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Sherpasmania

... albergue de poemas, poesias e... outras manias, bem sentidas, por sinal!!!...

Sherpasmania

... albergue de poemas, poesias e... outras manias, bem sentidas, por sinal!!!...

28
Out07

... amargos de... boca!!!...

sherpas

... nas pregas das palavras enviesadas que atiram,

recônditos esconderijos onde disfarçam

espumas avulsas sem sentido,

sobra de cerveja que jorra do copo,

se acumula em recipientes,

despiciente, quando as instilam,

cálculos medonhos, bem sombrios,

chocolate amargo com travo com que fico,

quando as acumulo em recantos de desencanto,

avaliando mente, chorando corpo,

encanecido pela longeva caminhada

do prepotente que manipula,

engana,

do inocente que maltrata,

arrasta,

 

 

fúrias, tormentos de intempérie avultada,

ciclones medonhos me confundem,

incontidas sensações me arrebatam o sossego,

acumulo desprezo por quem ignora,

quem mente

perante quem desdenha,

quando se desenha,

não chora,

punho firme com que comanda

barcaça desvairada,

sem rumo,

perante arruaça, perante o Mundo,

manifesto que propõe quando impõe,

grandeza tão pequena que desmembra,

contrapõe,

ganha maleita, enferma,

 

desvario duma sociedade de incapazes

perante bestas tão vorazes,

antanhos que reacendem dúvidas,

incertezas,

incréus se alevantam ameaçadores

nas urbes onde se juntam,

gritam

zangas, aflições, chagas, dores,

mostram raivas,

incitam,

 

descontrole que adocica,

bebida que consome,

frescura momentânea que retém

quando disfarça miséria, fome,

não mostra o que ainda tem,

envergonhada,

oh Pátria minha amada,

quando ela passa

humilde na enganadora desgraça

que se oculta,

numa retenção sem hipótese de fuga,

discriminação,

sabor amargo, chocolate bem quente,

com travo,

cerveja que jorra no copo,

espumas que se deitam fora,

sobras, pouca gente,

cartilagem que não sustenta,

carapaça,

protecção inexistente,

ignora,

quando se comanda não chora,

firme na decisão que arvora,

sem escapatória, lá vamos,

gemendo... aguentamos!!!... Sherpas!!!...

 

 

27
Out07

... da vida!!!...

sherpas

 … mulher objecto, prostituta,

mulher que se espelha, devoluta,

que se ocupa, dom do feitiço, mistério do afecto

que permuta

na sua luta,

sedução seduzida,

mulher rameira

tão produzida, ali à beira,

tão reduzida,

desprezível nos seus enganos,

tristes encantos,

20100822(019).jpg

prebenda de pernas abertas,

prostíbulo ambulante,

possui recantos que são valias,

olhos que são janelas,

brilhos que são lanternas,

vermelhos vivos apelativos,

finos traços que estão cativos,

colinas que são desejos

cumes que não se alcançam

quando clamam,

mostram, quando chamam,

compram na altura,

na entrega, na rotura,

 

sereno enlevo,

ânsia, posse de quem soçobra,

rende

sob abrigo dum abraço, dum beijo,

tristezas, loucuras, alegrias,

mulher que sobra,

mulher que esquece,

mulher que vende,

mulher negócio,

mulher prazer,

mulher de ócio,

mulher da rua,

mulher esquecida,

 

corpos que provocam,

vendidos,

na esquina onde se colocam,

incitamentos,

entrega total, oferenda consentida,

ruína que desmorona

templo que foi beleza,

esquecimentos,

indignas do que possuem,

intuem,

mulheres da vida,

 

rendibilidade do que lhes deram quando nadas,

embevecidas perante o que lhes vem,

bem dotadas,

atributos que avultam porque lhes convém,

vida fácil de encantamentos,

 

gozo, prazer, lascívia que troca,

vende,

quando rende,

 

dinheiros que compram corpos,

pervertem destinos, traçam caminhos,

tão vivos, prometedores,

não mortos,

flores de todos, deusas do momento, formosuras,

posturas,

 

por quase nada se mata, conquista, mente,

mau final de muita gente,

ciúme cruel, absoluto querer duma mulher

que não é sequer

o que pensa, o que quer,

ignara criatura

que se explora enquanto dura,

 

sabe-o bem,

quando sobrevive, tem

ignoto mundilho de sarjeta

na escura noite que se adensa,

que não inventa, sustenta,

quando calcorreia, pensa,

 

desprezo com que é tratada

por quem a escraviza,

não suaviza,

incendeia paixão,

como maldição que aglutina doce sabor

com amargor,

explosão que deflagra,

arruína padecimento de amor

de quem seja,

quando sobeja,

 

flutuando em oceano de interesses,

benesses,

revezes,

objecto tão abjecto que desfeia,

não permeia quem acorre,

rendida perante encantos,

com dádivas, com cantos,

nos sombrios recantos

da vida que entrega

na refrega natural que tem com alguém,

quando se tem,

 

meretriz com chulo adequado,

em qualquer lado,

amado... detestado!!!... Sherpas!!!...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

