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Sherpasmania

... albergue de poemas, poesias e... outras manias, bem sentidas, por sinal!!!...

Sherpasmania

... albergue de poemas, poesias e... outras manias, bem sentidas, por sinal!!!...

30
Out14

… mãe… que sorriso tem!!!...

sherpas

... muito velhinha, décadas em cima, quase um século, minha origem, minha fonte, meu desponte,

quanto, quanto horizonte,

alegrias, desgostos, companhia, solidão, quase um vazio que mirra,

dia que passa, atrás doutro dia, queixume que alivia,

DSC04571.JPG

falando, constatando sua falta de memória, esquece-se de tudo,

diz, com alguma tristeza,

quanto MUNDO, quanta presteza, quanta certeza, agora... incerteza,

 

companhia, alivio, consolo, relembro, com ela, coisas antigas,

mui recuadas...

na face, relampejo, uma satisfação, com que emoção, entabulamos conversação,

 

por aqui, por ali, há quantos anos, porque, em mim, também já sinto falhas,

idade não perdoa,

quando se soma, quando se entoa...  mais recentes, leva-as o vento,

por vezes, não lembro,

 

longínquas,

como filme projectado numa tela, vejo, revejo com facilidade,

pura verdade...

 

de quando criança, na minha terra, parecido com o tio Leonardo, irmão do meu avô que foi à Guerra,

insiste a velhota...

minha adorada mãe que se esquece, lembrando tempos de então, época remota,

sorriso que ilumina, olhar que brilha,

 

conversada que mantenho, quase um século, idade avançada, vazio que mirra, na cama dum lar,

gostando de falar...

queixando da falta de memória, recordando acontecimento, momento vivido,

tempo já ido,

 

sombra, apagamento, nada, episódio, curto capítulo de grande romance,

que descanse, que descanse...

que lembre sorrindo, sorrindo, embalando, continuo com recordações mútuas, falando de pais, de irmãos, de tios, de avós,

falando de nós...

 

quando petiz, malandreco, pela idade, contemplação dos pais que aceitavam,

zangavam mas... não castigavam, esclareciam, com amor,

desculpando pequena maldade, sorrisinho cúmplice, um ror,

 

olhar tão doce, lembrança, bom bocado num corpo cansado que mirra,

quase um século que aguarda na cama dum lar, salão que lhe custa, pela posição,

na dor que sente... tão pouquinha gente,

 

meu filho, meu filho, meu filho, minha mãe, minha mãe, minha mãe,

que rosto tem, quando sorri,

quando conto, quando lembro, como nunca vi,

quando penso, quando penso...

 

romance completo, capítulo mais custoso, velhice que é uma chatice,

consequência de longevidade... quanta verdade,

 

esquecimento do mais recente,

recordação do mais distante, de muito antes, de muito antes,

como era dantes... Sherpas!!!...

09
Out14

… são… lapas!!!...

sherpas

... pobre trinta e um, jovem recruta na tropa, quantos anos idos, botas pretas, quão pesadas,

com polainas a condizer, na cabeça, um bivaque,

sensaborão, podem crer, vestimenta a condizer, imposição, recalque,

idade que não se nota,

 

disfarçado, sem nome, com número, mal dormido, na caserna, quantas fardas,

formação na parada, ordens vociferadas, alinhado, passo certo, corpo hirto,

esquerda, direita, volver, desfile, descanso, sentido...

respostas, com todo o respeito, a um qualquer, a um sujeito,

 

mal pago, mal comido, cansado, revista a corpo inteiro, engraxado,

sem um pelo na cara,

barbeado...

 

colectivo que se agrega, pelotão, toda uma organização, exército em tempo de guerra,

quartel que era um inferno, apartado, jovem ainda, desterro,

casa em que tudo se espera...

 

suor, lágrimas, desespero, endurecimento do corpo, amolecimento da vontade... para matar ou ser morto,

pobre trinta e um, jovem recruta na tropa,

vida que lhe foi imposta,

 

reposta na soldadesca,

carne viva, carne morta... viçosa, ainda tão fresca,

 

jogos de guerra na tapada, sol intenso, grande chuvada, aplicação militar,

um virar, revirar... duma vida já conseguida,

profissional com canudo, trabalho com tanto miúdo,

 

professor de antes, no início, concorrendo, como agregado, a lugar vago, no quadro...

indo por aldeias diversas, dois anitos antes da obrigação,

agora tropa, sem vocação...

