissolve, renasce noutro dia, abarco o Mundo, sinto o vento,

loucura, fantasia, doce apontamento,

 

partilha de tudo que se entrega, prazer que se alonga, frémito,

lufada de frio... longo arrepio,

 

harmonia que encanta, hirto,

perante tudo... nada me espanta,

sinto!!!... Sherpas!!!...

 

15
Mai07

... dorido de... amores!!!...

sherpas

… como nascente de água pura,

cristalina,

remanesce em ti minha sede enorme,

meu pecado, minha menina,

sequioso,

deserto de pensamentos que mantenho,

fixo no teu todo, no teu rosto,

fulcro do meu desgosto,

sustentáculo que retenho na minha existência pequenina,

vulgar,

perante amor tão portentoso,

dedicação dum escravo adornando um pedestal,

GENEVE 563

tentação,

fruição que me sustém porque me segue,

embota meus sentidos, sempre a pairar,

perdido nos meandros da multidão,

tão só,

sede que me avassala, me sonega,

cala,

obstrui qualquer tipo de sensação,

vontade intensa de te beber, garganta seca pelo pó,

nó górdio que me impede, cega,

loucura, paixão, mansidão

apascentando a dor,

final de tensa refrega,

 

mendicante em terras de fartura,

nascente de água pura,

verdejantes campos em tempo de sequia, flor que ruboresce,

fantasia que em mim cresce,

formosura,

complemento que sustenta quando intenta,

brota, rebenta,

doença que se ofusca, desaparece,

minha cura,

elixir p´ra tanta amargura!!!... Sherpas!!!...

 

 

13
Mai07

... desistiu!!!...

sherpas

… acabou por desistir,

sentado com o traseiro no chão,

encostado a uma parede qualquer,

sem se importar, sequer,

com um copo de plástico, estende a mão,

deixou de sofrer, de sorrir,

não quis ir em frente, labuta infindável,

nada agradável,

DSC09748

encontros, maus modos, hipocrisias,

situação lamentável,

mais um entre a multidão,

descartável,

sem partido, sem cartão,

cuspidela que se atira para o chão,

falta de tudo, sujo, imundo,

farrapo que se ignora,

não chora,

 

estende o copo de plástico,

iconoclasta convicto,

que não o aproxima, afasta,

desprezando quem passa

no silêncio que o assola,

contra tudo que o rodeia,

vida que não o consola.

estático,

 

vítima, algoz,

dualidade que mescla na mente entorpecida,

quase feroz,

quando se incendeia,

revolta pela sua pequenez,

no chão,

estende a mão,

traseiro displicente,

bem assente,

 

ausente,

grave consequência,

longe vai a sua inocência,

voltas, reviravoltas,

cambalhotas,

repentes, luta interminável,

descartável,

desistência, sem se importar, sequer,

encostado numa parede… qualquer!!!... Sherpas!!!...

 

 

12
Mai07

... sensação de quem... sente a emoção!!!...

sherpas

… constante incontornável, sensação,

tristeza que surge, se instala,

voz da razão que não cala, manifesta

perante o pouco que ainda resta,

escândalo permanente, fúria demoníaca,

destruição que avassala, provoca dores cruéis, mortandades,

abrigos destruídos, imensidades,

fomes que metem dó, revoltam,

que se avocam,

DSC00196

choros que vão surgindo sonhos que sucumbem,

explosões,

cataclismos que provocam cometimentos,

lamentos,

vidas que se vão apagando,

olhos horrorizados, não vendo,

assim os lavam,

humedecendo,

 

cegueira de quem possui órbitas vazias, secas as fontes,

apartados, sem fantasias, ligados por outras pontes,

toques em tudo quanto é matéria, tacto afinado,

outro lado mais requintado,

superior valia de quem aprecia tudo que lhe é negado,

ocaso, infausto fado,

 

não é espavento antes recalque em sofrimento,

sentimento,

convulso, repetido,

choro que trago comigo perante o humilde, o sofrido,

consecutivo martírio que não julga, perseguido,

 

pervertem,

alteram leis, religiões, princípios,

sujam mentes, gentes duras,

impuras,

não mostram indícios,

desconhecem,

 

bem no centro da exclusão,

Mundo que não lhes pertence por inteiro,

sentidos bem abertos, condescendentes,

esgares que percebem, sons que os alertam,

carnes flageladas, espíritos em ebulição,

deprimidos por falha que os relega do vespeiro,

outras almas, outras gentes,

nobres, válidas nos corações,

maiores emoções,

prementes,

 

apelo ao bom senso dos ímpios,

disfarçados quando arrostam,

se prostram,

não invertendo cariz de feros e medonhos, infernais,

ignorando certas criaturas,

misturadas com… as normais,

como outras mais,

não sendo iguais!!!... Sherpas!!!...