26
Out07

... coisa à toa... logo em Lisboa!!!...

sherpas

… por razões que a razão não entende,

quebra repentina duma linha que se prolonga,

interrupção que suspende

percurso que se atalha,

ínvias confusões,

dúbias explicações,

quando se manipula, se esconde,

se desvirtua o que se não sente,

sem apelação nem delonga,

palavras de ocasião, amostragem de muita palha,

acessórios convenientes

que deturpam vontades, mentes,

inviabilizam caminho mais decente,

auscultação que atrapalha,

pontinhos do desencanto,

néscios que se ignoram,

cépticos que se rejeitam,

 

empobrecidos por causas inexistentes,

serviçais dum espaço que se alargou,

deturpou,

escárnio nas dúvidas de tantas gentes,

 

mais afastado me sinto,

sendo o que sempre fui,

insignificante mas distinto,

mais reduzido no que pensava

quando me considerava,

sentindo,

 

como quem intui,

vislumbro a derrocada que se avizinha,

longínquos dos que lhes dão posições,

servindo quem manobra milhões,

 

canhestros que empilham legislação

favorável a prováveis patrões,

desvinculados do que foram,

já não são,

inocentes, enquanto peroram,

lá vão,

destinando futuros de império que se desenha,

desdenha,

 

valores que se atiram pelo chão,

voto que não vota, revolta,

remendo,

posição minha sobre referendo,

pretendo,

como único,

diferente cidadão,

 

desilusão sobre certo servicinho

de Lisboa, cidade à toa,

comezinho,

beiços que lambuzam, devaneios,

quantos receios,

 

impropérios que agitam coração,

sentires, desespero, frustração,

esperança que rui, desmorona,

sujeição ao elevado,

sem razão,

igualdade que não tem,

clube privado,

orientado,

detestado noutras ocasiões,

guerras, multidões, destinos cruéis,

soldadesca nos quartéis,

armas em riste,

mal maior… tão triste,

 

fusão numa federação consentida,

para lamentar,

sem auscultação,

democracia de brincar,

sujeição,

escrita remetida,

aplaudida por quem a tem,

não serei ninguém,

nada me dirão,

imporão???... Sherpas!!!...

 

 

23
Out07

... soldados!!!...

sherpas

… são más recordações, momentos passados,

revisitados,

cúmulo de emoções, estranha sensação de quem já viveu,

defuntos que voltam quando se olham,

quando se choram,

 

GENEVE 598

tempos que soltam,

espectáculos que exibem, imagens que assolam,

histórias que fingem,

memória da mata,

picada de medo, coluna serpenteante,

tropas à força, petardo que soa, rebentamento,

estilhaços que passam,

corpos que caem,

tiros repetidos, gritos,

gemidos,

sangue que jorra, membros decepados,

olhos com raiva, pedaços virados,

 

incomodados, longe de tudo,

pobres soldados, párias do Mundo,

arma na mão,

ombro no ombro, camaradagem tão sólida,

pedra na estrada,

lama que atola, suor que gela,

arrepios por nada,

receios encrespados,

destinos tão tristes, mãe que se recorda,

anos de escola, amigos de então,

estendidos no chão,

ouvidos despertos,

corpos cobertos,

camuflado em acção, disfarces tão pertos,

hordas enormes,

são brancos, são pretos,

são gritos, aflição,

 

não é diversão, foram cenas de pranto,

desencantos na guerra,

longe da terra,

folhagem tão densa,

tão pouco se pensa

com arma na mão, soldados sem raiva,

dever, obrigação, mente de Pátria ofendida,

luta pela vida,

estendidos no chão,

choro, reza,

perdão,

convulsão, lágrima escondida,

espectáculo que mostra, esconde, diverte,

ocasião,

renega, perverte!!!... Sherpas!!!...

