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Sherpasmania

... albergue de poemas, poesias e... outras manias, bem sentidas, por sinal!!!...

Sherpasmania

... albergue de poemas, poesias e... outras manias, bem sentidas, por sinal!!!...

28
Set08

... outonais!!!...

sherpas

... como tudo na vida, deu a volta, quase a medo,

na avenida larga, na praça, no vilarejo que fumega,

no vale ensombrado da serra,

ventania que anuncia outro tempo,

nuvem que ameaça, despenca,

castiga quando passa, mais instável, como norma,

trovoada que se forma,

lodaçal que tudo arrasta, período estival que se cerra,

tarde Outonal, solarenga, cheiro de castanha assada,

sem pregão adequado, coisa esquecida, passada,

bem conhecido o momento,

quentinha, boa, fruta d´época,

sensação que aquece a mão,

sabor que se renova no início da estação,

quando se descasca, quando se prova,


dias claros, manhãs frescas, vinho novo que se perspectiva,

veranito dos marmelos, roupa incerta q´incomoda,

tarde na praia que s´evoca,

folhas que rolam pelo chão, encarquilhadas como novelos,

castanhas, amarelas, que predominam,

nos tons que também cativam,

num arrepio que nos chega,

receio do que surge de repente, noite que pede conchego,

agasalho, doce sossego,

cobertor que nos afaga,

corpo q´envelhece, que se apaga,


gripe que nos cai em cima quando se não tem a vacina,

receituário salvífico

para imenso grupo de risco,

cauteloso que pouco arrisca, sendo lesto, mais medroso,


buscando saída de luxo, noutras paragens mais quentes,

muito acima dos insolventes,

cortando voltas à endímia,

gastando alguns cobres, sem custos,

prevenindo dores, sustos,

gastando cabelos, criando rugas,

enquanto o tempo avança nos seus escapes, que são fugas,


não há males que não apanhes, nesse teu Verão constante,

sem saída no que t´alcança

apesar de doirada abastança,

nem que berres, nem que t´arranhes,


numa sucessão q´é desvario, elas aí chegam, aí vão,

renascer do que vai morrendo,

lembrando origem d´alguém,

pontitos que vão ficando, crocitos como desafios,

ave escura que volteia fazendo jus a seus pios,

agoireira assombração,

fechamento temporário logo a seguir ao Verão,

descansa tudo q´existe menos matéria que perdura,

s´esvai, quando esfarela,

se transforma no que já foi, perante aquilo que se tem,

sendo nada, sendo ninguém,


insolente que vai crescendo, apostando num erro tremendo,

querendo agarrar o que tem,

enganando... com pedra dura, boneco, saltimbanco,

inveterado palhaço,

cara de gozo, d´espanto, quando foge, se disfarça

à medida que o tempo passa

neste ou... em qualquer espaço!!!... Sherpas!!!...


23
Set08

... prostituto!!!...

sherpas

… ajoujado em farpela de fino corte, altaneiro,

qual corcel jovem que s´empina,

sem dinheiro...

 

mostrando duras fibras como recorte, espelho de figura que se remira,

cabelos negros alinhados, como penteado...

repuxados em traços firmes, delineados, farturas com que deslumbra, da grana, o femeaço,

num desfilar de quem pretende um ideado,

 

ocupação de quem nasceu desocupado, considerando seu pecúlio como mina,

porte de quem se não julga ultrapassado...

mantendo rigor numa mostra que não desdenha, sendo garanhão de cobertura,

função que desempenha, não descura,

 

passo firme, apontamento que reluz no pensamento de donzela que deslumbra no ginásio,

na matrona que recorda imagem d´outrem já passado,

serviçal que rebusca qualquer bocado...

 

com regozijo intenso, como recado, cumprindo obrigação de quem escolheu

arte que se propôs, quando arremeteu...

 

prostituto lhe chamam, proventos de quem se vende,

algo lhe rende...

vida fácil de gigolo, assim s´entende,

 

mercadoria que se passeia por esplanadas de elevado extracto, recônditos paraísos do desperdício,

montes de criaturas belas, abonadas no que lhes sobra, físicos fartos, excessos na dinheirama,

gozos, loucuras na cama...

