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Sherpasmania

... albergue de poemas, poesias e... outras manias, bem sentidas, por sinal!!!...

Sherpasmania

... albergue de poemas, poesias e... outras manias, bem sentidas, por sinal!!!...

26
Mar16

... sonho!!!...

sherpas

... não vou tanto, como gostaria, visitar... fazer passeio, recordar,

terrinha do meu encanto,

fantasia, local dos mais amados,

no cemitério, enterrados,

 

seus restos, flores dispersas... fotografia junto a nome,

entre outras sepulturas, as mais diversas,

amigos que foram, se foram,

 

poucos restam, desgosto maior... tempos idos, simples pormenor,

zangado com a vila, com o entorno,

má recordação, na mente, muita confusão,

quanta,

quanta gente,

 

minhas raízes, origem... ligação tão débil, fiozinho escasso,

por lá, esporadicamente, passo, viro costas, vou embora,

minha alma, ainda chora,

 

olhos vidrados... lágrimas que teimam,

dor profunda, feridas que queimam, saudade permanece,

presença que não esquece,

 

ontem, inconscientemente... dormindo placidamente,

revisitei-a,

pintando-a com outras cores, 

a dos sonhos felizes,

cirandei por ruas e bairros, parei, assombrado,

perante construção de luxo, hotel de cinco estrelas,

linhas modernas,

 

amplas vidraças, pessoas bem vestidas... sorridentes,

airosas praças,

jardins repletos de velhotes, netos, confortados, bem despertos,

boas vivendas, com todos os requisitos,

artefactos ecológicos, regas por aspersão automática,

relvado viçoso, bem aparado,

d´espanto, figura estática, d´enlevo, agradado,

 

terreno limítrofe... dedicado a sede de novas tecnologias,

mui frequentado,

gente futura, descentralização que se pretende, como eu entendo,

como m´agrada,

terrinha d´interior que evoluiu,

assim vi, assim conseguiu,

 

copiando países mais avançados... oportunidades que s´avolumam,

fora das grandes urbes,

terras pequenas que s´aprumam, construção que m´assombra,

valências incalculáveis, apostas incontáveis,

desenvolvimento harmónico, pedrada no charco da indiferença,

velocidade igual, minha crença,

 

deixou de ser vilarejo... sempre o mesmo,

rotineiro,

ribeira, lá ao fundo, no vale, ponte antiga, restaurante com sabores do Alentejo,

represa que faz piscina, praia fluvial,

sempre igual, sempre igual,

 

centro de pesquisas médicas... acoplado a boa unidade hospitalar,

dotado de bons profissionais,

complexo d´estabelecimentos d´ensino médio, CAMPUS UNIVERSITÁRIO,

transportes públicos adequados, mais pequenos, tão iguais,

como os menos, como os mais,

 

linha férrea activada... estação antiga, azulejoaria recuperada,

boas vias d´acesso,

amplas estradas, via rápida, boa restauração que se recomenda,

repleta escolha, boa ementa,

 

pequenas, médias e grandes empresas... no auge, numa fúria,

produção que s´exporta, não importa, produtos locais,

peles, derivados do leite, cereais,

 

frequência habitual, d´estio... pequeno desafio,

muito negócio,

recreio, passeio, ócio,

apenas, não chega, não interessa, aposta maior, como s´está fazendo,

conhecimento,

estruturas actuais,

 

fornecimento para grandes centros... peças, obras, chips, placas,

imagéticos, criativos, proventos,

artesanais, artistas convencionais,

nascidos, criados, nacionais,

 

desafios, industria plena... campo repleto d´estufas,

vinhedos nas encostas, culturas várias,

flores, pomares, figos da India, aproveitamento dos cactos,

acontecimentos, outros actos,

 

festas religiosas ou profanas... percurso pelos campos a grande velocidade,

corridas de todo o terreno,

ralis, pelos ares, vistas soberbas, balões de ar quente,

tanto ali como em Avis,

concursos de pesca, entretenimento no teatro,

ao ar livre, população feliz,

 

outra unidade hoteleira... mais modesta do que a primeira,

turistas aos molhos,

máquinas fotográficas a postos, são passos, são corpos, são olhos,

negócio que frutifica, pleno emprego,

só não vê quem é cego,

 

ocupação que se multiplica... enraizados, de facto,

grande proveito, pequena terra,

concretização duma promessa, descentralização, um PAÍS,

como quem diz...

 

zás, trás, pás, já está, acordei,

dei por mim no quarto da minha casa,

tudo se desfez,olhei,

era uma vez... olhei,

 

tão real, quase acreditei, bonito sonho... dura realidade,

falta de crédito em quem nos conduz, nos apregoa,

nos induz,

quanta, quanta inverdade???... Sherpas!!!...

