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Sherpasmania

... albergue de poemas, poesias e... outras manias, bem sentidas, por sinal!!!...

Sherpasmania

... albergue de poemas, poesias e... outras manias, bem sentidas, por sinal!!!...

28
Dez07

... tão bela!!!...

sherpas

... era bela,

com o seu cãozinho à trela,

na avenida que preenchia,

lá ia,

dando passos lentos, firmes,

olhando os passantes,

como favor que lhes fazia,

andantes,

iam, vinham, desapareciam,

Paris 115

figuras em que se não detinha,

não sabia o que faziam,

universo reduzido que tinha,

seus requebros, seus enlevos,

sua companhia

na ponta da trela que trazia,

fantasia de quem ia,

num final de tarde vazia,

como qualquer dia que se repetia,

no lugar de sempre,

feliz, contente,

assim era ela,

 

o canito defecava,

raspava,

cheirava,

fazia um simulacro de fuga,

contida,

mantida,

trela que se retesava,

puxava,

repugna,

prendia sua fantasia,

companhia,

estimação peluda, negra, bela,

como ela,

gania, ladrava,

ouvia reprimenda maviosa,

fluíam palavras musicais,

sons que brotavam daquela boca formosa,

notas soltas, divinais,

envoltas de mistério prometedor,

doce esplendor,

conjunto harmonioso,

tão bela,

lá ia,

 

a avenida retumbava de gozo,

quedava diferente,

mesmo os velhos do grupo do repouso,

nos bancos, ao Sol,

erguiam os olhos, sentiam-se gente,

recordavam passados distantes,

comparavam,

pensavam,

apreciavam aquele conjunto que fazia parte,

ao fim da tarde,

tão bela,

diferente,

no meio daquela gente,

anónima, apressada,

que tão pouco a molestava,

 

composta, passava,

firme quando calcava,

passos que dava,

erva densa que recebia dádivas da sua fantasia,

flexionava seus elegantes membros inferiores,

estendia plástico preparado,

mal olhava,

embrulhava,

afastando das suas impolutas narinas,

levava,

braço retesado,

cara disfarçada num esgar tipo sorriso,

lá ia,

deitava no sítio adequado,

preciso,

 

ar de Primavera em pleno Outono soalheiro,

apontamento repetitivo,

como horário que se tem de cumprir,

tão bela,

canito com trela,

frenético, aflitivo,

puxava,

gania,

fingia,

ameaça que passa,

disfarça,

arremedo dela, meio a rir,

pintura que se produzia,

quadro dum devaneio,

num ir e vir

numa avenida com muitos passantes,

alheios, estranhos, pensantes,

 

lá iam,

nos bancos, os velhos olhavam, seguiam,

satisfeitos com a companhia,

sorriam!!!... Sherpas!!!...

 

 

27
Dez07

... flamingos!!!...

sherpas
 




.... máquina em punho, contente,

quase saltito, enquanto caminho,

aproximo-me daquela gente,

chusma de mirones na baía,

óptima companhia,

comungam de gosto idêntico,

pespegados,

olhar fixo, brilhante,

encosto, por ali fico,

direcciono objectiva, aproximo,

ângulo mais aberto, perante,

alguns comentários soltos,

dedo em riste, de quem admira,

vai falando,

sorrisos que gargalham satisfeitos,

quadros perfeitos,

pose tão natural de quem faz pela vida,

buscando alimento,

inesperado acontecimento,

tinham estado,

foram partida,

foram lembrança, foram momento,


grande bando,

pouco rosados, alçados em pernas longas,

pescoços compridos, bico preto, curvado,

quase três patas quando procuram sustento,

corpo no alto, arredondado,

ligeiramente afastados não reparam em quem pára,

aprecia, fotografa,

trânsito que acalma,


burburinho provocado,

ânsia de descobrir o inusitado,

aproximação de quem gosta,

sem pergunta, sem resposta,

embevecidos,

espécie de adoração,

profunda emoção,


flamingos que nos visitam outra vez,

sinal positivo que nos cativa,

águas menos pútridas, talvez,

revés naquilo que nos incentiva,

respeito pelo que era,

muito antes,

primevos tempos, harmonia,

pausa ou espera,

coabitação que se fazia,

hino à vida,

lugar para todos,

somos tão poucos,


quebra duma loucura colectiva,

inversão

numa caminhada cega,

aversão

abjecta,

que... tanto afecta,

naquela margem,

quase parecia uma miragem!!!... Sherpas!!!...