 

22
Out07

... abraço a... alvorada!!!...

sherpas

… gostaria de dançar, cantar,

mostrar o que sinto enquanto vivo,

com altos, com baixos,

dias alegres, sombrios,

risos, agrados de pasmar,

noites de insónia, dificuldade em conciliar sono,

quando me ponho

mais tristonho,

ânimo que me dá, dia seguinte,

bem sei,

para trás, esquecimento,

mau momento,

trago difícil de ultrapassar,

 

depois de engolido,

digerido, esquecido,

 

astro-rei que ilumina o céu que me cobre,

monte, mesmo defronte,

lá em cima, o forte,

encosta coberta de olivais,

doutras coisas mais,

casinhas pequeninas dispersas,

vidas que se vivem por ali,

hortejo, sebe com animais,

alguma pastagem de ovelhas, cabras,

porco na pocilga,

lugar para uma carrinha de caixa aberta,

sempre pronta, sempre alerta,

 

 

caminho sinuoso que sobe,

carreiros vários que se divisam,

 

uma aqui, outra ali,

quintinhas, casarios, montes alentejanos,

não tão estranhos,

doutros tempos,

enganos,

mudaram-lhes o nome,

mais pomposos, com entrada nobres,

telhas de encarnado vivo que os cobrem,

paredes duma brancura que assombra,

trabalho que se junta, acréscimo contra a fome,

actividade de horas vagas,

não pagas,

algumas couves, hortaliças diversas,

frutíferas, leguminosas,

conjunto de coisas boas, gostosas,

empenho, apego à terra que lhes pertence,

recanto que se trabalha, se vence,

 

não soçobra,

se gosta,

 

princípio do dia, dores no corpo,

labuta nocturna que se repete,

se esquece,

maleitas da vida de quem persiste,

ainda existe,

décadas que se arrumam

umas sobre as outras,

difíceis de transportar, às vezes,

com crises, com fezes,

ralações que nos acossam,

pensamentos à solta,

volta que não volta,

como mendigo que esmola,

só peço, para os outros também,

nada egoísta, partilho,

maneira de ver a vida como a vejo,

com um sorriso,

com uma graça,

não custa, fica bem,

engana o enguiço,

 

abro os olhos, espreguiço,

aprecio, como um filho,

tudo que cresce, desabrocha, floresce,

se cria, enleia, enfeita,

repete o quotidiano,

recompensa de quem se entrega

à dura refrega,

com amor redobrado,

na casinha pequenina,

monte, quintinha,

na encosta, na colina,

nas abas do forte,

suas vidas, plena sorte,

quando, partido, dorido,

esqueço a noite,

 

abraço a alvorada,

com vontade… redobrada!!!... Sherpas!!!...

 

 

 

19
Out07

... carpa que se... escapa!!!...

sherpas

 

… quero sentir o cheiro da terra, respirar a plenos pulmões,

calcar pedras na serra, acariciar folhas, flores,

ouvir chilreios pelos campos, ver searas pujantes, fartas,

colher frutos multicolores, ferrar dentes em polpas sumarentas,

auscultar frémitos de prazer, emoções,

risos em catadupa, partilhar diversos amores,

fluir, como as águas de rio que corre,

deslizar por vales de encanto, albergar barbos, bogas, carpas,

retê-los, quando fisgados por anzol,

linha tensa que verga cana de pescador,

agitar que se sente naquela grande mole,

regozijo, fim de vida, engano, dor,

 

palpar areia que se desfaz por entre dedos que não fecham,

mão aberta, condescendente, afago com que intento

acariciar outros corações,

ser diferente, quando penso,

no instante, no momento,

maravilha que se explana,

desfia

como cena já vista no passado,

desafia

vontade que me avassala, quando retenho este querer que me corporiza,

intensifica, martiriza,

 

lembrança dum bom bocado,

quero deter pensamento que me marcou,

como o tempo passou,

desfiar de décadas que modificaram valores,

tantos sentires, sabores,

árdua caminhada,

cheiro de terra molhada,

erva rasteira embebida de gotículas finas, frescas,

no meio de rios, de pescas,

natureza que me embriaga,

acolhe, afaga,

 

dádiva de quem se entrega

quando recorda bárbaros, hordas,

com intuitos destrutivos,

não apelativos,

furores que provocam mortes, fomes, sofrimentos,

na perseguição da refrega,

na luta pela valia,

medonhos pesadelos que os fustigam,

inverso da vida, pujança, alegria,

catatónicos, quase amorfos,

rígidos em profunda epilepsia,

instalados em poltronas doiradas,

imóveis, parados,

figuras assépticas,

velhas, gastas esqueléticas,

insondáveis,

descartáveis,

 