 

21
Mar16

... renovação!!!...

sherpas

... acredito no amor dum pai para um filho, no enlevo duma mãe quando, nele, se revê...

fruto do seu ventre, comunhão entre óvulo e semente,

continuidade, na vida que se prolonga, noutra vida, mesma gente,

harmonia que se busca... mesmo com adversidades,

tumultos inauditos...

cruentas realidades, valores bem queridos que se transmitem,

aceitam, renovam, fortalecem,

 

sociedade perfeita que s´inova... mais completa... mais s´ajeita,

vida velha, vida nova,

 

sentimento mútuo que fortalece... origem que não esquece,

se recorda com emoção... mesmo depois da separação,

 

nossa sorte... companhia que s´eterniza,

numa aparente morte...

distanciamento, choro, lamento, ausência que perdura,

período de calmaria, doçura,

 

ameniza... quando s´entende,

fruto do ventre,

junção com a semente, amor dum pai, mãe que se revê,

mesma vida, mesma gente, OLHAR distante que TUDO vê,

 

prevalece entendimento... choro prolongado,

logo após desaparecimento, mantendo recordação dentro do meu bastião,

 

subtileza da verdadeira vida... COISA grande,

tão simples, tão normal, acredito, sou igual,

mantenho-me como GIGANTE,

 

qual filho... recordando um pai, tão vivo,

como quando vivo,

referência que não s´esvai,

 

acredito no amor... acredito noutros MUNDOS,

paralelos, tão perto, na delicadeza dum insecto,

na beleza duma flor, na caducidade aparente,

perenidade que s´ambiciona,

 

quem não deseja,

quem não sonha (?)

 

acredito na tarde bela... tão calma, doce visão,

quase dou, como certo, reafirmo minha crença,

quando avalio tanta perfeição, mesmo que o corpo desapareça,

 

más experiências... falhas gritantes,

quanta aversão, alguns extravagantes,

 

tão curtos d´espírito... escassos cultos,

aberrantes, quantos luxos, há sempre um senão,

 

humanidade que se desumaniza... quando inferniza,

quando trai, quando calca,

estarrece memória do pai, quando destrói, quando mata,

 

perante QUEM observa... quanta reserva,

quanta injunção nos é imposta,

nos diminui, tanto desgosta,

 

seres UNIVERSAIS... extraterrestres distantes,

semeadores d´outras vidas, alquimistas,

decerto,

aperfeiçoamento que tarda, tão longe, tão perto,

 

vida que se renova... momento aparente,

apagamento calculado,

pó que se dispersa, estrela q´aglutina,

energia tão vasta, filho permanente,

pai sempre presente,

 

acredito no amor dum pai... na mãe que se revê,

fruto do seu ventre, outra vida,

mesma vida,

chama imperceptível que s´esvai,

 

se junta, quando s´apaga... não desaparece, antes, fortalece

lá longe,

estrela distante para onde vai,

 

energia possante que se junta... débil força que somou,

s´agiganta, sempre se lembra

parece que nos deixou, como corpo, como gente,

tão pertinho, tão presente,

 

sob observação de QUEM nos vê... experimentação,

aperfeiçoamento, com tanta imperfeição,

neste agreste turbilhão,

 

sem jeito, mordazes, cruéis... malditos, quando nascidos,

não foram queridos, desperdícios apenas,

sobras estranhas, dejectos,

tão perto,

 

acredito no amor dum pai pelo seu filho... no enlevo duma mãe quando, nele, se revê,

fruto do seu ventre, na renovação,

na perenidade, minha verdade,

 

MUNDOS paralelos, experimentações... SUPÉRRIMOS alquimistas,

longe das vistas,

quanto cultos, bem ocultos,

quantas versões,

 

imenso montado... invernia fria,

ventosa, galho com bolotas, vergastadas,

caem mortas, inanimadas, no chão,

 

arrastadas por águas... terras lamacentas,

eis que s´enterram,

jazem, quase esquecidas, o tempo passa mas,

não esquece,

na altura própria, eis q´aparece,

 

rebento tímido... incrédulo,

é o destino, tão lento, empurrado pelo vento,

vai crescendo, bolota morta, se transforma em chaparro,

mais adulto, tal como o pai,

nele se revê, não cai,

 

se derruba, s´enterra, não t´agarro,

vida, sempre a mesma,

quando s´aferra, assim reparo,

 

creio no amor dum pai por um filho... no enlevo duma mãe quando, nele se revê,

fruto interior, CRIADO no ventre, semente, junção,

renovação,

 

ressurreição, d´entre os mortos... vida para lá da vida,

espíritos sem corpos,

momentos escassos,

presença, aqui ao lado, na nossa mente,

quanta, quanta gente,

SEMPRE viva, SEMPRE presente,

cálculo meu, débil SENTENÇA!!!... Sherpas!!!...

 

05
Mar16

... tão longe me... vais ficando!!!...

sherpas

... muito antes da mecanização, quando trabalho rural era feito à mão,

utensílios vários, para cortar, cavar, semear,

malhar sementes na eira, separá-las da sua envoltura,

utilizando força de muar...

