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Sherpasmania

... albergue de poemas, poesias e... outras manias, bem sentidas, por sinal!!!...

Sherpasmania

... albergue de poemas, poesias e... outras manias, bem sentidas, por sinal!!!...

30
Jan09

... mentiras!!!...

sherpas

... claro que uma mentira é sempre mentira,

mesmo que acrescentem, que burilem, que tirem,

que a tornem mais colorida... não deixa de ser mentira,

 

afecta mais do que uma vida, do mentiroso que a cria,

do inocente que não a julga...

aceita por compadrio, simpatia,

 

quando por ela torce, pugna, mesmo que renuncie, não aceite,

espécie d´água, d´azeite...

mistura que se não realiza, faz faísca, não compatibiliza,

mói, remói, inferniza, porque uma mentira, mesmo dourada,

coisa grave, mais do que nada...

não deixa de ser mentira, fere, achincalha quando s´atira,


há mentira pequena, farsa que leva por diante,

prática mui costumeira...

habilidade de qualquer comediante, quase debilidade, brincadeira,

 

artimanha do político profissional que se preza, que se torna igual,

não distingo entre os que conheço...

que tanto persigo, desmereço,


mentira duma GUERRA que se travou, dum banco que se desfalcou,

dinheiros que foram dados a amigos,

por tantos lados... outros, já disfarçados,

classe que sobressaiu, mentira d´élite tão fraca,

que m´espanta, não arrebata,


acusadora do que mente agora, levando a sua avante,

numa mentira que não infirmo...

não acuso, não afirmo, verdade que não distingo,

pensamento que tenho comigo,


qual a diferença entre a mentira menor, a outra, com mortes, roubos descarados,

bem maior, pelos lesados...

seja o mentiroso quem for, vítimas que se esparramam pelo chão,

corpos decepados aos montes, hipocrisia permanente,

havendo outra opção...

diálogo, aceitação,


entendimento nas fontes, diversão nas altas cúpulas,

gordos, luzidios...

passando arengados, culpas, para os destros, para os canhestros,

sorrisos, lágrimas, pavios,

velas trémulas que marcam sepulturas que nos rodeiam,

nos envergonham, incendeiam,


mentiras que nos dão, sem saída, sem razão,

nas mentiras dos que estão...

nas mentiras dos que são, mentiras graves, pequenas,

mortandades, carteiras vazias,

rostos fechados... muitas razias!!!... Sherpas!!!...

26
Jan09

... intempérie!!!...

sherpas

… fortes rajadas m´arrastam por ruas quase desertas,

tolhidos movimentos, tremuras, arrepios,

sigo em frente, tendo ideias firmes, concretas,

quase não sinto, lembro campos floridos, disfarço,

recolho minh´alma, quase m´afago,

enquanto vou naquilo que me proponho,

d´encontro a quem m´aguarda, estando acordado, quase sonho,

munique 203

imposições que se não adiam,

papeladas que se renovam, criam,

burocracias que persistem,

aumentam, ainda existem,

assuntos vários, desafios, repartição bem abrigada,

funcionários, muitas caretas,

rodopio por entre resmas,

assunto que gira, mira, remira, vai de mão em mão, dedicada,

vida que se destina,

obrigada,

 

ambiente que destoa da temperatura exterior,

mangas arregaçadas, algum destempero, calor,

que diferença, bafo que sinto quando entro,

sorrisos convidativos,

ainda há pouco, na rua, dura labuta, improvisos não receptivos,

 

flocos que cirandam pelos ares, brancos, leves, gráceis no volteio,

estética que receio,

quadro que me não avassala, enleio, cruel decisão, neste meu passeio,

 

arrastar de quem precisa, saída precipitada dum conchego q´é lar,

papelada que não s´acerta,

nos alerta,

caducidade,

indo ao jeito, contrafeito, no coração da cidade,

 

encolhido nos meus abrigos, há que tentar,

recomeçar,

luta que não é disputa,

actualização, necessidade,

duras penas de quem precisa,

dia que nos avisa

num tempo determinado,

mais inclinado p´ró frio,

 

agrura deste Inverno, rigores que nos maltratam

no Outono das nossas vidas, na rua quase deserta,

quando m´arrasto, pesado,

mente que me pressente,

estando fora, estando ausente,

a isto fui forçado,

contra fortes rajadas de vento, numa imposição, contratempo,

como vergastas em série,

rosto que se sente exposto, num débil, abrigado corpo,

inusitada… intempérie!!!... Sherpas!!!...