 

 

23
Dez07

... escravos modernos!!!...

sherpas

... recôndito que é muito meu, acordado, rendido nos braços de Morfeu,

incessantemente... procuro resposta adequada,

razão lógica sobre o que me aflige, enraivece, atinge,

rasga, como relâmpago inesperado em noite escura de trovoada,

 

toda esta pasmaceira... cegueira colectiva,

que não convida, esconde, mistifica realidade incomodativa

no cerne do que conheço, gregário que se comprime,

aborreço,

 

insisto, com teimosia que me caracteriza... inferniza,

depauperos que me envergonham, centauros informes que vomitam centelhas incandescentes,

monstruosas criaturas que se pespegam sobre inocentes,

 

distinção que inferioriza... escravização de multidões,

raças que sossobram sob jugo desses ferozes, carnes que minguam, esqueletos que sobressaem,

lágrimas que não correm, vidas que caem,

quantos vivos, nascidos já mortos... morrem constantemente,

são gente, são mundos, aflição permanente,

pesadelos que me agastam, profundos, postos, repostos,

 

luminescências fantasmagóricas gritantes... alienação, perseguição constante,

quadros tão vis, degradantes,

 

incontrolável... arrastado perante o que vou vendo,

crente adversário da adversidade, não disfarço, não prometo,

berro por dentro,

 

sonho com Fénix renascida das cinzas do descontentamento,

alinho palavras ácidas, agrestes, ventanias gélidas, repentinas... tento alterar realidade,

alteio o que se não louva, louvável,

caritativo, amável,

 

por dádiva, por feito gravado nos recôncavos orbitais das retinas... palavras, actos que engrandecem,

se não agradecem,compreendem, tão natural face ao que está mal,

tanto triste na Terra, tanta penúria de Natal,

 

inversão do cataclismo que se avoluma... intempérie sempre presente,

em qualquer recanto se arruma, vítimas que se atolam, incontáveis,

conversas intermináveis, sorrisos que são precisos, bebidos, babados,

começos acabados,

 

convencidos, perdidos... seguros, incertos,

dispersos nos majestáticos encontros, recontros que são contos,

passados infindáveis, viajados em mirabolante caminhada de enganos,

entretenimento dos descontentes inumeráveis,

reuniões de falsários, escondidas em armários

 

dores, chagas, pavores, fomes... doenças, mortes escabrosas,

imagens, escândalos, personagens faltosas,

 

são líderes, são chefes, são claques, são gangues... dementes conscientes, irracionais que se postam,

arrimam, colocam, peroram, apostam,

pequenos vaidosos, diversos pândegos e pategos como antes, repetição de erros, afinação duma situação,

coitados que são,

 

tão poucos, tão loucos na imensidão... tratados, convénios,

tão falhos, ingénuos, canalhas convictos, delongas na solução,

impérios que se formam, blocos tão extensos,

dinheiros apensos,

 

tristezas que fazem montanhas de mortos,

são mentes... são corpos,

 

soluços que sinto no peito... convulsos na raiva que se transmuta em choro imperfeito,

sentidos num deserto de pensamentos, vácuo tão denso que me tolda,

não molda, converte em grito que sinto,

escancaro boca que reabro, não reprimo,

 

ecoa no alto da montanha, no leito do rio... no mar do Norte, tão frio,

estremeço estruturas de barro, lamas que escorrem, misturam no chão,

viscosidades que vertem conteúdos abjectos

sobre os menos dilectos, não afectos, indiferentes

a essas gentes,

 

são almas, são mentes, são corpos... são mortos,

nesta nova era que se espera, a da suprema... escravidão!!!... Sherpas!!!...

 

 

21
Dez07

... preparativos!!!...

sherpas

dom de ver,

orientar tudo que mexe,

do alto da sua omnipotente posição,

dá para entender

quando cresce, quando se olha,

volteia, não parpadea,

não hesita,

não belisca, sequer,

não fora ele o capitão,

 

comanda,

ordens mais altas que cumpre

naquela busca, demanda,

cuidados que são redobrados

sem receios, com recados,

sem folguedos, sem festa,

antes que a noite inunde tarefa,

preparativos, vozearia no convés,

alguns gritos,

apresta-se tudo que resta

olha a todos de revés!!!...