 

carro que transporta, mui rudimentar, costado de quem carrega, braço q´empunha

forquilha que levanta, iça...

suor que inunda o rosto,com vigor,

sem preguiça,

 

 

desde o nascer ao pôr do SOL, tanto d´Inverno, como em AGOSTO,

chuva, frio, panais estendidos no chão...

grande varapau com que batia oliveira, varejão, creio, serrote,

quando na poda com escada ou escadote,

 

acumulação de palha em grandes almearas, almeadas, antes de guardadas em casões,

latifundiários regalados, no clube chique da terra,

na esplanada ou dentro do café,

canseira, acompanhada de lamentos, tipo choradas, canções,

mais vivazes, alegres... momentos,

 

aquando da ceifa, da sementeira, plantas nefastas, com sacho,

devidamente cortadas, eram ranchos coloridos,

fainas duras, tempos bem sofridos...

qual plantio de algodão, na Geógia americana,

escravos vindos d´África... cânticos com que abafavam escravidão,

tanta gente q´engana,

 

filhos sem carinho, brincando, na rua, na casa vazia, bocado de pão na mão,

navalhinha a preceito, cortando conduto parco,

azeitona vinda do rabisco... num pretérito IMPERFEITO,

 

pés nuzinhos no chão, ajuntamentos, grandes bandos,

na rua da vila, da aldeia...

enquanto o filho do rico se recreia,

amas para toda função, amamentos, bibes, compras, acompanhamento,

meu recordar, meu pensamento,

 

quando criança, também, privilegiado como era,

filho do comerciante da terra...

meus companheiros, tão queridos, mourejando nas planuras imensas,

tanto nos campos, como na eira,

junto d´oliveira robusta, quanto sacrifício, canseira,

 

braços vigorosos, costado, físico bastante usado,

como empregado, como criado...

para recados, curtas tarefas, acompanhando a dona nas rezas,

 

fazendo rendinhas, enfeites, limpando o que os outros sujam,

criando filhos alheios, sorriso na prestabilidade,

quando lembro... curiosidade,

 

padrinhos da filharada, mal comidos, mal pagos,

sempre c´a boina na mão... servil, humilde, educado,

mandado para todo o lado,

 

muito antes da mecanização, falando das sementes,

do tempo...

convivendo no clube d´afeição, conversando, na esplanada,

usufruindo, sem fazer nada,

 

passa o doutor, passa o padre, confissão, na hora certa,

quando o calor aperta,

mantinha do pobre que não desperta,

enquanto o que fica... sofre,

 

refreado pela autoridade, antes do SOL nascer, já escuridão total,

regressado ao lar,

cansado...

não dá pelo entorno, usado, quanto trabalho braçal,

 

puxando rédeas de carros, carretas, carregando fardos bem pesados,

forquilha na mão que iça,

com vontade... sem preguiça,

 

copito na tasca com amigo, mais alegrote,

sofrido...

filhos, quase sem abrigo,

 

pézinhos nus, no chão, corrida, em bandos alegres,

ranchos de mondadeiras,

bem vistosas... tão leves,

 

ainda moçoilas jovens, bem abrigadas do SOL,

enquanto na eira ampla, almearas ou almeadas,

separando sementes da palha...

 

chega a casa, cansado, com ira, zangado com algum filho que desmanda,

ameaça...

não se zanga,

pensa na compra que não faz,

serviçal, não capataz,

 

guardando gado tão diverso, retalhando carnes que não come,

passando agruras... tanta fome,

 

fazendo habilidades com o que tem, terra de cheiros,

sabores...

poucos são os que desertam,

quando avisados, quando despertam,

 

meu ALENTEJO lonjano, terra milagre, tanto engano,

latifúndio que mantém... pouca valia, vencimento,

moedas tão escassas, pagamento,

 

tão apagado, humilde, frente ao patrão,

cortando conduto no pão...

navalhinha sempre a jeito, bicicleta, grande luxo,

busca por aqui, vai ao brejo,

alguma coisinha para casa, quando o sinto, quando o vejo,

ainda o lembro,

 

tão longe me vais ficando, quando o bebo, quando o como,

nesta tarde quente d´Outono...

Primavera tão colorida,

que cheirinho que m´encanta, minha doce recordação,

serviçal, boné na mão,

 

muito antes da mecanização, livro d´assentos na loja,

dívida concertada, combinação,

privilegiado, meu irmão, pézinhos nus... no chão,

 

vida difícil d´outrora, na forquilha,

pesado fardo que s´iça...

lembrança que, tão longe, me vai ficando, quantos fardos d´agora,

aos ombros dum POVO que chora,

 

tão servil, humilde,

perante...

 

naco de pão na mão, conduto cortado c´a navalha,

triste de quem sofre, TANTO trabalha...

alguns com tanto,

com TUDO, bastantes sofridos... sem nada!!!... Sherpas!!!...

 

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