mão na mão, olhos nos olhos,

juntinhos, os dois,

doces, perfeitos, bem feitos,

jovens, donos do Mundo,

futuro naquela margem,

sombra fresca, densa, fotografia, paragem,

homenagem,

continuidade da verdade,

promessa que se conjuga,

comunga,

quero sentir essa vida,

realidade que me foge,

parte dum todo, terra que cheiro,

ar puro que respiro,

água que encobre, resguarda,

tão lenta, quase parada,

emoção de quem apanha,

com sanha,

peixe livre que se enganou,

puxou, tentou,

se desprendeu de anzol,

com vigor, doirada, forte,

sua sorte,

carpa que se… escapa!!!... Sherpas!!!...

 

 

 

17
Out07

... outro tipo de...voragem!!!...

sherpas

... distribuindo sorrisos, condescendente, vai desfilando suas belezas, encantada

consigo própria,

nas curvas harmoniosas que ostenta, eufórica,

não necessitando qualquer tipo de retórica,

encantamento que ofusca, deslumbra,

criando multidão de escravos, rendidos

a tantas prendas,

nos seios que se projectam,

nas curvas mais íntimas, secretas,

na penugem que se esparge, macia, leve,

naquele monumento que é corpo,

que a eleva,

fazendo-a descrer da sua condição humana,

sopro da vida, décadas que passam,

 

quanto se engana,

 

mãe de tudo, paixão intensa, amor, uma chama, doce permanente,

memória ausente,

caminho escasso, esplendor que cega,

auge, nas alturas a que se eleva,

madura, apetitosa, embevecimento, pézinhos tão leves,

braços perfeitos, pele sedosa,

contentamento,

pernas torneadas, perfeição do Mestre,

obra-prima que se aprimorou,

delicada, bela, insensata, perdida por ela, não pensa em nada,

paira nas nuvens,

 

visões tão puras, ignaras vertigens,

 

alvo de desejos inconfessáveis, posse dela, posse doutros que a cobiçam,

partilha que instila quereres incomensuráveis,

fruto apetecido que volteia, cativa,

convida, aproxima, afasta, rejeita,

 

tão bem feita,

 

quase objecto, querendo porque se gosta,

enjeita posteridade, fim a que se destina,

continuidade duma raça que se prostra,

berço do que há-de vir, fruto do porvir,

 

enlace do que dá, do que recebe,

 

quantos versos, metáforas, símbolos, fantasias,

rosa que desabrocha,

amante que sofre, chora,

gota que cai, refúgio aconchegante, densas magias,

entrega de corpos, hinos da vida,

canto inebriante,parte dum todo, daquilo que fomos,

donde viemos, formas diversas,

pólos que se atraem, belas que são, feiticeiras perversas,

ursos e ursas, gatos e gatas, cães e cadelas,

contrárias e belas,

carocho e carocha, formigas que veneram rainha que origina,

abelhas que voam sobre campos floridos,

pólenes que fecundam plantas dispersas,

 

girafa tamanha, burro com burra,

patos que grasnam, leão que urra,

touro que berra, arca completa, refúgio de todos,

parvos e tolos,

gentes que adoram, pensam demais,

sendo iguais,

 

cadinhos que esquecem,

 

rugas que surgem, andar arrastado, mais torpe,

quando cansadas, já velhas,

carnes flácidas, ofuscamento dum corpo,

quase morto,

 

pele que se engelha,

 

assados na grelha, lei da vida, cadeia alimentar,

os que morrem, os que se comem

acabando por ficar, maneira de estar,

período alargado até terminar,

quando se degrada, irrompe, fugacidade que se teve,

 

passagem tão breve!!!... Sherpas!!!...

 


13
Out07

... alquímica formatação... duma emoção!!!...

sherpas
 




... dádivas, plegárias, entregas preciosas, raras,

conotação com divindade com que deparas,

alquímica formatação duma emoção,

sensação,


labiríntica pedraria que deslumbra,

enormidade que confunde, inebria,

pranto que alonga, ridente,

prazer que tolda razoabilidade,

enigma que derruba, afunda,

lenda que contrai, fantasia,

busca insana permanente,


somos deuses exacerbados por tantos lados

quando nos propomos,

compomos,

esmiuçamos segredos ocultos, tentamos,

revirados,

cientistas loucos do pensamento, ténues como prefixos,

afixos,

titubeantes perante cristalinas lágrimas que tombam,

diamantes, pedaços de carbono puro,

estragos que nos assombram,


parentes chegados do líquido precioso, transparentes,

sempre presentes,

composição do que alteramos, mares abissais,

gregários como corais,

tentamos alquimia como fuga,

transformação,

transmutação!!!... Sherpas!!!...