 

... veio a noite,

estafados, corpos de bestas desconformes,

animais entre animais,

descalços, fortes, rostos hirsutos,

autênticos brutos

espalhados por qualquer canto,

sonos profundos,

desatados, rendidos, desencanto,

escuridão que oculta tudo,

agitação que se refreia na quietude do local,

junto ao barco, perto do mar,

 

ainda mal o sol rompia, se espreguiçava a marinhagem,

era mais noite que dia,

apetrechos a funcionar, ordens que se ouvem dar,

velas que se içam,

enfunam, reboliço concertado,

começo da aventura,

levam rumo mais que pensado,

rota de azar,

de fortuna,

imensa incerteza se avulta no que se esconde,

oculta

para lá daquelas águas

que terão de navegar!!!... Sherpas!!!...

 

20
Dez07

... lagartas!!!...

sherpas

... era bola colorida com azuis, brancos, verdes,

rodando sobre si própria, recebendo energia,

agregada a fonte portentosa, com teimosia,

tal como outras mas... isentas de magia,

por um calhar, lagartas surgiram,

várias formas, diversas maneiras de evoluir,

mantendo sem sobressair,

 

buscando resposta para si própria, curiosa,

destaque da que recebeu aquele toque

divino,

incompreendido, aceite como tal,

colossal,

 

lagarta que mata, que explora,

lagarta que chora, que afasta,

 

mudou posição, divergiu,

dedos que se opõem,

dispõem,

quando reparou, se viu,

versatilidade,

outra realidade,

pequenas diferenças que se tornam grandes, imensas,

dão berro, causam dano,

modificam qualquer engano,

buscam, rebuscam,

fingem, ocultam,

modificam, espreitam,

acautelam, desesperam,

confrontam,

 

lagarta que crisalidou, parou,

lagarta que enoja, se prostra,

 

bola rodando, azul, branca com verdes,

seres diversos que dela se alimentam,

enormes, medianos, pequenos, minúsculos,

tantas voltas teimosas junto à fonte,

energia que suga, emprega, agrega,

mais forte com água que surge, relâmpago, trovão,

 

medos de quem ouve,

esconde,

treme, não entende, escuridão,

côncavo remoto, sem voz nem voto,

receio de quem grunhe, de quem geme, ignoto,

 

lagarta que não modifica, pára, fica,

que não chega a ser insecto perfeito,

indigna, ao se ver no seu desperfeito,

 

criatura que pugna, que luta,

olhos abertos, longínquos, despertos,

sem causas, raízes, gravetos,

folhas, frutos, árvores bem densas,

cabeças vazias, apensas,

descobertas que surgem,

habilidades que urgem,

juntas, multidão duma espécie,

procriação que prevalece,

modificação do entorno,

abuso, estorno,

direcção que se conjuga,

adensa, comunga,

 

lagartas que destroem, comem,

extinguem,

lagartas que fingem,

 

sobressai doutras, calca, destrói,

mastiga, digere, empanturra, devora,

não deplora, já não chora,

castiga, instiga, enfrenta, devora, rói,

explora, extingue,

aumenta, não lamenta, intenta, esquece,

fortalece,

corrói,

 

lagartas que não sabem, julgam,

não cabem, lagartas que não pugnam,

 

bola que gira, cinzenta, doente,

sem verdes,

brancos diferentes,

azuis pestilentos,

tornados intensos,

calamidades, ventos,

águas em fúria, tremuras de medo,

cataclismos em surdina,

são pestes, são hinos,

atoardas com que matas,

destruição concertada,

caminho enegrecido,

vermes convencidos,

amálgama que consome,

 

lagarta que é homem

no ventre da terra,

sujidade que apesta,

nódoa que detesta,

que avança,

balança,

adona do Mundo,

tão sujo, imundo,

com dor...

Senhor,

sem metamorfose,

sem pose!!!... Sherpas!!!...