 

disfarçado, triste soldado, comida do rancho, bocado, quase intragável, por vezes,

quantos engulhos, quantas fezes...

 

fim de semana, saída, quase fuga, necessidade, intempestiva,

lugar na leitaria mesmo defronte, batidos vários, complementos,

suprimento dos outros alimentos...

 

petiscada com alguns tostões... encomenda da família,

glutões,

vendo, como se fora ontem, digo-o, pura verdade,

 

pelas redondezas, numa ida à Ericeira, ali ao pé, quase à beira,

mar que nos lavava a vista, lugar que nos atrai, recusa,

pouca grana na carteira...

 

passinhos pelos rochedos, cheirinho, arredado, quase arisco,

criador de saboroso marisco...

 

fome que se avolumava, olhar que via, reparava, quase segredo, alapadas, quantas por tanto lado,

amigo açoriano avisado com navalhinha na mão, despegava, sorvia,

sorria, hábito antigo, caro amigo, quando interpelado, dizia... são lapas,

 

agarradas ao seus lugares, custosas de arrancar, petisco cru, quase sem custo,

esforço de nada, apenas, pitéu que se consumiu, matou fome, deu satisfação

a recrutas sem tostão...

 

são lapas, são lapas, tão diferentes doutras conhecidas, quando agarradas...

outras vidas, certas gentes, rochedo imenso, tremendo, País que se esboroa,

tutela que não é exemplo, mantendo colegas, à toa,

 

perversidade tresloucada,

nem com navalha, nem com jeito, fazendo carinha laroca,

pouco liga, não importa...

 

suga o que tem de sugar, nega colocação, lugar,

sorve o que tem de sorver... fazendo ou não fazendo sofrer,

 

imprestáveis governantes,

quase lapas... como as de antes!!!... Sherpas!!!...

03
Out14

… inopinadamente!!!...

sherpas

... parte antiga que se conserva, castelo ali ao lado, fortalezas,

colina próxima, vistas soberbas,

maravilha,

 

horizonte que se alonga num rio sinuoso que divide, a perder de vista, cidades que se completam,

braços bem fortes com várias mãos que se apertam...

união de facto, cativa, contra todos os males do Mundo, na Europa central dos conflitos,

horrores, destruição, gritos...

hecatombes sucessivas, barreira, quando se incendiava a fogueira,

 

ocidente, oriente, ideias que afrontam, ainda agora,

ódios, mortes...

quanto se sente, fracos, fortes, ricos ou pobres,

 

silenciosa no quadro que se visualiza, olhares que a esquadrinham num todo,

tão formosa...

focos que nos encantam, reconhecemos... de emoção, quase trememos,

tão grande, tão bela,

 

episódios passados, marcas profundas, heróis de antanho, escritos, quadros, monumentos,

estatuária que se levanta, outra, que se guarda fora de urbanidade,

mentira, verdade...

 

dualidade em que se aposta, receio de vizinhos ferozes,

donos, algozes, portentos que subjugam,

não contemporizam, massacram... quando julgam,

 

odores próprios do goulahs, bulício dentro do burgo, zona mais comercializada,

lá em baixo, cosmopolitismo que se sente, burburinho constante,

avenidas que são um gosto, gente jovem, berrante...

 

passado que já não recordam, museus, como memória,

longa caminhada, história...

 

nem uma agulha bulia, enquanto se via, apreciava, entre verdes espaços,

palácios amuralhados,

catedral bem vistosa,restaurantes, ajardinamentos,

momentos, pinha de gente que fotografava,

olhava...

 

sentada, descansada, lá em cima, na Cidadela,

vendo o rio que se perdia no horizonte, sinuoso, com pontes,

braços esforçados, com mãos possantes que se agarram,

afrontam, docemente, em união... irmão com irmão,

CORPO num todo,

 

num corredor, com janelas adequadas, continuidade do castelo, fortaleza com passagem,

agora restaurante de luxo, com música, som mavioso de violino,

atarefamento de empregados, colheres,

travessas, pratos, outros talheres,

conteúdo bem regado... remessas,

 

inopinadamente, como sói dizer-se, voz impressionante de barítono ou tenor,

inunda cercanias,

ofusca beleza mesas repletas, tão vazias, mudas, atentas,

auditivas fantasias...

 

um dos comensais, entre muitos, entre os mais,

me despertou da minha maravilha, impressionante cidade que se explana junto ao rio,

casario...

 

passando por entre rendas, bordados, pinturas de vários ângulos, bem coloridos,

bem pintados, irrompendo por entre assistentes,

magote de gentes...