 

 

 

 

10
Mai07

... são vagas!!!...

sherpas

… são vagas que brotam dos olhos,

ondas que resfolegam nas praias,

maresias que se espalham pelos ares

são sons, são seres nos mares

 

… esbracejam ofegantes

na imensidão dos sentires,

soçobram exaustos, como antes,

vencidos nas dores dos porvires,

cáusticos, medonhos,

 

tenebrosos… são sonhos,

pesadelos que assombram

teus choros

transbordantes que lavam teus olhos,

são emoções agitadas nos escuros,

são corpos esbeltos e… puros!!!... Sherpas!!!...

10
Mai07

... outros tempos!!!...

sherpas

… carroças dos meus velhos tempos,

muares que resfolegam, jungindo,

caminhos de terras brancas,

searas batidas pelos ventos,

crianças casquinantes, fugindo,

grupos de moçoilas rijas, tantas,

olhos vidrados de choro, transbordam,

sonhos que maravilham, retornam,

fôlego que persegue, erupção,

magma incandescente,

repente,

DSC01923

fúria do ventre da terra, na serra,

rochedo que brilha e rola, encosta,

vale do infortúnio, má sorte,

hora depois da morte,

encontro,

face com que deparo, reparo,

anjo escuro que ceifa, maléfico,

tempo que foge de pronto,

num ápice,

céu escuro, medonho, terrífico,

porta do pensamento,

momento,

outra vida, outro encontro, outro tempo,

 

confissão de toda uma vida,

cumprida,

promessa que se arrasta,

se gasta,

pranto que não contenho,

imagem que se afasta,

torrente que me alaga,

carpires que se juntaram,

tão doces,

reencontro com um dado tempo,

penoso,

carroças que vão surgindo

nas névoas que se adensam,

formosas,

bando casquinante e belo,

vital,

muares que resfolegam,

jungindo,

num desencontro continuado,

teimosas,

terras do meu passado,

fugindo,

 

dossel que me protege,

quadriga romana, ausente,

lembrança que me persegue,

na luta que se pressente,

futuro que se oculta,

ausência tão inocente,

num tempo que não se culpa,

recordação permanente,

afago que mantenho sempre,

olhos cerrados, recuo,

paragens remotas, passadas,

recreio sombras e feitos,

nas asas dum pássaro ferido,

tudo isso visualizo,

rio, choro, amuo,

vejo águas que estão paradas,

fontes secas, meus ribeiros,

campos amplos, terras brancas,

searas tocadas pelos ventos,

carroças e pensamentos,

mula jungida, teimosa,

crianças que vão para a… escola!!!... Sherpas!!!...

 

  

08
Mai07

... emoções em... pranto!!!...

sherpas

… gotícula que tenta cair pelo canto do olho,

sensação de tristeza imensa que assola,

humidificação dum órgão que é janela,

persiana aberta que cerra,

parpadeante,

teimando em apreciar o que avalia,

recorda,

DSC01986.JPG

acorda gigante que se eleva,

inquebrantável,

gélido cume que acumula alvuras,

insustentável,

avalancha que se inicia com estrondo,

estampido,

jorro continuado que se avoluma,

rola pela encosta aos borbotões,

lava males de alma, corpo que sente,

cúmulo dum sofrimento que acolhe,

sem controle,

 

espasmos que contraem rosto,

copiosos,

êxtases que nos confundem,

contornam,

envolvência que nos conduz,

chorosos,

euforias inebriantes,

lágrimas se soltam,

lavando sujidades já vistas,

depreciando, aliviando,

transbordando,

ridentes,

são torrentes cristalinas,

pura concretização de satisfação incontida,

pedacinhos de vidas,

 

vale da amargura que se forma,

éden encantado que dispomos,

somos como fomos,

tristezas, alegrias, sonhos,

águas mansas que se juntam,

alegrias sucessivas,

depressões,

calmaria que se estende,

acumula,

coração que chora, pula,

janelas em que assomam lágrimas

gélidas de sofrer,

tépidas de prazer,

emoções!!!... Sherpas!!!...

