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Sherpasmania

... albergue de poemas, poesias e... outras manias, bem sentidas, por sinal!!!...

Sherpasmania

... albergue de poemas, poesias e... outras manias, bem sentidas, por sinal!!!...

30
Abr08

... formigueiro!!!...

sherpas

... num carreirinho no chão lá vão, ordeiras, afanosas,

dando curvas sinuosas,

carregando suprimentos em profusão,

encontros que contornam, sem queixumes, sem lamentos,

não chocam, umas que vêm, outras que vão,

cumprindo obrigação,


 

 

esquema tão concertado, sem qualquer explicação,

tarefas de quem obedece,

não esmorecem,

não arrefecem,

saltam qualquer barreira, enxameiam mas não esquecem,

seguindo em frente, multidão,


 

quase torrente que busca caminho, água deslizante que se solta,

liberta do ninho, barragem de contenção,

numa fuga que não volta, descida que a empurra

tão célere, junta, segura,

objectivo que pretende, encontro de irmão com irmão,


 

ajuntamento num recanto, outro tipo, acumulação,

sugada por quem precisa,

satisfazendo securas, dando gosto a quem tem sede

vinda lá das alturas,

subindo troncos, verdecendo folhas, flores,

deleitando vales, outros sabores,

vida que se renova,

inova,


 

por vezes cruéis, quando enfrentam, devoram,

lutam, matam, impõem força que têm no conjunto,

objectivo que as instiga, sobrevivência,

como o caudal que inunda, como as gentes que trucidam, não choram,

coisas deste mundo com o qual me confundo,

enfrentamento de contrários, valência,


 

somos como a corrente dum rio, como o formigueiro que cumpre,

consoante caminhos que nos dão,

desabridos, sem compaixão,

fúrias de quem não sucumbe,

destinos que nos guiam os passos,

alguns riscos, alguns traços,

quantos mártires, quantos devassos,

lutas insanas, obrigações,

quantas raivas, aflições,


 

formigueiro tão denso, caudal viçoso, buraco que some no chão,

armazém que se não enche,

gente que forma multidão,

tarefa que não acaba, umas que vêm, outras que vão,

enfrentamento, imposição,

carreirinho tão perfeito, corrida que fazem, sua função,

mundinho minúsculo, tão perto,

feito a esmo, com jeito, quando o olho, desperto,

quando unidos, acumulação,

congemino, quando penso,

ordeiras, afanosas... lá vão,

furiosas, descontroladas,

que tráfego tão intenso!!!... Sherpas!!!...

 

 


 

28
Abr08

... nevoeiro!!!...

sherpas

... nevoeiro cerrado naquele descampado,

DSC00530.JPG

silêncio de morte, imprecisão total,

tão só, desamparado,

mente fervilhante, atropelo de ideias disparatadas,

tantas pistas incertas me reduzem, confundem,

medos que surgem,

parado, contemplo aquela cortina espessa,

véu que me impede de ver seja o que for,

ligeiro tremor,

arrepio que me sobe pela espinha, cabelo que se eriça,

sinto vibrar todos os pedaços que me compõem,

comprimem numa amálgama densa,


 

informe,

deixo de ser homem,

faço parte daquele conjunto que se aglutinou,

quando parou,

caiu, massa geral

sem formas, sem cor, sem som,

inexistência momentânea que cala,

me chama,

enovela, acama,

sinto-me crisálida fechada,

transformação que sossobra, se esvai, morre,

lentamente,

ausente


 

o tempo escorre,

envolvimento em algodão doce,

sensação que sinto, me ocorre,

pela brancura, como se fosse

componente do fenómeno que ocorreu,

quando, naquele dia, se deu,


 

algumas pancadas surdas, interiores,

compassadas, agora leves, espaçadas,

ritmo alucinante, no início,

mais descansadas, quando me adentro, contenho,

coração que bate, aflição no desconhecido,

retenção do que não quero pensar,

rodeado por manto leitoso, perdido,

oceano infinito que se estende sobre náufrago com temores,


 

dou um passo, hesitante, regresso,

vou, venho

para o sítio que piso, que sinto, que tenho,

cambaleio, estendo os braços, tacteio, não avanço,

tentativa de insucesso,

aflito, não descanso,

escancaro os olhos cegos que não descortinam,

agudizo audição que não trespassa aquele silêncio,

ausência de odores,

imaterializo o que não corporizo,

associo, faço parte do que me enovela,

preenche, anela,


 