 

 

 

18
Dez07

... natal... tão igual!!!...

sherpas

... pelo muito que lhe quero, não consigo,

espero,

mudanças de relevo, com razão, empenho, alteração do caminho,

perda da soberba, indiferença,

minha crença,

quem parte, reparte... não como quero,

com respeito pelo instituído,

alterando quem protege influente, amigo, com cartão, com partido,

maior parte, bando de abusadores que enganam, por sistema,

estratagema,

 

egoísmos que não aceitam, enjeitam sem arte, hipocrisias,

manias...

vontades próprias com artistas disfarçados, naqueles palcos, amplas assembleias que nos machucam,

acabrunham,

 

disparate... tão pouco sentido de Estado

em tanto lado,

 

mundo pequeno, instalações a preceito, lauta ceia,

puro veneno... que recreia,

anestesia que se esparge, quando age,

fantasia sem magia, resultados desastrosos, são tantos,

escabrosos,

puros algozes da COISA pública,

com súplica,

 

rostos chupados, famélicos... retratos a preto, a branco,

deméritos,

ferozes na atitude impúdica perante medrosos, choros, prantos, insanáveis situações,

regozijantes acumulações,

 

milhões que somam milhões, nas falências, deslocalizações...

com fusões,

 

globalização dum sistema que se uniformiza,

sobrepõe, inferniza...

 

bem comum que se não materializa, miséria que persiste, voluntariado que fica bem

junto de quem não tem...

banco dos esfomeados, mal empregados,

sem dinheiros avultados,

 

Natal que mostra cinismo, laxismo, sociedade que se desequilibra,

tão opaca que não brilha...

seio dos indigentes que se aproveitam, são notícia,

espécie de sevícia,

 

quadro dantesco que se repete, faz parte,

compete...

caridade de quem reparte com arte,

donos do bolo, no âmago de tanto tolo,

revolta que se vai sentindo, cânticos despicientes,

inadequados, desajustados... nas mentes!!!...Sherpas!!!...

 

16
Dez07

... caravela das descobertas!!!...

sherpas

… caravela das descobertas,

cais da partida, areal coberto de gentes,

cordas que esticam, aprestam,

panos que enrolam nos mastros,

caminho aberto, finas frestas,

colosso de madeira, bojudo,

armazém de víveres que chegam,

arrumam em sítios sombrios, fundos,

quase pejado, de carvalho o cavername,

costado de pinho, de ferro o cavilhame,

mastros possantes com cestas nas gáveas,

grito do alto duma delas,

 

da ponte de comando,

vozeirão que se sobrepõe,

firme, vigiando,

enquanto põe, dispõe,

olhar feroz que deita

sobre marinheiro derreado

encostado numa barrica,

conversando descansado,

 

olhar de quem enleia

amor que deixa por uns tempos,

mulher nova que se meneia,

doces momentos,

recordações

na hora da despedida,

fuga, em busca doutro Mundo,

dia que arrasta uma vida,

 

doce balançar, águas calmas,

mansas, prometedoras,

conchego de tantas almas,

refúgio de tantos medos,

cofragem de grandes segredos,

bem juntinhos, moldados,

companheiros de todas as horas,

preparação do que temem,

viagem que se repete,

sãos, válidos, não tremem,

 

ajeitam o que se segue,

olham a gaivota que descola,

adeja,

a terra que se deixa,

fazendo por esquecer,

não pensando, sequer!!!... Sherpas!!!...

 

 

13
Dez07

... folhas secas!!!...

sherpas

… folhas secas no chão,

em profusão,

tapete almofadado ao longo de avenidas arborizadas,

misturadas com lixo que se vai acumulando,

pedaço de papel, uma beata, uma lata,

maço de cigarros amarfanhado, plástico em ascensão

soprado pelo vento que sopra, frio, com os olhos no chão,

pensamento que evolui enquanto vou andando,

ouvindo pássaros que regressam no final do dia,

incomensurável sinfonia,

nos ramos nus, pequenas bolas enfunadas, chilreando,

repetição, numa cidade fronteiriça

que, agora, pouco se agita,

ruas com passantes, portas cerradas,

contrário do Verão com amplas esplanadas,

 

burburinho em casas suspeitas, portas fortes, negras,

blindadas,

aproximo-me duma, abro, escancaro,

baforada de fumo com que deparo,

junto ao balcão, música em surdina,

jovens em profusão,

bebida na mão,

tertúlias, convívios,

com alcoóis, com porros, com drogas,

cumplicidades,

atracção de pólos opostos,

outras verdades,

 

sexos que se buscam, se unem,

entendimentos, segredos,

bem postos, sem medos

no interior daqueles antros, serão vícios,

amalgamados se encontram naquele conchego,

amigos do peito,

com barulho, sem sossego,

 

