... tempo de... calor!!!...
tempo de pavor, calor em barda,
não se ouve uma alma,
dia que não passa, noite que muito tarda,
as horas, lânguidas, esparsas,
mal soam, mal se sentem,
mornas, quentes, preguiçosas,
no cimo das torres...
quase se não ouvem, lentas, arrastadas,
mal pressentidas, mal contadas,
caem uma a uma, indolentemente,
tal como a gente,
que se esfuma, no refúgio,
no interior das casas, buscando abrigo,
fugindo ao horror, a este castigo,
intenso calor!!!...
o Alentejo, é de extremos,
no Inverno, com frio, no Estio...
como sentimos, como sabemos,
um grande mau estar, nas vidas que param,
que se arrastam,
por vezes, um ter de ser um calhar,
às vezes carro que soa, no enevoado de sonhos e penumbras,
corpo estendido, que se separa voa, numa sorna que se goza,
olhos cerrados, outro sossego, outra prosa,
numa sesta, apetecida,
desejada, pedida,
numa tarde quente, abafada,
existência ausente, inexistente apagada,
um ter de ser,
por querer!!!...
de madrugada,
pela fresquinha, com claridade apenas, brisa agradável,
quando soprada de norte, despertos, sem sol,
ainda envergonhado, pelos castigos, com que nos assola
duras penas... é sempre, uma boa morte,
no fim do dia, escondido...
deitado, desejo de quem foge aos raios cruéis, implacáveis,
na hora da calma, do pavor, intenso calor, momentos nada agradáveis,
que... se não enfrentam,
que se desperdiçam,
quando as pessoas preguiçam,
refugiadas, escondidas, numa sorna, numa sesta
que se acerta, num sono reparador,
pleno de modorra, de quem conhece,
de quem pára, de quem morre, todos os dias sem pachorra,
de quem não corre... quase não come,
tanta incomodidade sente, pelo calor,
imenso pavor um horror!!!...
é assim, no interior, sem praia, sem brisa com muita calma,
temperaturas elevadas,
um primor, para quem gosta,
para quem aposta,
para quem usufrui, seja onde for, sombra benfazeja, água de rio, de piscina, refresco que conforta,
gelado que atrai, estratégia que se não ensina, que sabe bem, que nos conforma,
quando se sai, espavorido mais que afogueado,
cai, que não cai, suando as estopinhas, um ter de ser
um calhar,
duras penas, as tuas, as minhas, com um sol de rachar!!!... Sherpas!!!...