... sucata!!!...
... baía linda, oportunidades perdidas,
em banho-maria, tentação,
terrenos abandonados, barcos com madeiras apodrecidas,
ferros oxidados,
meio caídos, descambados,
vista que chora quando s´explana,
no segredo, no medo, na trama,
lá descortina,
ferida profunda na retina,
por ora,
obrinhas d´ocasião,
não criticando,
vendo, observando,
no tempo apropriado, na hora,
escrevendo como gosto
sobre pão dos nossos avós,
projecto que se guarda como reserva,
rentabilidade que não sai do papel,
espécie de conserva
que se degrada numa imensa sucata
em terreno seco, à beirinha, já molhada,
num ano vindouro, tardio, qualquer,
mais lucrativo,
ambição,
puro incentivo
de quem apela, de quem clama,
de quem serve partido como chama,
clube d´alguma contenção,
segredo dos Deuses,
medo dos homens,
mulheres que os servem,
induzem,
prescrevem as linhas que seguem,
barracão enorme que se vislumbra
na penumbra,
lusco-fusco, hora tardia,
junto à baía,
recorte que sobressai dum veleiro,
dum cacilheiro, dum batelão,
imagem que me vem quando eram solução
na diversão, no passeio,
no trabalho que era dinheiro,
transporte de passageiro,
agora em degradação,
ocaso d´acaso nas voltas que dou,
olhar que vê gaivota que passa,
não pára, passou,
“alfaiate” lesto, repentino,
volúpio fugaz, desatino,
desolação,
retorcimento do que já navegou,
enferrujados q´avançam,
esfanicam, desmandam,
águas pútridas, tão calmas,
coloridas de medo,
quase em segredo,
caminhos que frequento quando pretendo,
entendo!!!... Sherpas!!!...