07
Jun05
...clausura... forçada!!!...
sherpas
não, não é eremitério,
tão pouco cemitério,
nem pensar em clausura voluntária,
em morte suicida, provocada, como alimária,
irracional, na bestialidade,
pura verdade,
tal o sossego, a afastamento,
puro recolhimento,
protecção,
morte momentânea, solidão,
cada rato, no seu buraco,
por grupos, por agregados,
protegidos, abrigados,
bem longe da agressão,
dos raios solares, implacáveis,
quentes e feros indomáveis,
por aqui, na planura, interiorizada,
mais que parada,
desertificada,
pouco nada feérica,
sem encantamentos, sem mágica!!!...
terra de encantos tamanhos,
tão causticada, pela incúria, pelo abandono,
pelos fenómenos atmosféricos,
terra de muitos enganos,
com excesso de calor túmulo de sonos,
sestas e sornas,
preguiça que se atiça,
ao longo de tardes quentes, mornas,
ao invés do Estio,
na Invernia, com frio,
calores esotéricos,
no conchego da lareira,
chamas que brilham, encantam,
irmanam,
fazem recordar, apagar o televisor,
sentir uma morte, uma falta, uma dor,
uma lágrima que cai,
um fantasma que sai
do fundo das nossas recordações,
fantasmas perenes,
presentes,
emoções nunca ausentes!!!...
vivemos arrecadados, ao longo do dia,
em comunhão, em união,
pelo calor, pelo frio,
no Inverno, no Estio,
partilhando amor, segredos nossos medos,
esperanças remotas,
notas soltas,
sem muitas entregas desconfiados,
quando nos tramam,
quando nos enganam,
com outras escolhas, que não as nossas,
causadoras de tantas mossas,
feridas e chagas,
como as dum Cristo crucificado,
nossa culpa, nosso pecado,
em clausura, por escolha própria, não por usura,
que fartura,
para aqui fechado mais que abrigado!!!...
valham-nos as madrugadas,
as noitadas bem prolongadas,
junto de casa, numa conversa de esplanada,
sem jeito, desvairada,
sem assunto, falando de tudo,
falando de nada,
das coisas deste Mundo!!!... Sherpas!!!...