23
Jan09

... trajectória!!!...

sherpas

 … comédia que faz rir, chorando a bandeiras despregadas,

sem insinuação,

qualquer tipo de conspiração,

na ocasião mais indicada,

na mania d´Obama,

início universal do que se transformou em chama,

 

DSC04274

pela defesa de valores, contra o mal,

promessa q´incendeia, se torna universal,

 

proventos q´enlouqueceram tantos,

cúmulo d´horrores, d´enganos,

diminuíram, não enobrecem

qualquer bando racional,

consciente do irracional,

símios burlescos que se guindaram bem alto,

tratando outros de baixo extracto,

como escória, sujo trapo,

 

esperança que se vislumbra, somente,

quando se pretende,

 

inversão de caminhada agreste,

cólera, fome, peste,

incontinuidade de mente doente,

desarrastamento de maleita grave,

finalização dum tormento,

grato sorriso, embevecimento,

puro embuste, grande entrave,

terror que bastou,

ensandecimento numa jaula onde se sufragou,

período tétrico que terminou,

 

subjugados a alienados

q´ainda s´escondem, sonegados,

desde altas torres que s´abateram,

muitos milhões que morreram,

responsáveis a tempo inteiro,

desde o último, ao primeiro,

 

página seguinte dum livro que vou lendo,

enquanto vivo, enquanto penso,

num MUNDO que é de TODOS,

muitos sãos, muitos loucos,

panóplia extensa, percurso imenso,

contos que são estórias,

histórias que são contos,

encenações que marcaram pontos,

encontros, desencontros,

início que é final doutras … vilipendiadas trajectórias!!!... Sherpas!!!...

 

20
Jan09

... feito!!!...

sherpas

…ursos, leopardos ou macacos subjugados,

respeito merecido por estes mamíferos fraternos,

bem sabedores da vida q´entendem, maneira diferente,

pensamento reduzido, descomplicados, mais ou menos amenos,

vontade própria, sem discernimentos de maior,

animalidades menores, não propensas a grandes feitos,

defeitos,

 

DSC02002.JPG

destinos repetitivos,

para onde os encaminham,

massa comprimida ao sabor dos ventos,

dóceis, mais ferozes, com contratempos

quando no caminho dos que s´agigantam,

dos que tudo mandam,

dominados, induzidos,

espécie de matrafonas, marionetas,

débeis, com defesas naturais, repletas, não completas,

indefesas, pouco alertas,

 

mãos mais potentes que tudo lhes determinam,

fazendo o que lhes impõem, experimentações, carnificinas,

tremendas pantominas,

tão pouco sonhas, não adivinhas,

nem imaginas,

 

auge inaudito,

tragédia com bom final,

percurso que se considerava certo,

interrupção, grande imprevisto,

vidas que quase pararam,

outras vidas menores s´interpuseram,

deram no que deram,

bando d´aves sugadas,

turbinas q´engoliram, provocaram,

 

excerto mais complexo, mais aflito,

cabeças pensantes que são determinantes,

gestos sublimes, extravagantes,

 

extravasamento d´emoções, alardeio de forças positivas,

sentimentos mais elevados, doces visões, disputa de tantas vidas,

quantas mortes foram vencidas,

misto de coragem, alívio que se perspectiva,

“comédia” divina

num grito que é acto, se toma como exemplo,

imagem que cativa, na prova, no cometimento,

 

surgiu,

como por encanto,

ponto de partida para outro périplo que s´inicia,

mais descontraído,

distendido,

promissor,

 

lá vamos, já esquecidos, sorrindo perante novo senhor,

sendo ursos, leopardos, macacos subjugados,

ao sabor dos mais complicados,

qual orquestra que s´afina,

esquadra potente que s´alinha,

clube que s´incita,

batalhão que determina,

poderio bélico q´arruina,

trupe que salta, pula contente, ensina,

escol que julga, honra,

nobreza que se fina,

escória que se maltrata, profana, desonra,

 

posse, pelas circunstâncias, com pompas,

feito, premiado com chaves douradas duma cidade agradecida,

louvando outros valores… todo e qualquer tipo de vida!!!... Sherpas!!!...

