... horas mortas... horas tortas!!!...
sino que canta as horas, lá no alto da igreja, no campanário das notas mortas,
quando caídas, perdidas,
não há mal que se não veja... ao longo da vida que passa,
quando tudo se tem, sobeja,
quando nos falta a razão, passeando, com indiferença,
não dando... com intenção,
sem esperança,
sem crença, não abrindo a nossa mão, ao transeunte faminto,
não alimentando a ilusão, ao indigente, sem abrigo...
sôfregos, inertes, cegos, tratando-o como amigo,
concentrados no inútil, fúteis, passageiros,
tal como as horas, quando caídas, inertes...
perante as lágrimas que vertes,
quando nos sentimos inúteis, sino das horas tortas
quando te não portas!!!...
igreja das alturas, com sinos que misturas,
avisos, notas soltas, alertas com farturas, quantas tristezas, amarguras,
à medida que o tempo passa, anunciando alegrias, horas,
desgraças...
numa mistura disfarçada, avisando os que não dizem nada,
os ignorados do Mundo, calcando, colocando no fundo,
os que são postos de lado...
flores sem viço, murchas, espargidas... abandonadas,
plantadas sem feição, com desprezo calculado,
suas vidas diminutas, ao som das horas mortas,
horas tortas... quando te não portas!!!...
cruzes de martírio, sofrimento, sinos que soam,
que entoam...
sinais débeis, encantamento, avisos constantes,
gritantes...
quando tinem, quando soam, sons cristalinos, vibrantes,
mais indolentes, quase mortiços,
espaçados... compungidos,
bem distantes dos festivos... ainda os que são repetitivos,
anunciando o tempo que voa, as horas que vão passando,
quase despercebido, quando soa, sino das horas mortas,
já caídas, quando inertes, horas tristes, bem tortas...
perante as lágrimas que vertes,
quando, com indiferença te não portas,
te culpas, te pervertes!!!... Sherpas!!!...