 

  

07
Mai07

... no rio!!!...

sherpas

… arte de bem navegar toda a vela,

segurança e enlevo, destino certo,

aqui, ao longo da costa, bem perto,

parecem gaivotas brancas, aos bandos,

espalhadas pelas águas mansas do rio,

com empenho, em desafio,

ninguém desdiz, certamente,

lá vão, alegremente,

risonhos, peito aberto,

manuseiam aparelhos, cordas, lemes,

esvoaçam,

quando passam,

ouvem-se gritos, gargalhadas,

súbitas disposições, revoadas,

tão diferente daqueles tempos primevos,

arrentela 033

tronco seco que bóia,

tresloucado, corrente abaixo,

perante estupefacção duma espécie de macaco,

nu, especado, confuso, cabeludo,

outra estória,

com osso portentoso numa das mãos,

cavaco tosco, grosso, disforme,

era coisa enorme,

apelativo, interrogativo,

coçou cabelos densos em desalinho,

escancarou olhos, associou

torvelinho no seu pobre cérebro,

sentou, parou… olhou, olhou,

 

nada saía, dificuldade colossal,

pobre espécime, animal,

sapiens homo nos seus passos primeiros,

luzinhas dispersas que despoletam, inquietam,

quantas noites perdidas na caverna,

grunhidos, som que propaga,

imagem que permanece, tronco seco que passa,

bóia e vai embora, afasta da berma,

tenta fazer, experimenta, concretiza,

abre as pernas, põe em cima,

desloca… realiza,

esburaca, quando escava, torna cómodo,

impulsiona, dá velocidade, remos, vento,

uma descoberta, invento, um intento,

arte que se desenvolve,

quando resolve,

 

saber que se aprofunda, cérebro que se inunda,

tempos actuais,

muito mais, em arte se torna,

 

tronco seco que bóia, que voa, paranóia,

desafio, encantamento num dado momento,

arte de bem navegar toda a vela,

sem ser obra poética de desdizer,

cometimento,

avanço que permitiu o que nunca se viu,

ultrapassando a Taporbana,

Oriente aqui tão perto,

tendo tudo como certo,

evolução, com osso enorme na mão,

tronco seco, tosco… confusão!!!... Sherpas!!!...

 

  

05
Mai07

... quando morrer!!!...

sherpas

… quando morto, acabado, fazei de mim o que entenderdes,

congeminai convosco, entre dentes,

pactuai na opacidade das sombras, nas ruelas escuras, sozinhas,

abrigados dos olhares,

nas ruínhas... longe das casas, longe das tumbas,

 

DSC03839

quando já sobras, restos dos corpos que fostes, entendimentos que não tivestes

quando vivos, longe destes ciprestes...

altos, esguios, sofridos, chorosos, pasmosos,

no porte com que se mantêm junto das campas dos mortos,

pragmáticos,

 

não rides por ora, clamai,

chorai...

respeitai minha postura futura, horizontal inanidade na sepultura,

 

peço que não me atormenteis,  que não ides junto de meu estro adormecido,

hipotético espectro que não amedronta,

não afronta...

 

deposto, vencido, carcaça que foi... rutilante,

escabrosa fantasia dotada de magia, toque de mestre singelo, repetitiva

quando viva, sagaz na composição matreira,

quase certeira,

 

hipocrisia da humanidade, ambição da real mentira

que se atira...

quão longe da verdade,

 

não me desassossegueis no descanso eterno merecido,

jazido na profundeza onde repousarão meus ossos gastos, carnes decompostas,

expostas...

 

mente liberta do sonho, descanso que me proponho

quando divago minha morte,

minha sorte...

 

destino de todos nós, encontro com avós, elo, união do que começou,

acabou...

 

alma que vagueia no infinito, esparsos, aflitos,

contrários potestativos,

de vós dependo, como sempre, parte dum todo que permanece,

não falece,  mantendo áurea permanente, rasto que continua marcado desde a origem,

usança... sem temperança,

 

desabrido... resto que fenece, pó, poeira, fuligem, sopro, luz eterna que se apaga,

pequena labareda que passa...

 

não vos afligis, não vos indigneis, sede pacientes,

sede gentes...

para cá vireis, guardar-vos-ei espaço se me adiantar,

quando acabar,

 

lado a lado, sossegados, sob calma que se expande, eterniza,

ténue limalha que nos separa,

ninguém repara...

