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Sherpasmania

... albergue de poemas, poesias e... outras manias, bem sentidas, por sinal!!!...

Sherpasmania

... albergue de poemas, poesias e... outras manias, bem sentidas, por sinal!!!...

09
Mai15

... margem SUL!!!...

sherpas

... gosto de viver na margem sul, na outra banda, não tão luxuosa, arrumadinha,

gente mais humilde...

considerada como dormitório de quem por LISBOA trabalha,

 

todos os dias, bem cedinho, se levanta, numa correria infernal, ligação escassa à capital,

pontes que não dão vazão, uma que outra diatribe, quando se gera confusão, por um pacote qualquer,

por descontentamento que se enormiza, quando se quer,

carros que se aglomeram, paragens que se prolongam, acidente ou desatenção, regresso das belas praias que temos,

nas horas consideradas de ponta...

num termo, num ponto final,

pormenores que se tornam maiores, quanto os tememos, não desejamos, tentamos contornar,

afinal,

 

barcos tão pressurosos, comboios que se alongam, rapidez incerta, por vezes, transtornos que ainda temos,

governantes lentos, preguiçosos, tratando dos seus interesses,

quase sempre, por vezes...

 

dizem que somos pobres, que não temos, inviável terceira ponte, aeroporto em Alcochete,

comboio rápido, veloz, continuidade da Europa, tudo nos chega, nos achaga, portagens que não acabam,

residentes aos milhões, pobres pagantes que pagam,

tanto mal que não acaba...

 

hospitais que nos faltam, estruturas mal acabadas, ao abandono, arruinadas, com verdete,

detestável, colossal ferrete...

cidades tão desprezadas, terras, casas, espaços fabris que foram,

 

desleixo em qualquer urbanidade, passeios, ajardinamentos, tristeza de meus olhos que vêm,

quase lacrimejam, quando deparam, gentes humildes, mais pobres,

na margem sul onde moro, falta de atenção... sem cobres,

 

pontitos escassos, manutenção, selva sombria bem no centro, aparadelas em relva viçosa,

arvoredo que mete medo, mesmo à porta, embora com contratempos,

bonita, tão formosa, não tão arrumadinha... concordo,

quando a enfrento, a avalio, a recordo,

 

determinados locais, certos momentos quase me fazem chorar, aglomerados em instituições,

seja para receber ou pagar...

belas igrejas monumentais onde os chagados vão rezar,

 

grandes áreas comerciais, pouca afluência nas tradicionais,

freguesia que se esfumou... dinheiro parco, mais racionais,

 

fuga dos que enricaram, vias dúbias, intenso trabalho, margem rica, mais ostentatória,

deslumbrados por Kapitais... para os que, da lama surgiram,

pais de família, gentes abonadas, para ali foram, fugiram,

 

entre pinheiros que os protegem d´olhos indiscretos, invejosos, locais belos, bem alindados,

longe de ruas, de vielas...

quase redoma protegida, por cá se encontram, aos montes,

segurança por todos os cantos, privilegiados com fontes,

 

bem comidos, bem regados, aberração, grande confronto,

resort´s que fazem furor, green´s que são um enlevo,

muito lazer, conforto...

 

charcos artificiais para embelezar, barreiras propositadas,

nos recreios, nas jogadas,

céu aberto, azul tão límpido, pertinho do mar com seus recantos,

reservados, tão discretos, face da moeda, inversos,

vida airada, grandes encantos...

 

com quantos contrastes deparo quando ando, passeio, reparo,

vivenda bonita em venda, espaço frontal que era jardim, placa da imobiliária, tão velha,

não há interessados por ela...

 

tanto tempo, tanto empenho, alguém, desvalido, com dificuldades,

do jardim fez um hortejo... quantas iguais eu vejo,

 

no centro das urbanidades, nesta margem, gentes humildes,

algum esforço, sementes diversas,

afloram plantas comestíveis...

 

flores para sobrevivência, alhos, cebolas, couves, faval que se compõe,

desenrascanço, valência...

a cabeça pensa, o corpo pede, dispõe,

 

casa arruinada, terreno vedado com tralhas,

sem canseiras, não trabalhas...

aves que são alimento, algum poiso, capoeiras, empenho, curta criação,

bem no centro da povoação,

 

hortinhas em espaços dispersos, buracos sem portas, janelas, caminhos por onde passo,

roupas estendidas no cordel,

tão diferentes, tão diversos...

 

miséria que tanto degrada, famílias carentes, sem nada,

sociedade destruída, sem elo... quadro que me desagrada,

quanta gente desocupada,

 

imenso bairro de lata, não aglomerado, pontilhado,

disfarçado, por se acaso, lágrima que me chega, enxugo,

sonho que vai sendo pesadelo... carregado, vestido de luto,

 

margem sul, na outra banda,

sol brilha, quando se levanta!!!... Sherpas!!!...... 

 

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