 

langorosas nos luxos que provam, fazem vida,

deusas insaciáveis no deboche que tomam...

tornam vício,

 

caprichos na querença, quando abordam,  porque desejam

objecto bem arreado que as cortejam...

mosca que volteia por ali, fatos de fino corte, d´acessório apropriado, bem fornido,

recôncavos devassos, preenchidos, quando solicitado, cumprindo,

 

fibras treinadas, bom recorte, faces esculpidas, cabelos negros, fartos, delineados,

passeando promessas, antevejos...

atiçando fogueiras, variados almejos,

 

infiltrado em redomas cintilantes, fazendo parte, orgânica que não trama, completa,

como montra andante se passeia como oferta...

poses de quem gosta, se mostra quando entende, no pecúlio q´ostenta, entre pernas,

garanhão que é cobiça para novas, para velhas,

 

prostituto lhe chamam... neste boneco que faço,

não sendo retrógrado, conservador escasso,

 

aberto à sociedade actual, nada complexo,  aceitando namorada como amante,

ligação diversa do mesmo sexo...

prostituta fina como acompanhante,

 

neste projecto q´avança, neste Mundo controverso que tudo vende

a quem tudo tem, quando pretende...

no “resort” de luxo onde “descansa”,

 

tipo com posses, mero farsante, mentecapto, quase ridículo no aspecto,

de vil metal, tão repleto...

com negociatas de por aí,  quando se desloca, sai daqui,

 

rodeado d´assessores, d´esbelta finura tão elegante,

fazendo parte sem ser loucura, extravagante...

respeitabilidade noutra, qualquer função, d´atributos físicos, ostentação,

 

compostura no verbo, na postura, conhecimentos, quanta cultura

como ocupação, pernas abertas, diversão,

arma de “trabalho”… ali à mão!!!... Sherpas!!!...

 

 

21
Set08

... grupo!!!...

sherpas

… grupo extenso de adolescentes,  espalhado por ali, barulhento,

risadas sem cuidado, alguns sentados, outros de pé,

naquele recanto do café,

junto da escola, hora de descanso, fuga, reunião que se tornou hábito,

como tão bem os entendo,

thumb_IMG_1086_1024

quando mais novo, livros debaixo do braço, vendo quem estava, quem passava,

fazendo render o peixe...

num desfazer de tempo que tinha de sobra, noutro mundo, noutro espaço,

quando me postava  por momentos,

ainda lembro,

 

imagem que se  dilui com a idade que s´acumula,

distante embaraço...

quando relembro, a custo,

 

caras que foram minhas, corpos passados, ausências,

recreios, anseios,  aventuras inesperadas, encontros desajustados,

mais afastados...

 

não tão próximo do que me seduzia, os seduz agora, nestas constantes permanências,

amigos íntimos, conversas desconexas, encantamentos,

gargalhadas desvairadas, graçolas que se repetiam todos os dias,

efusão, entre dias e dias,

passatempos...

 

livros esquecidos sobre mesas, ao acaso,  pretexto com textos, lição,

estudo como intenção...

contratempo no melhor da vida de qualquer adolescente,

tão curta gente,

 

década e meia d´anitos, galarós, mafarricos, garças esbeltas,

olhos de gazelas...

corpos distendidos, relaxe de pessoa jovem, encorpados, meninos bem criados,

não bebem, não comem, deglutem-se com avidez,

sem malícia, sordidez,

 

obrigações que esquecem, sem dores de cabeça, entretenimento na hora, fora da escola,

face a meninas embonecadas, dengosas, nas suas fardamentas decompostas,

mais, menos modernas,

que bem me parecem,  com peitos sobressaindo, com calças moldáveis,

tão densas, tão amáveis...

 

prometedoras de Paraísos perdidos,  arrebatamento,

vozes claras, maviosas, espaço prenhe de promessas claras,

partilha, enovelamento...

