... somos... nada!!!...
… quantas vezes paro, penso, dentro do templo, olho todas as imagens,
reparo no centro, canto gregoriano perceptível
se espalha de mansinho...
bem audível,
talha doirada, tão trabalhada, barrocos ou bizarros
apelativos, cruz que se projecta,
somos nada... dor que nos afecta,
converso com quem está representado... não sendo crente,
curioso me sento,
introverto, recordo momentos, falo para dentro,
não rezo, vou desaprendendo o que sabia,
como pensava...
como fazia,
ainda criança, educado nesses moldes, espírito de pais, educação cristã,
mente mais jovem... vida mais sã,
menos complexo, saberes mais curtos, figuras, vultos,
exemplos diminutos, consciência que me alerta,
experiência de vida, olhos abertos... dados concretos,
comparação que desperta,
fúrias, ventos, fantasmas que fogem, encontros, desilusões,
assombrações...
efígies que se dissolvem, casa esquecida,
fuga desabrida,
amplo o recanto, abóbada já gasta, arcos góticos,
finos rendilhados... ateus, agnósticos,
relíquias que me agastam, me prendem, afastam,
santos, santas, missas, rezas, às páginas tantas, quando não professas,
me recolho, absorto...
tão livre, tão solto,
respeitando o momento, espalhando meus olhos,
sem padres, nem freiras... vidas inteiras
que tanto prezas,
loucuras, juras... mentiras bem duras,
sentado no templo, olho, converso, introverto…
confesso!!!... Sherpas!!!...