... enfim...
Todos diferentes, todos iguais,
todos iguais mas, outros mais...
seres tão complexos e diversos, animais tão esquisitos no pensar,
de cores diversas e dispersos
por locais... onde têm de habitar,
nascidos da mesma maneira,
duma mãe que os concebeu, burguesa, operária, rameira...
frutos dum amor que morreu... dum amplexo, duma união, dum comungar, duma paixão...
ungidos, logo à nascença, pelo estigma da diferença, no berço que os acolheu,
de rendinhas e bordados, no colo que os recolheu,
vazio, o dos desgraçados, de quem nada tem para dar, de quem está nu, desamparado, aqui e em qualquer lugar...
esquecido, posto de lado, por falta de todos os meios, embora parecido com os tais...
os fartos, os que estão cheios, os diferentes, os mais iguais,
os que só pensam no bem estar, no que o dinheiro proporciona,
no vestir, comer e gozar... dentro e fora da sua zona,
esquecendo, quase por querer... os explorados e ignorantes,
os que se fartam de sofrer,
os calcados, como dantes... pelo sistema, pelos interesses...
dos que não querem abdicar, das mais valias, das benesses,
que não querem partilhar, com a multidão de irmãos...
tão diferentes, tão iguais,
que, estendendo suas mãos, vão morrendo, mais e mais...
esfomeados, escorraçados,
esquecidos ou ignorados... num Mundo materialista, dominado pelo dinheiro, matéria infecta, pouco altruísta, mal maior e primeiro,
mentes curtas, obtusas, sem sentimentos, confusas... dos tais seres complexos e diversos,
egoisticamente imersos em mesquinhas e vãs ganâncias,
matérias bem palpáveis, em doses grandes, abundâncias...
pouco valor, não duráveis... porque a vida é passageira,
virtualmente ilusória... tal como os bens, o dinheiro, jactâncias de curta memória,
tanto se dão com o primeiro, como com o último da história... neste tão grande carrossel, nesta existência imparável, neste tão veloz corcel, desta era incomparável!!!... Sherpas!!!...