 

agregado num molho que se formou,

cachinho d´uvas maduras, sumarentas na vindima que se instalou,

vinho novo, lábios sedentos...

ainda rebentos,

 

desajustado,  sem cobiça, embevecido com quadro que se me depara,

lembrando tempos idos,

guardados no íntimo, perdidos nos confusos anos gastos, esparsos instantes já vividos,

 

outros encantos, outros cafés, outros comparsas, repetição do que é vida de quem estuda,

que não colapsa, não pára,  de quem partilha amizade, comparte tempo excessivo,

mortos os dias que passam

na risada que se produz, na graça que passa, no dito oportuno, no sem cuidado que se tem,

filhos da vida, filhos de ninguém...

 

braços com livros, mãos que gesticulam... conversas à toa,

numa boa,

 

mais envergonhados, outrora, no preconceito que se tinha, pensamento que se adivinha,

desejo oculto em coisa de vulto, separação entre o que é natural,

tal e qual...

 

amigos dados, conjugando gostos, dando vazão à imaginação, entrega total,

muito mais normal, agora, aqui, naquele lugar...

 

estendidos, sem jeito, fazendo tempo, matando tempo, cara na cara,

alguém repara...

 

trejeito de quem entra,

s´adentra...

aceita tal perfeição, num intervalo sem obstrução, sem contenção na vida livre que se tem,

não sendo jovem, adolescente dum passado distante,

menos extravagante na complexidade d´então… sendo alguém!!!... Sherpas!!!...

 

19
Set08

... reserva!!!...

sherpas

.... fase complicada que bate à porta,

idade,

algum desencanto com desarticulação que se faz sentir,

dor amarga q´incomoda,

aproximação d´época mais fria, humidade que s´adentra,

dobradiça mal lubrificada com mau estar que revolta,

intempérie na harmonia que se desajusta,

equilíbrio instável no que se prevê, no que há-de vir,

sensação que retrai, contrai visão do que nos rodeia,

já não incendeia,

DSC09833

reduz ao que somos, junção de carnes flácidas, ossos gastos, algum atrito,

leve gemido, um que outro grito,

cumulo de drogas que aliviam,

panaceia,

arrastar de pés doridos por asfalto áspero,

penitência de mísero corpo que passeia,

sem grande temor, alguma retracção de quem receia,

 

fruta d´época, repetição que s´agrava com mudança de estação,

alguma culpa de quem se não protege

descuidos,

longe de tudo como profere,

cabeça tonta que se preocupa com situação dos que menos têm,

se não ajusta, abstrai do que lhe diz respeito,

ao sabor da notícia que se ventila, acontecimento de momento,

falência do que desbaratou sem proveito,

 

avassalamento de corpos, mentes,

criando, alimentando guerras,

aviltante criatura inexpugnável,

vazia, sem substância humana que se considere,

reles, bruta, má percursora d´antecessor,

que se rejeite, não venere

máscara medonha de tanto horror,

 

ideias que vomita com descontrole,

cara de desvario assumido,

enlouquecido,

bronca, dura,

anos de chacinas, mentiras, quão resumida,

mais que vencida,

 

corte desculpabilizante que não consegue convencer

história bafienta, cinzas, teias,

outras ideias,

nome de clube que mantém,

bastante aquém,

 

range a porta nos gonzos,

chia artefacto enferrujado que s´empurra,

descamba matéria ainda viva,

quase rendida,

carne flácida, ossos gastos,

alguns atritos q´incomodam,

cabeça que gira sobre gemidos que profere,

ainda refere,

preocupação por quem não tem,

dinheiro volátil, fundo, reserva,

sentença deteriorada do que se conserva,

aparência do que pretende manter

que há-de cair, sem sustentabilidade de monta,

num faz de conta

 

remonta passado mais nobre,

feitos de facto,

esparadrapo sujo, feia fauce, nodosa de tão usada,

sistema falido, expediente do ludibrio, fase ultrapassada,

balão de oxigénio que aguenta,

ainda tenta!!!... Sherpas!!!...

