21
Mar05
... na alameda... de robles!!!...
sherpas
céu carregado, sombrio, sem pio,
natureza morta, cinzenta sequiosa,
alameda de terra batida, ladeada de robles velhos, pesados,
folhas esparsas, secas, estaladiças, muito frio,
desconcerto, inverso dos tempos, mudados,
perdidos, confusos abandonados,
rumos sem destino, passadas calculadas, pesadas,
finco os pés no chão duro, levanto poeira,
nuvens extensas, prometedoras, paradas,
caminho pela tarde, junto a uma ladeira,
débil verdura, poucas cores, escassas!!!...
pensamentos vagos me assolam,
me reduzem, me imolam,
persistentes, no meio daqueles gigantes,
de ramos erguidos, desfolhados, sedentos,
madeiras nobres, já no tempo dos navegantes,
companhia excelsa, de vinhos carregados, sangrentos,
nas adegas da quinta, com suas pipas desconformes,
volumosas, plenas enormes,
alinhadas, naquele sombreado húmido, constante,
implorando a todos os Deuses,
numa plegária insistente, irritante,
promessas, oferendas tantos meses!!!...
esperança que desvanece, esmorece,
que se esvai que esquece,
na alameda, sem destino, pelo meio dos robles,
numa tarde pardacenta,
pisando forte, olhando, sem ver,
nuvens carregadas, atmosfera cinzenta,
natureza morta, parada sem chover!!!... Sherpas!!!...