 

19
Jan09

... dúvida???...

sherpas

… quantos poderiam ter morrido, agora salvos,

notícia mundial, velho experiente num mau momento,

piloto sorridente,

agradecimentos, festas que lhe são devidas,

altura mais indicada, recomeço bem diferente

daquel´outro que lembro, torres que deram origem,

terrores que foram pretexto,

noutro contexto,

 

DSC03504

quantas mortes se somaram,

tantos milhões dependentes,

fazendo números sangrentos sobre vermes que eram gentes,

aguentando, quiçá numa estratégia, mente distorcida,

sucessão de massacres que s´alongaram,

 

ainda agora,

sorrisos, abraço de senhoras que finalizaram genocídio,

mandantes, mandatários eficazes

que, de tudo, são capazes,

da velha democracia, suicídio,

procissão d´horrores, muitos mortos que não esquecem,

mãe que chora,

não s´apaga da memória,

recentíssima história,

 

por acidente que virou façanha,

acontecimento que não engana,

se comenta, anima qualquer,

como se quer,

 

herói que dá começo, pouco antes dum presidente,

mandato risonho que s´augura,

já se futura,

com acautelamentos que foram ditos,

expectativas s´avolumam,

erros que podem ser cometidos,

nesta dança macabra, dos malditos,

entre juízos férreos de quem acredita,

s´iniciam, preparam,

ansiando outra vida,

todo um MUNDO que prevê… não duvida!!!... Sherpas!!!...

 

18
Jan09

... apostilha!!!...

sherpas

  bem melhor que mais nenhum, herói de bem fazer, vidas que se tornaram gratas,

centena e meia pelo menos... páginas escritas com desvelos,

 

GENEVE 598

milhares de trucidados, postos de lado, assinatura, com pompa, da bestialidade que terminou,

finuras nos traços d´algozes que são ferozes, armas q´empunham, usam, vendem como lhes apraz,

num tanto faz...

 

Mundo como jaula de macacos,

tristonhos, subjugados...

 

massa informe que se molda por mão potente, qual pedaço de plasticina, barro ensanguentado,

novo mandato, administração... que recreia alguma ilusão,

se resguarda no canto que lhe pertence, cão que falta, família que s´instala na Casa Branca,

meninas q´exultam, cartas com mimos, posturas de sempre,

 

Pátria que louva, enaltece poderio de que faz arte, por qualquer parte,

quando parte, reparte...

 

necessidade d´actos heróicos, filmes que são fitas, Nação determinante do que se distorce,

comanda... matando, mandando matar, como patriotismo que s´exibe numa bandeira sangrenta,

sem emenda,

 

no conflito, na contenda, na guerra... que recomeça em qualquer ponto da Terra,

que se prolonga, disfarça, avoluma na Paz que promete,

quanto s´investe,

 

acredito, logo após loucura que por lá passou, herói que foi notícia,  promissora doutros tempos,

figura imorredoura, nos jornais que fazem eco,  dando espectáculo com gáudio,

contendo impropérios, planta que murcha, insucesso...

 

nova aventura que se penhora, colossal dívida, quase abissal,

número que se renova,

tal e qual...

 

quase apostilha que não é aposta, tão pouco calúnia, difamação de quem s´admira,

do que se gosta,

fazedores de cenas mundiais, entretenimentos que temos, enquanto matam, não nos distraem, não nos contentam.

morremos na morte dos outros... vivemos o tempo dos loucos,

 

com alguns “bananas” que nos deram, nos caem,

s´ocultam, s´esvaem...

bombas de destruição maciça,  outras coisas mais na morte que se banaliza, inferniza,

heroicidade d´ocasião, amor pelos outros… amor pela vida!!!... Sherpas!!!...