 

14
Set08

... pacto!!!...

sherpas

... dou piruetas sobre almofadão branco,

espessa nuvem cómoda,

algodão descaroçado, já preparado,

devidamente higienizado,

alvura que se prolonga neste vale imenso de barrancos,

compagino doce visão, sonho de quem sonha, com som mavioso que fica,

sensação que tenho, me persegue,

engrandece, maravilha, num agradável regozijo,

enorme pirâmide, amontoado numa pilha,

crente de algo que muda

quando se perdem alguns defeitos, se ganha algum juízo,

DSC02866

entre roubos, malefícios,

senda do disparate que se comete com arte,

mentira, que se torna norma,

em verdade se transforma,

na repetição com que se atira,

enormidade que mal me soa,

ária, canção ou loa, encantatória melodia,

resquícios que parecem música

brancura que se vai fazendo,

cambalhota com algum retorno

em qualquer recanto do sonho,


trato maléfico de Fausto,

mefistofólica criatura que sataniza,

indutora,

alucinada por sumptuosa magnificência,

sedutora,

fazendo mágica que virou tudo,

libido desgarrada, embevecimento,

satisfação de desejo que se enormiza,

gula desmesurada,

poderio sobre qualquer mortal,

massa informe que aceita, desculpabiliza,


cinzenta mole que s´imola, por parca esmola

s´utiliza,

fulano sem prática, que s´endinheira,

num pacto quase acabado,

acumulador da indecência,

reles criatura,

por tempo mais que aprazado,

encanto celestial, poderio, não da vida, da morte,

tendo um não termo, a sua sorte,


encarquilhamento do envoltório, velho corpo,

esganiçamento na voz,

manchas decrépitas que se vão espalhando,

incêndio que já se não propaga nas entranhas do obscuro,

sorriso que esboça, assassínio que se perdoa,

vingança, perfídia, nojo,

quase morto,

música macabra menos audível,

alma perdida, sem repouso,

revolta do que é efémero,

gozo, prazer não remível

se esvai, esbate sem esmero,

vontade prepotente d´algoz

que surge, num repente,


trato feito, tão fugaz,

natural em quem é feroz,

perante normal incapaz,

humano que se vendeu,

numa alma que se transforma,

diabólica essência que se desfaz, inclina,

repúdio, em tanta gente, insensatez

de quem demónio se fez,

na escura matéria s´albergou,

tudo teve, tudo s´esfumou,


paga inexorável

de quem colhe o que não lhe pertence,

num rebanho, fingimento,

parecença de quem não é,

homem de pouca fé

seccionando filhos de Deus,

tão cruel... inexistente!!!... Sherpas!!!...

 

11
Set08

... fúrias!!!...

sherpas

... fera besta que s´avoluma,

desdenha, esfuma,

possante alimária no tamanho,

ruindade que s´adentra,

lentamente,

no espírito do crédulo inocente,

buscador incessante de perfeição inexistente,

inferno na Terra, quase sempre,

DSC03537

entre espartano arrojado q´enfrenta,

mão de Deus na Terra,

fazendo guerra,

massacre provocado que sujeita

récua desordenada que rebenta

barrotes de baia na cavalariça,

contentor,

quando s´alvoroça, s´atiça,

pormenor,


violência inclemente que s´abate,

quanta chaga, muita dor,

apesar d´intenção que se tenta,

humanização racional duma sociedade que s´enfeita,

em contraciclo com quem a desfeia,

assim s´ajeita,


valores nobres quase sossobram,

fúria que s´instalou,

actos que desgostam,

multiplicam,

regras que não resultam,

s´aplicam,

desconforme monstruosidade que se desatou,


orquestração de quem espera,

recupera, quando intenta,

desilusão que se gorou,

esbaços rictus, quase amargos, de quem aguardou,

sorriso que s´enviesa, não propagou,


espalhando sementes d´ódio, com denodo,

causando quebras, falhas que estraçalham

acalmia que se não vive,

consegue ser grave expressão,

jogo com dolo,

impiedosa situação de quem pretende,

entende,

aversão,


não finge,

alguma liberdade se restringe,

cautela no receio de quem sobrevive,

míngua de quem s´encolhe,

não tolhe,

comenta

quando observa, olha... lamenta!!!... Sherpas!!!...