grande mole que me anula

naquele descampado com nevoeiro,

num lugar que deixa de ser, impreciso,

sem escapatória, qualquer saída, fuga,


 

vai clareando um pouco, menos pesado, cortina mais ligeira,

espécie de fumo que se evola, espalha,

alguns ruídos distantes me chegam,

contornos que vou lobrigando, esborratados, quase informes ainda,

sorrio, encontro-me com algum esforço, hesito,

passo as mãos por mim, sinto o que sou, olho, vejo,

quando me firmo,

pés bem assentes no chão,

que emoção,


 

mais controlado, reparo no que me rodeia,

anima, incendeia minha existência,

raio tímido de sol que rompe, ilumina o entorno,

quebra o momento, aquele transtorno,

manto que destapa anfiteatro de luxo onde me encontro,

natureza pletórica que recobra entorpecimento casual,

vida mais normal, cores de sonho,

quando em mim me ponho,


 

abrindo todas as janelas que possuo, tão dotado como outros pelo que sou,

grato pelo que me dão, pelo que dou,

personagem insignificante do que fizeram com arte,

minúsculo apêndice obliterado por nevoeiro denso,

quando penso

naquele intróito, curto espaço... num descampado, em qualquer parte!!!... Sherpas!!!...

 

26
Abr08

... discurso!!!...

sherpas

... colocar um pontinho no discurso, disparatado como tantos outros,

inclinação,

antes que derive, mortifique posição diferente, opção,

nesta gaiola de loucos,

 

19042009(050)

interesses que se acumulam

na jogatana do empurra quando, furibundos, dissimulam

no anfiteatro,

quem se esganiça, berra, urra, fala mais que barato,

líder dum bando contrário, não apelando ao bom-senso,

buscando briga, enfrentamento,

num ganha, perde constante,

espectáculo degradante,

não respeitando adversário,


 

pensando nada nos poucos,

esmiuçando, com afinco, uma saída, aplauso ou posicionamento,

glória vã, de momento,

um sorriso, um assentamento,

aquiescência de quem vê no local, na têvê,

ganho, na certa, mais tarde,

posta de quem aposta, quem arrisca tudo na jogada,

quando afirma que gosta,

que faz, refaz o que não fez, doutra forma, desta vez,

coisa à toa, disparatada,


 

fracos cometimentos, afazeres de pouca monta,

poucos préstimos, sentimentos de quem não passa de simples montra,

armazém quase vazio,

gente de quem me não fio, nem com tanto auto-elogio,

quando a memória remonta,

busca, rebusca, faz de conta, se investiga, nada encontra,


 

são assim, fracos esquecidos, audazes delambidos

no exercício do pelouro, fazendo das tripas coração,

denodo, quase ousadia,

dando prebendas, com desdouro, no meio de muita emoção,

inebriados pelo Poder,


 

luzinha tão ténue, débil, fazendo cabeça a qualquer,

pouco consistente, volátil,

como se mostra mas... não quer!!!... Sherpas!!!...

 

 


 

22
Abr08

... olhos tapados!!!...

sherpas

… tapo os olhos com as mãos,

tento reter visão que se me depara,

colorido pujante, cheiroso, naquela álea do jardim

onde me perco, seduzido,

permaneço estático,

o tempo passa,

vou caminhando por fim

GENEVE 674

pelo meio de tantos irmãos,

rebentos que desabrocham por todos os lados,

flores que abrem suas pétalas viçosas,

insectos nos seus mundos diminutos,

borboletas que volteiam, pousam delicadamente,

revoada de aves por entre arvoredos,

sons, os mais variados,

jardim pletórico, enriquecido,

tão perto, tão longe, tão esquecido,

expondo, inocente, seus segredos,

quase perdido,

 

recanto de encanto, prazeres partilhados de quem se mostra,

se deixa ver,

de quem olha à cautela,

pensativo, cativo por tanta coisa bela,

num sem querer,

só por e para ver,

 