 

14
Jan09

... intenções!!!...

sherpas

  palavras tão santas, desejos tão grandes, quantas intenções nas bocas que proferem, sentindo tão pouco,

mundo tão louco...

cenas gritantes, esparsas ilusões, despachos de muitos, locais intocáveis,

DSC07746

míseros que matam,  míseros que morrem, terra que sofre, agruras que cobrem,

tédios lamentáveis, quebra de silêncios,

frases renováveis...

 

ódios que lançam,  ódios que colhem, esquecimento, por vezes...

por falhas, sequazes, tão comprometidos, incapazes, ignorando consciência, certezas e cresses,

 

armas que lançam mortes em remessa, que mísera peça,

contenda que pára, logo recomeça...

tristeza tão grande, zona de guerra, destruidores que avançam, nojos que causam,

 

gritos que s´elevam, injustos dos justos... trocando seus gozos,  graves rebuços,

botão que s´aperta, calhar do que mata, na tela, visor,  sem cheiro, sem dor,

estardalhaço que provoca, nos Deuses q´invocam,

 

perdidos, clamor, são choros,  horrores, malditos donos do luto,

provocam...

enfrentamentos tão densos,  são restos, furores, colheitas dum “fruto”,

 

são causas, defeitos,  são pais, são mães, são filhos, são netos, são seres também,

são ordens...

desordens de quem desdenha alguém, são mágoas, são jeitos, consequências terríveis,

são mortes incríveis,

 

monstros nauseabundos,  escalpelos modernos, poderosos, imundos,

são guerras, são trunfos...

são corpos medonhos, sem cor, sem forma, são regras sem norma,

 

são leis em falência, maldições permanentes, são gestas, são lutas, são contras,

 disparas, apontas...

detestáveis inumanos, escarros tamanhos,

 

valência perdida na guerra vencida,

final da corrida… contrária da vida!!!... Sherpas!!!...

 

13
Jan09

... mãe de... ninguém!!!...

sherpas

 porque choras, mãe de ninguém, porque gritas, porque t´arrepelas,

porque desfalecem teus traços, porque te contrais, porque enlouqueces,

mãe de ninguém... a quem apelas,

 

lembra, desgrenhada, tempo de regaços, outros abraços, olha, tresloucada, corpo destroçado,

maldiz actos atrozes...

interpela forças do Além, enquanto chora, já não ora,  já não implora,

raiva incontida na mãe de ninguém,

junto a resto esfacelado dum filho que já não tem,

 

porque choras, mãe de ninguém, porque buscas uma razão,

uma saída, uma solução...

t´exprimes, te violentas quando intentas, quando lanças teu lamento,

t´envolves no sofrimento,

 

te consideras alvo negativo do melhor que tinhas contigo,

filho traquina, brincadeira de rua, prolongamento, chegado amigo,

bocado do que eras, quando mãe d´alguém...

 

porque choras, mulher inocente, porque gritas, tão aflita,

te desgrenhas, te confundes, insultas forças ocultas,

incapaz, pobre vítima... do que não entendes, junto a corpo retorcido, feito num trapo,

nódoa sanguinolenta do que foi, roupa que rasga, pobre farrapo,

enquanto sofre, porque dói, já não tem,

mãe de ninguém,

 

vida q´acaba, estrondo tão grande, convulsiva, tão impotente,

sente-se só, perante, soluça baixinho, recorda,

já não importa...

 

dor lancinante, único escape, gritos, gestos incontrolados, tantas mortes, tantas dores,

demónios que se confrontam, miséria que se expande,

mãe de ninguém, quantos lutos que t´aprontam, pesado fardo que recolhes,

cerra teus olhos, não chores...

raiva incontida, ódio de gente, filho perdido, pequeno inocente,

 

porque choras, mãe de ninguém, não t´ouvem, não t´entendem,

carnificina, triste contenda, sem saída de quem não tem,

fio de vida, morte horrenda, leve caminho que se torna raivoso, fauces da guerra que desespera,

tragédia que s´abate num dia qualquer,

como alguém quer...