09
Set08

... foi!!!...

sherpas

... simples peão,

jogador que peca pela pretensão,

não sendo mal intencionado,

desabrido pensamento persegue insistentemente

um entorno confuso, revirado,

que s´alterou ligeiramente,

DSC01970

deformado Mundo perverso,

mentiroso,

vida que s´apressa... mais veloz,

desigualdade de facto, perante o baixo, face ao alto,

política ineficaz

entre quem quer o que lhe cabe,

que já não sabe,

nos torvelinhos em que se encontra,

olhando a montra,

fixando objecto que reluz,

vontade intensa de quem produz,

incapaz,

na distribuição de trunfos ao mais voraz,

mudo, estupefacto, com os quem não têm voz,

 

enjeitando quem está fora de jogo,

retirando ao que já não consegue,

embora tente ganho de fundo,

num faz de conta de fim do Mundo,

 

amigo influente,

conhecimento, como arma mais abrangente,

habilidade xadrezística, estratégia de medo,

posição de jeito,

diferenciação q´esbarra na rejeição

lei do empurra,

com desmando, aversão,

enfrentamento, loucura,


 

idade média, na continuidade,

que se torna absurda porque extemporânea,

leviandade

de quem tenta manter o que se desfaz,

descurando socalco,

quase percalço,

desajustada atitude em época actual,

saudosístico passado d´arrepiar,


 

descuido acintoso,

mantendo algum rumo com regalia descabida,

quase mania,

orgulho que mostra,

elitismo que se esboroa

irreversívelmente,

quando desgosta o que já não aposta,


 

excepção q´aceita conforme,

rende culto,

ostenta algum vulto,

remexe moribundo,

cansado, meditabundo,


 

consequência do q´usa,

tenta manipular gentes,

vontades,

classe superior,

casta devassa na hipocrisia,

insensatez

do... “era uma vez”!!!... Sherpas!!!...


 

05
Set08

... sombrio!!!...

sherpas

... homérica criatura do disparate,

vulcânica incontida, quando dispara

com pouca finura, alguma arte,

impropérica incandescente,

magma enraivecida,

dispensa,

quando não olha, não repara,

DSC01913

resguardando seu sacrário,

modo de vida,

posição descabida,

relicário,

reduzida trupe a que pertence,

não descende,

só depende,


materialização de sonho doirado,

condecoração,

aplauso de quem não sabe, embevece perante

interlocutor tão sabedor,

maquiavélico,

autor d´obras de vulto,

desconforme inferno, local de Dante,

se transmuta, torna quase angelical

sobre estudos, pesquisa aturada,

pobre manga d´alpaca, bufarinheiro de biblioteca,

fraca estaleca,


percurso longo, variago,

choldra confusa que s´esfumaça,

mente lodosa de quem manipula,

com gozo, alguma gula,

copista d´obra feita

agarrado a bom bocado,

como prémio, paupérrima desfeita,

quando amargo,

tão arredado,


enclausurado em séculos passados,

estrutura escura, sinuosa, que tanto peca,

quando desvaloriza, sem cuidados,

diferentes pensares, outros recados,


sombra que sobrevive por feitos doutros,

piscas de relance,

empalidecidas,

menções imerecidas

sobre retalhos sangrentos, corpos,

escombros,


cactos espinhosos que s´entranham,

forram de sobras

quando ganham,

defendendo com empenho

o pior que se não controla... grande engano

fracas valias, algumas obras,


cornucópia voluptuosa

quando se delicia, nada formosa,

serpenteante quando se enreda,

flor que ganha vida, como víbora,

espécie que, de retorcida,

murcha, não medra,

tosca, bruta... como pedra!!!... Sherpas!!!...