 

extasiado me quedei, perante, ouvi, apreciei, aplaudi, mais um ponto positivo daquele dia que se ia encolhendo,

sentindo-me tão pouco, não sendo...

guloso e glutão daquela união, ali à mão,

 

ocasião que se repete junto a corrente quase eterna, águas termais que recuperam,

curam toda, qualquer mazela, Margarida frondosa com estória, recanto belo, desvelo,

refúgio de novos, velhos...

 

pormenor de encantamento, pontinho tão diminuto, momento, numa cidade que se agiganta,

quando unida, mais encanta...

paisagem, arrebatamento, busca intensa, memorial,

naquele instante, no mesmo local!!!... Sherpas!!!...

 

 

 

01
Out14

… valsas!!!...

sherpas

... passei, quando calcorreava rua central de cidade conhecida,

reparei,

quase sem querer, imagem esbatida na vidraça, da gente que passa, toda aquela vida,

no lufa-lufa permanente, de cá para lá,

de lá para cá,

 

 na esplanada convidativa, assento que cativa,

coberta aquecida...

cartaz d´iguarias, nos preços acessíveis, nas bebidas, no revoar de gargalhadas,

vozes diversas, origens tantas, diligentes empregados,

que s´atropelam, tão cheias, pejadas de clientela, que s´acotovela, desfruta,

degusta,

 

não passa, sem vidraça, tão presentes, como estão,

saquinhos de compras no chão...

olhos revirados, abertos, cabeças que giram, abarcam entorno,

prédios cuidados, arquitectura diversa que choca, s´integra, anicha, chamamento colorido,

descansados,

 

ao longe, circuito concertado, pelos ares ecoam, como andaluzas castanholas,

rítmicas, espanholas...

batimento de tamancos de madeira em terreno duro,

empedrado, som tão puro,

audível aqui, vindo dali, em bando, simples e calmos,

constante,

ferraduras de cavalos,

 

caleches elegantes, condutores adequados, vestimenta a rigor,

chicote que acaricia, não castiga, mima, como suave afago, agradecimento pelo esforço,

com fraldas, evitando excrementos, não acautelando os cheiros,

evolam, zona fina, turística com um senão,

nos seus passeios...

 

repetitiva digressão no centro mais cêntrico, monumentalidade portentosa,

área cuidada, formosa...

enxame de cultura diversa, arrecadada, envoltórios dimensionados pela grandiosidade,

pelo fausto que se respira,

convida...

 

filas de visitantes, primevos ou que repetem, seduzidos pelas artes que os rodeiam,

apreciam, uma e outra vez, chamariz do que se diz,

não sendo, conduzidos, trazendo,

sentindo, cheirando, vendo...

assediados, numa constância incomodativa,

cativa,

 

bandos de gentes disfarçadas de figuras d´ópera, q´incitam, encaminham, tentam vender música,

na capital da música, das valsas, do cisne, do Danúbio,

do rio que chega mais perto, por canal, corre mais longe, liga urbanidades desenvolvidas,

centro de tudo,

causa do MUNDO, disparidade, contraste, princípio de tantos fins, destino bem fundo,

nacionalismos vincados, cerveja a rodos,

coros cantados, comida requintada, com gosto, bem farta,

risos alarves nas faces, rostos rotundos, vidas vividas, luxos q´esvoaçam,

passam, passam, na frente da vidraça,

esplanada tão esbaça,

 

escassa virtude, egoísmo tão máximo, tão longe, tão próximo,

ária, evento de momento, exposição, bailado, concertação no palco,

representação... a um salto...

 

bem alta, maravilhoso requebro na pedra, encantamento que nos subjuga,

tanto fora, como por dentro, santos e santas, magnificência,

rodopio duma fé que s´agrega,

cumula, engrandece, sacra construção, tão arte,

como em tanta parte...

 

maiores, médias ou pequenas, enlevação de quem construiu, de quem se julga,

comunga, próximo do PAI, humildade expurgada, luxos e desvarios,

pecado e perdão em união, confissão na humildade que s´apregoa,

 

não entoa, solenidade pausada, grandiosidade q´ofusca,

quando se mergulha, quando s´adentra, quando se recolhe, observa...

quanto s´acumula, conserva,

 

terra da valsa, da cerveja, da salsicha, das caleches, dos cavalos do RING,

no meio dum PONG com PING, do cheiro a... cavalariça!!!... Sherpas!!!...

 

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