 

 

12
Out07

... cânticos na Terra... em delírio!!!...

sherpas
 




... rosa vermelha de sangue, pétalas de seda,

oferenda que faz,

tapete macio ornado de

gotículas de orvalho que deslizam,

brilham,

levam pólen entregue por insecto

ao santuário mais que perfeito,

inebriante afecto,

complementação,

milagre da realização,

natural

penetração,


natureza colorida em festa,

galas na Terra que se repetem,

glórias que se atingem

em tudo que se transforma,

aceita, participa, não contesta,

pétalas que caem, dão forma

a fruto que vai surgindo

numa Primavera feérica

que nos deixa, vai seguindo,



apetências que recrudescem,

magnetizam,

completam ciclo permanente,

frémitos, fluxos

convulsos,

apertos, carícias

que jorram, nascente,

corrente em união,

transmissão de sentimento,

refrega calma sem feridos nem mortes,

parecenças num acto mais físico,

busca, entrega,

aceitação,


como rosa entreaberta,

sedosa,

cúmulo da imaginação,

fantasia com que se pinta

em qualquer situação,

não dependendo da estação,

desde que se ame, se sinta,


orvalhada na sua húmida caminhada,

descoberta,

complementaridade,

busca da vida,

realidade que nos transtorna,

transforma,


desejo

num beijo,

pacto secreto no escuro,

claridade tão rosa,

tão pétala

aberta!!!... Sherpas!!!...

 

 









10
Out07

... festa do... senhor feudal!!!...

sherpas

... estava composta a cena com algazarra, mesa farta,

bem ajaezados os nobres, damas de longas tranças,

criadagem a cirandar, terrinas de ouro, prata,

corpos esbeltos, jovens imberbes, velhos barbados,

cetins, sedas, veludos, brocados, músicas, danças,

amplo salão, tapetes vistosos nas paredes,

risos por todos os lados,

comportamentos de época passada, gargalhares sonoros,

sorrisos, gemidos lânguidos,

lencinho que se deixa cair com malícia, farfalhares,

artistas que volteiam pelos ares,

DSC01640

chama imensa na chaminé, javali que volteia num espeto,

jorram vinhos por tantos copos,

adagas fincadas na mesa, bocas que mastigam carnes,

olhos gulosos, barrigas fartas, arrotos de satisfação,

bobo que faz sorrir, palafreneiros recuados,

bárbaras usanças, comezainas em imenso salão,

trovador que improvisa trova de feição,

tempos idos, mais recuados,

 

há festa do castelão, senhor feudal que oferta

jogos diversos, banquete, ajuntamento aos que o servem,

espadeiradas no terreiro, cavalos com cavaleiros,

justas com lanças, povoléu delirante que se comprime, aperta,

bandeirinhas, coloridos aos que passam, aos que vêm

compensar os que foram primeiros,

esforços dobrados, ferozes perante damas que cobiçam,

que convencem, embevecem,

 

recompensa, lauta ceia ao entardecer,

suores, urros, murros, choques metálicos, armaduras,

sons cavos bem certeiros, num ganhar, num perder,

nobreza da fortaleza, da guerra constante, muralhas

dos feitos, dos encantamentos, dos retiros, da criadagem,

possantes embaraçados nas rendinhas com brocados,

serviçal que se apronta, especado como pajem,

 

camas com dossel, remansos desejados,

amantes em reboliço, com sorrisos, com viço,

lencinhos que se deixam cair, espanejamento que se deseja,

sem que ninguém veja,

num segredo disfarçado,

longe do bulício, num recato,

 

esforços naquela luta, esforços redobrados,

torneios que são lutas, banquetes lautos, barulhentos,

músicas com trovadores, bobos, artistas que se contorcem, saltam,

risos, gargalhares, promessas que são desejos,

continuam, não acabam,

festa no castelo, senhor feudal,

no leito, quantos abraços... beijos,

corpos que revolteiam, doce ponto final!!!... Sherpas!!!...

