... palavras... escritas!!!...
... o acto de escrever, em si, é comunicação, entendimento
entre seres que julgam, introvertem, partilham,
comungam...
dessa habilidade com um fim, experimentando, como diversão,
enovelando termos novos, confusos...
busca incessante duma definição,
clarão mais pertinente, rasgo raro, luminoso,
estrépito,
som de vulto, fragoroso... novel forma de manifestação,
descoberta que se tem, temporária sensação,
sinais trabalhados na proveta do pensamento, conversão em traços, espaços, vírgulas e pontos,
imagens vividas em profusão...
acontecimentos que nos entram pelas janelas que temos,
olhos abertos em permanência, aglutinação depois da afluência,
esmagamento em almofariz...
do que se vê, do que se ouve, do que se diz,
fértil imaginação, sem fabricação extemporânea,
casuística, oportuna...
descrição que aflui, nos esmaga, porque rói,
se traz guardada, funda,
algo estranha, profunda...
necessidade que chaga, fere, amolga, dói, incomodidade permanente,
que se transforma, num repente, dádiva de tanta gente,
aventura que se vai contando na escrita que se alinha,
nos sinais com que se traça...
tudo aquilo que passa,
experimentando, num acto que se torna hábito,
grafismo que se torna escrita,
imitando, sentindo manifestação invicta...
estando sentados, fugindo,
quem cria, depois de criado, evolução que nos foi dada,
por quem desdenha, não sendo amado,
mortal perdido nas trevas numa busca insana, frutuosa,
sorte incerta, desditosa...
contributo inestimável, no campo de tantas artes,
recantos humildes... tantas partes,
na ponta dum pincel, nas linhas de qualquer papel,
no bico aguçado dum cinzel...
na carne que se transforma em alimento, como norma,
no vegetal que se multiplica, na ave que se mata, come,
no peixe que se escama, se deglute, se ingere,
nas vestes que nos arroupam, nos enganos que nos propomos,
fazendo aquilo que somos,
nos mortos que se não poupam, nas guerras ferozes, bárbaras,
guerras com arte, matanças...
quantas novelas, mudanças,
acumulações, simples aparas... existências que deixam marcas,
riscos, arabescos
diferentes, escurecidos, frescos,
graciosos, ridentes, cinzentos,
passagens, pegadas... momentos,
acto, como experimentação, alocução inebriante,
incitamento de quem lê, escritos mais pensados, escusos,
não poéticos,
disfarçados pelo mal que encerram, hipotéticos,
quando gritam... quando berram,
provocando agitação,
confrontos medonhos, perversão,
enganos na multidão, não são do coração,
espécie de maldição...
adulterando o que há de belo, gerando ódios, confusão,
antípodas de qualquer anelo!!!... Sherpas!!!...