 

mais cedo, mais tarde, na hora indicada sucumbireis, repastos da voragem que nos apaga,

tempo que não se condói,

que nos gasta,

 

junto dos ciprestes altos, esguios, melancólicos, sombrios, portes que os mantêm…

como vêem!!!... Sherpas!!!... 

 

 

04
Mai07

... simples ou... rebuscadas!!!...

sherpas

… agarrar palavras simples,  tonitruantes, rebuscadas, arrumá-las na prateleira,

obedecendo a regras concretas,

de qualquer maneira...

 

espalhá-las a nosso gosto,  salpicadas como entendermos,

umas em cima, outras ao lado, desenhando no papel, de costas viradas,

intervaladas...

 

mostrando caras, rostos, ideias vulgares, mais complexas,

trocar sentidos, dando entenderes, fazendo crer, comparar uma gota brilhante de chuva miúda de Verão

com diamante facetado, pedra rara...

GENEVE 083

uma rosa vermelha num jardim com uma imagem que nos persegue,

que amamos com muitos quereres, criar um facto novo, uma ilusão,

olhar, quando se pára... uma diminuta criatura que se afasta dos nossos pés,

se protege, não esmaga,

 

pensarmos na imensidão, adorarmos estrela portentosa, energia,

que nasce, morre todos os dias...

sentir a brisa do mar que marulha, se enrola em finas, doiradas areias que se espraiam,

 

saborear fruto delicioso, degustá-lo, descrevê-lo... no pensamento, surgem novos termos,

duros, amenos,

 

como as tintas dum pincel, tons fortes, mais ligeiros, quentes, confortáveis, ténues, sombreados,

tão delicados...

na pintura que fazemos, nos poemas que escrevemos,

 

sentires que nos arrebatam, conquistam, arrastam, ajeitamos,

quando cruzamos...

damos forma ao texto, no papel, no contexto, salpicadas, saltitantes,

fazendo crer, mudas ou gritantes,

 

aos jorros, como inundação que nos avassala, quando se instalam, quando falam, se interpelam,

se isolam,

extrapolam... incontidas, ganham vida,

 

sensação boa, criação que se obtém, imaginação,

azul que nos rodeia, cor dos nossos sonhos,

cinzentos que nos acabrunham quando nos pomos nas dores que não sentimos,

fingimos...

 

intensa labareda nos rodeia, paixão que transfigura o que vemos,

olhamos mais além, confundimos,

presos em masmorras medonhas, fugimos...

 

arrumamos palavras nas prateleiras, ordenadas, sem sentido, salpicadas,

simples ou… rebuscadas!!!... Sherpas!!!...

 

 

 

 

 

 

02
Mai07

... porque... ainda, é alguém!!!...

sherpas

... tarde calma que se extingue, raio de sol que persiste,

a noite pede licença ao dia, lentamente, olhos cerrados,

não distingue,

 

pressente o que acontece novamente, agitar das folhas nas árvores,

frémito que lhe sobe pela espinha, sopro fresco que o acaricia,

fim do dia...

DSC07688

sentado no banco que o aguarda, recebe, ritual já costumeiro,

sorri quando percebe

aquele som companheiro...

 

revoada de pássaros nas árvores, chilreada que o avisa,

que lhe indica,

precisa...

 

final de jornada solarenga, sombra de gosto, feição, descanso da vida que corre,

aviso do dia que morre...

 

quando sentado, meio acordado, revê juventude distante... ente querido, ausente,

vida intensa, presente,

entrega voluptuosa, amante,

 

ambição desmedida... vida que foi vida,

tempo mais recuado,

 

obrigações, cuidados percursos, espaços escassos

nas asas de tantos momentos,

nos pássaros dos nossos sonhos, nas tardes que se vão extinguindo,

no tempo que vai fugindo...

 

chilreada dos pensamentos, imagens que o assombram

quando as busca, as sonha, quando voa sem destino,

sorri deliciado, abre os olhos devagarinho...

 

rodeia todo o jardim, olhar penetrante, sabedor,

todo um monumento,

um senhor...

 

filósofo de idade avançada sentado, sonhando, olha os pássaros de todas as tardes,

sinfonia que aprecia...

música celestial, indício dum fim que se anuncia,

 

recolhimento na esperança que tem

porque ainda... é alguém!!!... Sherpas!!!...

 

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