 

03
Set08

... perto!!!...

sherpas

... ululante, com cerveja na mão, entoa canção, bocejo tão grande,

vontade tão densa na confusão,

espaço tão escasso, muitos pensantes, tenras idades,

toldadas, às vezes,

noites que jorram contínuas libações, abraços com beijos,

alguns acasos, poucos desejos,

imensa diversão,

DSC02547

bem perto de mim, injecta no braço, aspira o que dão,

afasta o momento, esquece situação, berra bem alto, fraco, desvalido,

no acto da entrega dum corpo sofrido,


quase devoção por inteiro

no que julga diversão, começo da vida, cruel sendeiro,

tenebroso desvio esgar, desafio,


escuridão que se prolonga, luzes q´embriagam,

promessas que esmagam,

caminhos q´enviesam, sentimento colectivo, já preso, cativo,


cerveja na mão, agulha no braço,

são sons que s´espalham, visões que convergem,

redomas d´alguém... com grupo d´amigos,


são beijos, desejos, escapes, desvelos,

são gozos, acasos, são dias perdidos,

são anos que gastam, são vidas que param, são dias fingidos,


magias d´engano, toldados os espíritos, trilhos trocados,

caminhos, recados, armadilhas, rendilhados,

negruras tão extensas,

tão curtas as vidas...

 

toldadas, às vezes, cruéis resultados,

ululantes, acabados,

sem gritos, sem berros, odaliscas, mancebos, alucinogénios sem músicas, sem espaços,

buracos, aterros, corpos devassos!!!... Sherpas!!!...

 

01
Set08

... rito!!!...

sherpas

... rufam tambores no largo da fonte,

alvoroço festivo que convida,

junto d´igreja que se alteia,

vistosa frontaria que devaneia,

encanto que permanece, logo defronte,

DSC07706

junção do povo que infla aldeia deserta,

tão viva, tão desperta,

bucólica representação dum presente que é passado,

renovado,

recrudesce sentimento que prevalece,

tema de fado recantado,

única expressão, como canção,

saudade do torrão que se recupera,

por altura do Verão,

ajustamento d´algum pecúlio arrecadado,

sonho da casa que se ergue,

na vida que segue,


emoção tão grande se sente,

sorriso na fronte,

ânimo bem dentro de quem descansa,

sensação tão boa que não cessa,

devagar avança,

por entre muros de quem regressa,


famílias inteiras que rejubilam,

tranquilas no berço onde nasceram,

agitação que se repete,

eclodem brilhos repentinos nos céus,

retumbantes estrondos, escarcéus,

cumprimento de quem olha, de quem comete,


intacto ritual que, cedinho, acontece,

carinho nos abraços que deram

usufruto de conversa que agrega,

ainda esperam,

algo que s´arrasta, permanece,


revoada esquecida de quando partiram,

trabalhos, canseiras, terras distantes,

futuro inseguro,

caminho incerto que tiveram,

nuvens negras que já dissiparam,

madrugadas claras, doces invernos,

com noras, com genros,

com prole maior, nos netos que mostram,

estátuas de pedra, quando se postam,


heróis d´agora que não desistiram,

emigrantes constantes, fugas de sempre,

dia aprazado, paragem, repente,

barulho fagueiro n´uns dias de sonho,

recanto dos pais, encontro de todos,

são festas, são doces, sorrisos que são gozos,

regresso de quem volta,

recorda

seus tempos, passeia seus olhos pela escola,

no largo da fonte,

lugar reduzido, igreja defronte,


sucesso penoso, árdua tarefa,

rufam tambores,

são dias de festa,

respeito no frémito que passa,

agita seus corpos,

aviva pensamento,

recordam-se os mortos,


animam os que estão,

romaria sem fim, início do dia,

manjares a preceito, repicam os sinos,

lá vão,

congregados num princípio, doce união,

rebentam foguetes, começa a função,


momento maior no padre, procissão,

casamento marcado, baile em profusão,

família q´aumenta,

são noras, são genros,

são netos pela mão,


saídas, bem cedo, despeja o balão,

ruas vazias, restos no chão,

velhos sentados, mais curvos, fechados,

destino na certa, porta cerrada,

artista q´animou, lembrança que fica,

viagem tão longa num ano que s´estica,

num rito, saudade, écloga visão,

imagem retida!!!... Sherpas!!!...

 

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