maneira de vida, com copos, com tapas, com petiscos,

noutros abrigos,

num dia feriado, calmo, gelado,

urbe onde passeio com enlevo, conhecida

de toda uma vida,

prolongamento de quem vive na fronteira,

aqui à beira,

complemento desta,

cidade minha, mais modesta,

escape de quem se interioriza, por vezes,

como em qualquer grande burgo

onde me afundo,

explano pensamentos, mãos nos bolsos,

avenidas largas pejadas de folhas secas,

no chão, espalho os olhos,

papel, desperfeitos, lixo que se não recolhe,

chão que acolhe sobejos,

atitudes, desleixos!!!... Sherpas!!!...

 


11
Dez07

... grupo compacto!!!...

sherpas

…. grupo compacto, ridente,

guinchos prolongados, andamentos,

cabeças de vento, atitudes de quem olha para trás

se contempla, contenta,

usufrui a pouca idade de ser gente,

despontam ornamentos

corpos que se formam na década e meia que possuem,

olhos abertos, cabelos à solta,

dão saltos, dão voltas,

mexem, remexem braços, pernas ágeis,

da vida, intensa voragem,

ávidas pelo porvir,

experiência na amizade que se solidifica,

início do que há-de vir,

 

 

são bandos barulhentos,

risadas que estremecem tímpanos,

refrescos em tardes quentes ou frias,

final dos dias,

noite que se aproxima,

liberdade de descobrir,

lá vão,

quase mão na mão,

tão juntas, unidas que estão,

 

são filhas, são jovens,

vorazes, velozes,

são machos, os contrários,

misturados, às vezes,

entoam vozes,

incham pulmões, mostram o que são,

olham displicentes,

agregam conversas,

dão beijos, abraços,

dão voltas diversas,

juntam regaços,

devoram momentos,

regalo dos olhos

quando se devoram,

adoram,

são tempos… aos molhos,

 

geração que se atropela,

não pára, não pensa,

vive como na tela,

dão vazão aos sentimentos

na rua, na avenida, no banco do jardim

extravasam,

ao colo, enrolados,

abraçam

debaixo do nariz de quem passa,

de quem vê,

sem preconceito, ao jeito,

tão natural, assim,

sem mais nem porquê,

são grupos compactos,

são jovens, aos molhos

frente aos meus olhos,

com risos, com pactos,

ridentes,

diferentes… outras gentes!!!... Sherpas!!!...

 

 

05
Dez07

... criatura!!!...

sherpas

… encruzilhada complicada,

ideias que se atropelam, confrontam,

afluem, afrontam,

envolvem gentes confusas,

arbítrios de quem julga,

não comunga, enviesa, oculta

no que considera luta,

valores que não possui,

diabólico sorridente, prometedor,

como no alto da colina com o Senhor,

explanando, com braços abertos,

dádivas de maravilha, tesouros, tentações,

criando tantas ilusões

nas mentes dos menos professos,

 

 

repetição dum acto,

atentado que é pecado,

desrespeito pelo que somos,

quando esquecemos quem fomos,

ludibriados de novo,

como incautos, como Povo,

sabor que tenta, bocado amargo,

tempo parado,

filme antigo já passado,

rejeitado,

 

simplificamos, vamos no logro,

não medramos, regredimos,

caímos no fundo dum poço,

enlameamos dignidade,

afogamos na miséria, atolamos o corpo todo,

desfazemos a esperança,

invertemos a realidade,

vivemos sonho ruim

na vida que se não padece,

futuro que não chega, avança como cavalo,

bofetada como estalo,

dor que chega, permanece,

quando, amnésico, tudo esquece,

 

convencimento, mais um repente,

triste ausente

sempre presente

espreita como fera raivosa,

faminta, cruel, desairosa,

pronta p´ró combate pela posse,

satânico que se afila,

se firma, como se fosse

relâmpago que tudo apaga, encandeia,

cerra olhos, cerra mentes, tudo instila,

tudo mastiga,

espezinha quando castiga,

numa luta, numa briga,

 

povo que lavas no rio,

ignorância que te mantém,

quem nada tem, simples pavio,

chama de quem é ninguém,

contributo que procura

quando sem créditos, ruptura,

descoberta… a criatura!!!... Sherpas!!!...

 

 

 

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