 

como quem não quer, num sítio esquisito, recanto d´engano, teatro de temor, âmago do conflito,

refúgio na Terra que se desterra, luta insana, matança intensa,

anjos da morte, imagem cruel, quando s´ouve, quando se lê, quando se pensa!!!... Sherpas!!!...

 

10
Jan09

... imagem!!!...

sherpas

recordatório d´outros momentos, para alguns, mais favoráveis,

ganhos exorbitantes nas bolsas,

políticos inúteis que prevalecem, s´agarram, pretendem continuar,

lugares d´arromba, quase invejáveis,

muito ricos, d´espantar,

biliões e mais biliões, com escoltas,

segurança de bolsos, forrados com dinheiros como vespeiros,

sem contenção,

numa soma garantida, sobre incautos, desgraçados quase sem tostão,

numa indigna peregrinação globalizante, sempre a aviar,

com guerras, com especulação,

sempre a subir, sem parar,

 

DSC01952

foram grandes, tornaram-se enormes no meio de tantas gentes com fome,

disparidade de produtos que eram lixos,

molhinho d´imprecisos,

hecatombe que se projectou pelo lado americano,

escândalo com crash que fez tremer estruturas do que não se entendia,

foi-se a fartura, decaiu a alegria,

 

perderam-se posições,

liberais que quedam perdidos, sem muitos e muitos milhões,

prisão de vigaristas, afastamento d´outros,

alguns mais emotivos, como loucos,

buscam no suicídio uma saída,

tempos de crise, vida sem vida,

busca incessante doutro sistema, enquadramento que, no momento,

se não tem, funciona na mesma,

mescla de estado com privado, impostos dum TODO q´aguentam alguns poucos,

 

incerteza que prevalece,

se tenta manter, não falece,

interrogação constante do que se desconhece,

palavras dos que já não convencem,

indo pela esquerda, pela direita com disfarce,

usando alguns descontentes,

forças tão diferentes,

 

juntas num objectivo comum,

deitar abaixo aquele que, como nenhum,

consegue agregar os que teimam no que lhes coube,

cobertura eficaz dum ESTADO lhes trouxe,

enquanto os mantém,

bem firmes, seguros como ninguém,

regra financeira, economia q´aguarda com fervor,

algo de provento, seja o que for,

manigância que s´arranja, tramóia que s´inventa,

quando se tenta,

 

arruma daqui, manda para ali,

não sai daqui,

contrai, não distrai,

a COISA cai,

vai ou não vai, a intenção é boa,

cabe ao maior, sabe melhor,

médio que s´amanhe… mesmo que doa,

que se esvazie a paisagem,

que se revire qualquer forma,

que s´altere a imagem,

que se quebre tipo ou norma,

que se gere novo sistema,

que s´empine voz potente, como signo, como lema!!!... Sherpas!!!...

08
Jan09

... em ponto!!!...

sherpas

… com alguma displicência, percorrendo áleas arborizadas do parque,

passando junto a estátua da matrona Vitória, já depois dos armazéns,

luxuosos nos artigos vendáveis, vários pisos, memorial da princesa, do seu par,

herdeiro do bilionário egípcio que, quando recorda, se mostra grave,

enfrentando toda uma tradição que permanece de pedra e cal,

nos castelos, nos palácios, nos entreténs,

ostentando, sem alteração de comportamentos, na altura da libra forte,

divisa que se mantinha muito acima das alheias, sem qualquer corte,

pujança no País, império disfarçado, potência nuclear,

enfáticos no falar,

costumeiros nas usanças, escravizados ao chá das cinco,

aos “cakes” que deglutem com parcimónia,

lá p´rás bandas de Kensington, salão imponente, repleto na hora certa,

gentio que se congrega, se aperta,

aguarda vez, na hora exacta,

vida de finuras, folganças, contidos  risos,

sítios precisos,

 