oculto minha presença

como parte ingrata dum quadro mágico,

insignificante, perante,

quase intruso que se adentra, apático,

quase rasgo incomodativo,

degradante, naquela harmonia que se não ofusca,

aceita, deleita, completa,

não afecta,

alteia, rebusca

composição dimensionada,

quase imóvel, parada,

variada,

 

flora redundante, envolvente,

convidados para repasto,

néctares dos Deuses,

embriagantes odores  descubro quando passo,

viventes menores, revezes,

logo após porta que atravesso de repente,

dela me desfaço,

 

cacofonia medonha se abate,

chega, me trespassa, me devassa,

ruído de automóveis, gentes,

pregões, discussões,

risadas despropositadas, gargalhadas,

desperto,

encaro outro Mundo, tão diferente,

choro amargura do que me não tenta,

regresso

ao outro universo,

volto à fantasia que me delicia,

escancaro os olhos por aquela vegetação luxuriosa,

indolente, preguiçosa,

 

aprecio seus vassalos, dependentes,

convidados de festim tão vasto,

baile intenso sob folhas, pétalas delicadas,

ares enfeitados com teias finas,

borboletas abrindo, fechando suas asas,

abelhas afanosas, zumbindo,

chegando, partindo,

criaturas tão débeis,

de costas voltadas,

espaços paralelos,

vidas tão plenas, locais tão belos!!!... Sherpas!!!...

 

 

 

17
Abr08

... entretenimentos!!!...

sherpas

… atropelos na praça da cidade,

empurrões, emoções,

ressonâncias que se passeiam sobre os presentes,

cantor no palco, lá em cima, no alto,

quebra, torce, requebra o corpo, vozeirão que lança,

sons lancinantes da guitarra que balança nas mãos,

que dança, não cansa, salto que prega,

não sossega,

batem desconcertos os corações,

DSC01646

 encanta, espalha sentimentos diversos,

arremessos,

incitamento aos mais jovens, quase homens,

desorbitados pelo artista, na liça,

exemplo dum momento que se preenche,

se busca,

 

se entende, se aplaude, se julga,

comunga,

união na música que enleia, cativa, cerceia,

rodeia,

 

envolve, resolve, absolve penas de então,

cantiga, canção, poema sem letra,

guinchos, sons estrondosos,

luzes que volteiam, jorros que inundam

os que são turbas, repentes... multidão,

 

risos, gritos,

movimentos com saltos,

socalcos bem altos, costumes que são ritos, têmpera de agora,

estilo diferente da gente que sente,

se une, não zomba, aceita... por ora,

 

concerto gratuito, fortuito,

entrega que esparge alegria, cacofonia,

intuito,

confusão, arremesso sobre os que estão,

imersos nos sons que volteiam,

ateiam,

 

inibem, comprimem vontades, verdades tão espessas,

conversas avessas, contrastes,

disfarces rapaces, intenção

dos que servem... vorazes,

 

panelas bem cheias, espécies tão raras que comes,

reparas,

são porcos às vezes, são tretas, são fezes,

revezes...

interesses!!!... Sherpas!!!...

 

 

13
Abr08

... ausências!!!...

sherpas

… sem ninguém, desvario de casas que se amontoam,

janelas trancadas, portas sem alma,

pessoas já mortas, restos de esperas,

ausências marcadas,

fugas cerradas para outras terras,

 

futuros que buscam, juventude que parte,

nada se queda, ruas que tem,

vazias, sem vozes, sombras esparsas,

sussurros e traças,

rasteiros, às vezes, ratos que passam, saídas velozes,

memórias que se esbatem,

pedras calcinadas por sol que abrasa,

tarde sem fim, calma tão grande, finura da teia,

tão bela, se enfeita num canto da janela,

mancha, sequela,

 

tecedeira apurada, armadilha que monta,

aranha que espreita, mosca que encontra,

banquete que guarda no tempo que passa,

sem gente, sem nada,

 

confins da serra, lá no fundo mais fundo,

vale viçoso, perdido,

regueiro que corre, canto afinado,

já foi terra, foi mundo,

lugar esquecido,

 

casa que foi berço,

telhado já gasto, sem vida, sem nada,

com tudo fechado,

lamento de pássaro que voa,

não pára,

se perde no ar, desaparece, dispara,

azul tão denso, nuvem cinzenta,

pingas que caem,

que formam charcos, recônditos, esparsos,

esquecidos os espaços,

imagens se esvaem,

 

