... imperceptível!!!...
impercetível,
tão integrado,
observando, atentamente, em meu redor,
silêncio cortado por cicios melodiosos,
vale encantado,
ribeirinho que segue seu caminho,
ranúnculos amarelos que brotam da terra húmida, com medo,
murmuram, entre si, quase em segredo...
crescimento lento, entre outras herbáceas,
mesmo à beirinha da água cristalina, verdes, tenros, débeis,
harmonia plena,
pequenos insectos que esvoaçam,
natureza com seus pincéis,
uma que outra flor que compõe,
pintura, profusão de cores...
cheiros, sabores,
pipilar duma ave que poisa, depenica,
acaricia, volteia, rodopia, gorjeia
retina plena que me incendeia,
visão espantosa, maravilha perdida, pequeno vale,
existente,
quantos odores...
rastejante, réptil colorido, em busca de presa,
sinto receio, alguma surpresa, rã que coaxa, desprevenida,
num ápice, foi comida,
lei da vida, sobrevivência,
maior valência...
faço por não existir,
presença cautelosa, atento,
olho, aprecio... comparo, acaricio,
encho meus pulmões de ar matinal, sem ruído,
um verme que sai da terra e... logo s´enterra,
uma vespa exploradora que passa,
a água corre, a água vai...
que graça,
pequeno peixe que espadana, assoma,
mergulha,
raio de sol que o benfazeja, transparência,
frescura,
brisa que sopra, revoar das folhas de árvore próxima,
folha que cai,
mais um pontinho no atapetado daquele chão,
fica bem, formiguinha que sai,
mordisca, esforço imensurável,
tentação,
inopinadamente,
a cena perdeu o colorido,
nuvem que cobre o astro-rei...
deixa cair umas lágrimas esparsas,
grande choradeira, na certa, noutras paragens,
finjo que não existo,
como gente,
devagar, devagarinho,
sem deixar pegadas minhas,
retiro-me daquele pedacinho de paraíso,
reconfortado, agradecido!!!... Sherpas!!!...