 

 

09
Out07

... corais!!!...

sherpas

... alegria incontida,

vertem-se lágrimas como pedras preciosas,

brilham quando caem,

jorram

cúmulos de tesouros de toda a vida,

transformam

como por magia,

processo de pura alquimia,

não resistindo à tentação,

em ametistas, topázios, diamantes, corais,

raridades esquisitas, formosas,

 

pérolas negras

brilhando na opacidade,

sofrimento de quem não sente,

rir continuado, alarve,

satisfação plena que goza,

manifestação própria de gente ornada por momentos,

repentes que alteram os sentidos,

convertem sentimentos,

 

riqueza de quem possui,

intui,

arca com conteúdo tão profundo

não rui,

ergue arcos, castelos

tão belos,

riqueza incomensurável,

eternidade que sustenta, mantém,

quando dá o que se tem,

derramando o que mais nos custa,

incalculável,

quase assusta,

inenarrável,

 

milagre, transformação,

panelões gigantescos,

colheres, apetrechos desmesurados,

fumegantes,

recipientes variados,

sensação,

como gigantes,

poder absoluto tão diferente,

contenção,

fantasia, obscuros calabouços,

construção

medieval num Merlim de Camelot,

lenda que se construiu

 

adequada para qualquer época,

anuência num imenso complô

fraternal, maternal, filial,

abissal,

 

somos tão poucos,

quando moucos,

quando loucos,

preciosidades que nos deslumbram,

acusam,

encobrem habilidades quando partilhamos,

não enganamos,

damos!!!... Sherpas!!!...

 

 

 

08
Out07

... migram!!!...

sherpas
 




... bando de aves que passa,

estende por céus abertos,

migração d´época, mudança,

busca do berço, criação,

foi-se o Verão,

frios despertos,

desolação,

revoada, contradança,


sonhos que partem,

sempre as vi tão ligeiras, gentis,

plenas de graça,

isoladas, agrupadas,

visitas curtas, outros fins,

destinos certos,


longínquas planuras viçosas,

flores com gramíneas, leguminosas,

climas amenos, mais discretos,

paleta de pintor enlouquecido,

campo colorido,

fuga dos cinzentos, nebulosos, encobertos,

sem reflexos, por Sol ausente,

sem gente

que se esconde na profundeza dos lares,

aos pares,

com pais, com filhos, sozinhos,

agrupados nas novas covas da modernidade,

seus ninhos,


protecção contra a aversão,

acomodamento,

olhando, com ênfase, p´ró boneco que mexe no ecrã,

revendo estórias conhecidas,

falando, enquanto escrevem no computador,

ouvindo falar de fome, de dor,

recordando imagens idas,


águas mansas, jardins permanentes

as aguardam,

por cá

tornaram-se raras, quase ausentes,

rudes ventanias, chuvadas intensas,

agrestes invernias

que as empurraram

para lá,

noites grandes, curtos dias,

intempéries que urram

ao desafio,


desconforto para quem vive nas árvores,

nos ares,

para quem tem tão pouco abrigo,

penas que as acamam, débeis corpos,

ágeis nos espaços, em grupos

lá vão, agarrando o Verão,

noutras terras, noutras paragens,

migração!!!... Sherpas!!!...




01
Out07

... canis... libertus!!!...

sherpas
 




... pelo passeio, sem asseio,

farejou, deu duas, três voltas,

posicionou-se com esforço,

defecou

sem coleira,

sem eira nem beira,

sem lei, sem escolta,

livre de o fazer, como quer,

como bem entender,


olhou em redor,

espaços com a mesma cor,

para cima, para baixo,

seja para onde for,

corpo que não lhe pesa ainda,

numa correria, brincadeira,

folgado, vazio,

cão vadio,


tempo de feição,

sol que abriga,

mão amiga,

restinho dum Verão

que acaba,

não tendo nada,


numa ruela, numa esquina,

numa estrada,

nada acontece quando alivia a tripa,

se esfarripa, se esganiça, se espreguiça,

se esforça sem trela,

cão sem dono,

mazela que queda no chão,

dejecto nada higiénico,

abjecto,


que nojo,

afirmação de quem vê, contesta,

aceitação pela razão de ser irracional à solta,

desliga, não importa,


lá vai pintando o asfalto, calçada portuguesa,

largo enfeitado, florido, composto,

a gosto,

firmeza que completa enquadramento,

salpicos que nos fazem desviar,

cautelosos nos passos que damos, atentando no chão,

ainda assim não esmague aquela pintura,

gravura de relevo,

enlevo,


contragosto de quem deprecia,

alergia à merda que sobressai,

que cai de ânus abertos, propensos,

libertos,

na vida que têm enquanto vadiam,

aliviam!!!... Sherpas!!!...

 


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