 

cúmulos esfumados, brigas, recados,

clamores que se ouviam, turbas, rebanhos,

ajuntamento de gados,

sons de chocalhos, constantes na serra,

assobios, montados,

serranos robustos,

cabrestos com pastos nos lombos dos burros,

resfolegares com custos,

 

liças, justas, fenos, palhas,

aparelhos com tralhas, enfeites com cestas,

frutas na horta, couves às costas,

mesas compostas,

jarros com vinhos, filhas com filhos,

 

comunidade tão junta, vida pujante,

tempo que não volta, recordação d´outrora,

imagem que fica na face que chora,

 

terra abandonada, porta fechada,

janela trancada

 

noite que inunda,

solidão como tumba,

rato que sai,

mosca que cai,

aranha que compõe teia tão linda,

tempo que passa no dia que finda,

vale de ninguém

emaranhado de casas vazias,

ruas

tão nuas, minhas e tuas,

 

saudades de alguém,

conjuntos vazios,

jungidos os bois, terrenos, desafios,

tarefas sem regras, labutas tão duras,

são casas, são pedras tão puras,

calcadas com dor,

lágrimas, suores,

são sedes, sentires,

esperanças, regresso,

afastamento, insucesso,

esquecimentos, provires!!!... Sherpas!!!...

 

10
Abr08

... aurora!!!...

sherpas

… ao longe, no largo fronteiro à residência,

gorjeio que soa, permanente,

sobre telhado de habitação,

negro pássaro de feição,

bico amarelo que entoa,

pouco anda, pouco voa,

19042009(052)

esmiúça espaço, espreita sol que desponta,

não adivinha desgraça, embala sono ligeiro,

início do dia, primeiro,

despertador de cada manhã que me chega,

quando me conta

seu enlevo, seu desvelo,

junto de ninho por perto,

abrigo que tem na certa, vigilante da sua prole,

naquela folhagem mais densa,

árvore de grande porte,

 

logo atrás da casa de Deus,

igreja que tenho na frente,

companhia de tanta gente,

sorriso que se entreabre, murmúrios teus que são meus,

canto continuado, gorjeios,

 

não sossega,

vai desfiando suas queixas, alegrias, pensamentos,

não despega,

cérebro reduzido, completo,

sons que espalha pelos ares,

quantos encantos, doces cantares,

 

levado por embevecimentos,

tão aberto, tão ecléctico,

natural, natureza pura,

continuidade do que sempre existiu,

harmonia que perdura,

companhia, simples pavio,

redundância que se propaga,

maviosidade que se não cala,

 

quase no limbo da maravilha,

neste oceano tão canalha, diminuta ilha,

solidão que se quebra,

entoa,

quase parado, não voa,

pássaro negro que desperta,

lá no cimo,

quando gorjeia,

usufruindo do espaço que o rodeia,

presente no tempo que passa,

aliviando qualquer desgraça,

 

perto do ninho que o anima,

junto do qual se arrima,

tão pertinho, que acarinha

quem ouve,

se delicia

com tão agradável… melodia!!!... Sherpas!!!...

 

 

 

08
Abr08

... láparos!!!...

sherpas

… contra o arbítrio desenfreado,

sem passar cartão nem recado,

não tendo esse cuidado, figura de relevo nacional

se encosta a bom bocado,

 

buscando fortuna pessoal, segurança que o futura,

abastança que não rejeita...

assim com ela se ajeita,

DSC07220

num dado momento, repentino, não pesando qualquer estrago,

bebendo tudo dum trago,

deitando fora a credibilidade que o mantinha bem longe

do mais reles... vulgaridade,

 

feitos da mesma massa, induzidos pelo instinto,

cabe a qualquer animal,

mesmo que se julgue escorreito,

quase impoluto... sem defeito,

 

adoração pelo metal, na pobreza que apregoa,

no trabalho que necessita, dizendo não ser gente rica,

dando sentença que não pensa,

justificação, parte gaga...

