09
Mar05
...desculpas!!!...
sherpas
uma inquietação,
uma tão grande confusão,
baralhamento de ideias
me assaltam, em profusão,
me tornam arisco confuso,
falo com raiva, sem peias,
contradigo, recuso,
dos outros, as panaceias,
para meus males que aprofundo
e, sem qualquer razão,
no meu íntimo, obtuso,
formo sonhos de ilusão
que transformo, que componho,
numa amálgama de paixão
que a mim próprio imponho!!!...
transfiguração,
num ser tão abjecto
p´rós outros, pouco correcto,
que, por inspiração,
me coloca na prisão
do meu ego, meu sentimento,
coração aberto,
me dou, num momento,
ao papel, num acerto,
onde me debruço e escrevo
o que, comigo converso,
e que, no fundo, cá dentro,
trago, corrói e levo
sob a forma de verso!!!...
justificação,
de tamanho desacerto,
do humano, sem razão,
que magoa os de perto
que alivia escrevendo,
usando mais o verbo,
enquanto vai vivendo,
do que a língua viperina
que, como tal desatina
chega a ofender
os que, por tanto querer,
gostaria de não maltratar!!!...
por tanto os amar,
preferiria morrer
sofrer a bem sofrer!!!...
só lhes peço compreensão,
para me entenderem.
verão que me dão,
sem tão pouco o quererem,
um pouquinho de solidão,
que me é um bem necessário,
é esse o meu calvário,
porque falo mais para dentro
onde guardo, enfrento
meus demónios fantasmas,
das muitas e muitas almas,
que, comigo, coabitam,
me acompanham e guiam,
nesta enorme agonia,
a vida do dia a dia,
com dor, morte alegria,
numa tão grande panóplia,
que me confunde inebria!!!... Sherpas!!!...