16
Jun05
... poetas do... passado!!!...
sherpas
mortos de fome, cansaço,
esquálidos abandonados,
os poetas do passado,
mui lembrados, devassados,
viveram de meras quimeras,
de sonhos, de fantasias,
de românticas primaveras,
de plenos amores, alegrias,
por alturas da mocidade,
na pujança das suas vidas,
quando, usando a liberdade,
descreviam, com verdade,
em páginas, bem preenchidas,
paixões, mortes perseguições!!!...
com desamores e ciúmes,
todo um rol de razões,
que os não deixavam incólumes,
nos seus julgares de momento,
nos seus pensares profundos,
usando o sentimento
que os mantinham mudos
obrigando-os a descrever,
na rima dum soneto,
duma canção, dum poema,
para quem os pudesse ler,
tentando amar fazendo sofrer!!!...
provocando qualquer trejeito,
originando um som um fonema,
uma atitude, qualquer jeito,
indiferença, apatia,
pelo que, na sua concretização,
provocou gozo, deu alegria,
elevou a alma, deu emoção,
essa doce, feérica poesia,
com vilanias, grandezas,
do que se viu durante o dia,
do que se imagina, na gente,
do que se cria, do que se sente,
do que mais nos aproxima
daquele Ser daquele Ente!!!...
que fica bem plasmado,
o que se grava no papel,
o que, depois de bem pensado,
fica escrito, bem gravado,
como, numa pedra qualquer,
com um afiado cinzel,
com a tinta dum pincel,
numa tela, num pastel,
numa aguarela esbatida,
bem pintada, bem sofrida,
noutra arte diferente,
doutro modo doutra maneira!!!...
esquálidos, mortos de fome,
abandonados os do passado,
poetas mortos, cansados,
gente que escrevia e não via,
satisfeitos, seus apetites,
bem carnais, bem banais,
como os outros, como os mais,
esfomeados bem tristes!!!... Sherpas!!!...