 

rebenta com tudo que gasta,

numa atitude não pensada...

hora tão malfadada,

 

posição bem resguardada, ao abrigo da miséria,

onde se alça, espera,

chegando a cúmulos de estalo, cantando agora de galo,

forrado... bem posicionado,

 

loucura q´atacou de novo, busca do material, do ouro,

brilho insano, traiçoeiro...

não é decerto o primeiro,

 

continuidade que envergonha, figura pública ao serviço,

rosa que foi, sem viço, exemplo que deixou de ser,

pesporrente, basofão,

fazendo ouvir... voz de trovão,

 

foi induzido por encontrão,

 

coisa pouca, curta vidinha, videira com uva na vinha,

bebedeira que não atina,

posição de desconfiança, empresa que o tem na mão,

tão mal... vai a Nação,

 

consciência que se menciona quando se perde a vergonha,

mais um que já não conta

quando o Sol já desponta, a noite enegrece, foge,

tanto ontem como hoje...

 

grupinho dos posicionados, tão tristes dualidades,

ganâncias que não os contêm,

quanto mais querem... mais têm,

 

láparos de orelha curta, ratos de buscas, fugas,

ratoeiras que os aguardam,

granas que pagam... não culpam,

remansos seguros... quantas farturas!!!... Sherpas!!!...

 

06
Abr08

... janela adentro!!!...

sherpas

… era um quarto virado p´ró mar,

janela adentro, ao largo por fora

sempre a saltar,

onda que vai, que chega agora,

brisa que passa, cheirinho do bom,

arrufo tão grande, cá dentro, por ora,

paisagem azul, tão ampla, imensa,

barco que surge no horizonte,

gritos na praia, areal composto,

sol no pino do mês de Agosto,

DSC02150

visão inebriante,

sentindo o gosto do navegante,

balanço que dá, rugido que solta,

marulhar possante

naquela rocha,

salpicos que caem sobre os presentes,

caras tão tristes, rostos ausentes,

sorrisos cúmplices de namorados,

olhos nos olhos, lábios cerrados,

 

entorno de sonho,

quando me ponho

na janela do quarto, inclinado, feliz,

perco o cariz,

humilde me sinto,

descomponho meu corpo,

endireito meu tronco, quebro a cerviz,

presto homenagem

àquela imagem,

baixo o nariz,

algo me diz,

 

dia tão esconso, refúgio tão doce, langor que sinto,

dobro meus braços, descanso um pouco,

alongo o pensar

perante o mar, naquela praia,

dia de verão,

que tentação,

conforto, apreço, me quedo meio louco,

há que sonhar!!!... Sherpas!!!...

 

05
Abr08

... não sendo!!!...

sherpas

… já fui o que gostei de ser, sendo,

no tempo próprio, modo de vida, vivendo

quanto me dedicava, coisa sentida,

no meu papel, julgava-me alguém,

cumprindo...

 

somando anos, galgando entraves,

olhos cerrados, mais abertos,

experiências, problemas graves,

 

589.JPG

complicações que viraram nada,

resoluções mais que pensadas,

quebras confusas, finais discretos,

acomodação à autoridade que governava,

respeito pelos mais velhos, pelo que mandava,

escuridão, pensamento agrilhoado,

preso, numa liberdade condicionada,

País reduzido... gaiola nada dourada,

 

rédea curta, fantasia reduzida, medos, penas,

horizontes curtos, de pouca vida, sozinhos, apenas,

verbos de encher, triste progresso, mau viver,

parados no tempo, alegria escassa,

 

num retrocesso, um contratempo,

tempo que passa... décadas no lombo,

 

sol que brilha, promessas, cravos,

quanta expectativa...

 

aplausos, vivas, deixei de ser,

já não vou sendo, estou temendo,

ilusão que se acaba,

perspectiva que pouco se sente,

sombra que escurece cores radiantes,

tal como dantes,

 

folha seca de Outono que se sopra

consoante o vento, num dado momento,

alturas de espanto, amarguras de pranto,

esfanicada quando se esmaga

sob pés possantes, pedaços, poeiras, pó,

 

reduzidos talentos,  figuras de dó,

mais triste me sinto... mais só,

 

deixando de ser, aos poucos,

dor que martiriza, sensibilidade atroz,

gritos se ouvem,  arruaças nas praças,

espaventos d´alguns, desgraça de tantos,

choros, desencantos... tristes de nós,

 

já fui, não sendo,

quase não sou, desfazendo, temendo injúrias,

agregados em fúrias, famílias distintas,

separação de irmãos que já não entendem,

prometem, distendem...

