11
Jun05
... praia... com faina!!!...
sherpas
um marulhar constante,
um balançar permanente,
uma subida inquietante,
uma descida que se sente,
uma sucessão de marés,
um embevecimento fugaz,
a areia aos nossos pés,
o frio que a água nos traz,
uma brincadeira, um namoro,
uma rapariga, um rapaz,
uma gritaria, um choro,
um jogo que se não acaba,
um afogado um socorro!!!...
um perigo que se não trava,
uma rede que se entrelaça,
umas mãos rudes, agrestes,
um dia que acaba, passa,
um banhista, as suas vestes,
um barco, no seu regresso,
que despeja o seu pescado,
da tristeza, o seu inverso,
pela apanha, pelo achado,
pelo dinheiro que, imaginam,
lhes poderão proporcionar
àqueles que ali terminam,
que acabaram de pescar!!!...
ouvindo o surdo marulhar,
constante bem ritmado,
cheirando aquele mar,
os banhistas rodeando
aquele ponto, naquela areia,
aquele barco, aquela rede,
quase vazia, meio cheia,
que se estica, que se estende,
que se limpa, que se enrola,
tirado o peixe, que se vende,
por um tostão, por uma esmola,
num final duma jornada,
quando o sol se vai escondendo,
um pouco dura, bem molhada,
num dia que vai morrendo,
numa praia, no litoral,
entre marés tão constantes,
neste País, em Portugal,
nestes minutos nestes instantes!!!... Sherpas!!!...