turista que desfruta, se junta, experimenta tal ritual,

antes de visita aprazada, ali ao pé, ninho de quando princesa embevecida

pelo príncipe encantado, muito antes da desilusão,

toda aquela confusão,

amante de sempre, princesa d´agora,

depois da morte violenta, numa ânsia louca de fuga nas margens do Sena,

cidade do amor, brilhos, cores,

tantas parangonas nos tablóides, fotógrafos que provocaram dores,

tempos idos, extensas visões de quem, nada fazendo, foi uma pena,

s´intitulava como princesa do povo, não sendo,

final d´improviso, como aviso,

tragédia num percurso acidentado, estava escrito,

 

com dois dedinhos apenas, na asa da xícara, com graça,

fazendo pala com os outros três, um sorvo frugal, como num sapal, elegante garça,

gargalhar contido nas vestes de fino corte, um olhar que disfarça,

grasnar baixinho, como quem não quer,

um ter de ser, toque social,

diligentes serviçais que s´aprontam

ao menor gesto, mero sinal,

se perfilam, logo anotam, apontam,

na hora exacta, às cinco em ponto,

naquele encontro,

junto ao palácio, ninho d´então,

de quem foi, se foi em vão,

do Povo, princesa da simpatia, um amor com tanto querer, raro fulgor,

num salão apropriado, fazendo questão de experimentar hábito antigo, tradição,

 

depois de galgados alguns quilómetros na álea do parque, com pétrea rainha que se posta,

lembrando toda uma vontade passada, todo um prolongar,

monarquia inglesa, império, potência que s´anuncia, desgraça,

imposição,

na altura das farturas, libra forte,

agora… em recessão,

dentada pequenina, mastigação lenta, imperceptível,

quase incrível,

acto de quem come sem mostrar função,

com contenção,

num saber estar, sem desnorte,

salão de chá, horas em ponto,

às cinco, tardinha que s´arruma,

em suma,

quotidiano de gente que se junta naquele encontro,

tacinha com água em ebulição, cheiro que adocica palavras de momento,

bolinho sensaborão que se trinca, devagarinho,

alguns sorrisos, exclamações que s´escapam de mansinho,

um que outro gargalhar, pequeno intento!!!... Sherpas!!!...

 

02
Jan09

... tempos!!!...

sherpas

agarrar o tempo com ambas as mãos, fazê-lo cativo em segura prisão,

dispor dele, com outra intenção, alargá-lo, mantê-lo mais lento para muitos irmãos,

fazê-lo mais doce, promessa d´encanto, espalhá-lo, mais pródigo, no recato dos sãos,

esquecido, infinito, como oferta, como bênção...

lágrima de regozijo nos que tiveram tão pouco, atalhados no momento, na fuga, na agressão,

paragem d´instantes que foram malditos, no auge da loucura, no meio dum grito,

deixaram de ter o que lhes era devido, sem braços, sem pernas, sem corpos, caídos,

fazê-lo prisão, pará-lo, mantê-lo perene, mantê-lo cativo...


depois d´ouvido, num tempo perdido, muita indefinição, tempo indevido,

concreto nos estragos, destruído no tempo, com choros, com rasgos de pranto, lamento,

devir, uma chaga, permanente sofrimento...

 

futuro que não é tempo, presente que s´apaga, tempo sem mão, destino dum corpo,

alma que o deixa num tempo já morto...


voraz, sem tempero, na fuga do tempo, imbecil tão triste, sem tempo indicado,

no cimo, perdido, tão parco intento, num tempo esperado, num tempo passado,

tempo escondido, espaço reservado, conselho dum Estado num tempo mentido,

torná-lo cativo...


num tempo d´engano, inocentes aos molhos, choram, dengosos, canalhas de truz,

roubam dinheiros, galgam escolhos, contornam os tempos, apaga-se a luz,

escuros, dementes, mantê-los bem presos aos vivos tão mortos,

fora do tempo, fora dos corpos...


no tempo indevido, num tempo sofrido, perdido no tempo, que triste lamento,

tão dentro, momento...

ligado, imaturo, presente com dor, passado, futuro, tempo d´infâmia, vergonha de tempo, num nojo que persiste,

num tempo q´existe,

fazê-lo diferente, torná-lo mais vivo, torná-lo cativo!!!... Sherpas!!!...

 

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