 

enganam, confundem,

arrimam... se vendem,

 

manto que abriga alguns, isola, amola,

mão que se estende, que pede esmola,

pão que não dá, que sobra por lá,

não chega aos de cá...

 

já fui, não sendo,

ainda sou... desfazendo,

poeira que se espalha, princípio de tralha,

esquecimento, lamento,

não ralha...

tresmalha,

 

entende quem sente,

vivendo...

não sendo!!!... Sherpas!!!...

 

 

 

 

03
Abr08

... furibundas!!!...

sherpas

… furibundas, tonitruantes,

multidões que estão à solta,

contrários que se agridem

na inversão que pretendem,

sente-se no ar a revolta,

na rua, quando denigrem,

 

DSC03329

quando alteiam vozes, mostram cara feia,

retratam o que não querem, escondem renúncias,

quando atalham caminho, apontam denúncias,

falam mais baixinho, recalcam pensamentos,

quando ocultam rostos,

quedam mostos,

desejam vinho novo,

sentem-lhe o gosto, agitam o que está posto,

incomodam a progressão,

semeiam ódio, aversão,

 

quando dizem que não,

vira-se acusação, não pedem contenção,

quando se não quer o que incomoda,

como prova, avaliação,

que incute medo, frustração,

gentios em desvario,

 

ministra que pretende mas, não entende,

sindicato que governa,

na rua, na praça, na caserna,

idade da pedra lascada,

na caverna,

voz altissonante, irada,

revolta que solta, agride,

palavras sem contemplação, carreira que não progride,

à cacetada,

vociferante,

tão aberrante,

 

estratégia que não cumpre,

respeito que não incute,

exemplo do desvario,

desta gente que parece um rio,

orquestrada sob batuta,

daquilo que chamam luta,

quase birra, enfrentamento,

truque, aproveitamento,

 

altura de dar o preceito,

com firmeza, insistência,

indo ao jeito, contrafeito,

classe que dança em profusão

ao toque de certas bandeiras,

barulho estrondoso

como nos mercados, nas feiras,

espalhafatoso,

teimosia que não cessa,

 

rinha que pouco interessa

a quem não passa da cepa torta,

pouco se amolga, não se importa,

desinteressa!!!... Sherpas!!!...

 

 

01
Abr08

... rosmaninho e... alecrim!!!...

sherpas

… enviei duas preciosidades,

mensagens cheias de intenções,

poucas mentiras, muitas verdades,

caminhos tortuosos, convulsões,

futuros incertos, lá nos confins,

palavras raras, esmeraldas, contos,

ametistas, safiras, afins,

Paris 052

brilhos estonteantes, pedacinhos com muitos pontos,

trilhos tão densos, canteiros com jasmins,

desencontros na recepção, resma, quase oração,

destrinça complicada, raridades,

tão semelhantes no conteúdo,

sobre nada, sobre tudo,

 

odores inebriantes, perfumes, águas de rosa,

pétalas que se afagam,

resguardam, não estragam,

maciez que não me confunde,

veludos, cetins, tecidos bem finos,

harmonia singela, no centro de tanta urbe,

concerto de câmara, imagem tão bela,

sorriso no rosto, pintura que se protela,

 

regato que corre, cumpre função,

alívio, conforto do coração,

palavras a rodos, puxadas de dentro,

num rasgo ingénuo, em dado momento,

sossego que quero, que tenho, dispenso,

nave central, capela de convento,

névoa que passa, se sente o incenso,

 

alturas que atinjo, me sinto suspenso,

tesouros que guardo, preciosidades que tenho,

mensagens que escrevo, que atiro aos ventos,

são resmas, são jóias,

são cheiros sublimes,

são bocados, são estórias, alguns sentimentos,

são recordações, são memórias,

são sons, são flores em jardins,

 

endereços dispersos,

às vezes, excessos,

desencontros, regressos,

sucedâneos diversos,

rodopios confusos, tecidos tão finos,

melodias que soam, enredos, destinos,

 

preciosidades que dou, pedaços de mim,

águas de rosa, acalmia… no fim,

diadema  discreto,

segredo de amante,

base sólida, reconfortante,

alfazema,

rosmaninho e alecrim !!!... Sherpas!!!...

 

 

 

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