... atalhos!!!...
... por atalhos,
transvergindo por caminhos floridos,
acácias enormes que resguardam raios solares agressivos,
etéreos fluidos, aromas subtis que inebriam,
cores vivazes que seduzem,
cativam olhares,
fragrâncias que exalam sonhos espamosos,
ululantes presenças,
trinados, grasnidos,
mescla ensurdecedora do que se não define,
esvoaçante,
qual querubim eterno num jardim,
adejar permanente,
manjar servido em pétalas multicolores,
tão ausente,
escorreitos passos que não sinto,
dentro de mim,
intocável criatura que se separa, eleva, dilui,
odores,
inefável sensação de quem tudo sente,
por atalhos,
ladeado por tufos de verdes frescos,
almofadado por musgos densos,
enfeitado por maravilhas coloridas,
formas informes, desgarradas, que escorrem,
sombras disformes, raio que perscruta,
intenta,
contido por ramos de acácias protectoras,
zumbidos,
doces aluídos de transparências que formam corrente,
cascatas mansas que cantam,
companhias que encantam,
completam,
dançam,
difundem ruído pouco audível,
tão sensível,
inebriado bocado dum pedaço que busco, encontro,
reencontro,
usufruo o momento,
por atalhos,
rarefaço-me enquanto m´evolo,
perpasso, não olho,
qual imatéria que se volatiliza,
fazendo parte do que não hostiliza,
combinação perfeita,
latejante percepção duma ilusão,
como quem voa,
estando longe de corpo que transporta,
almejando outra sorte,
vida que se separa da própria morte,
levitação induzida,
sordidez tão crua, sólida,
me obriga a transvergir na caminhada,
buscando lugares mais idílicos,
irreais,
atalhos recônditos... fenomenais!!! Sherpas!!!...