... restos e... rastos!!!...
manhã calma, vida prossegue sem sobressaltos,
humildes aguardam boas novas, vila tão conhecida,
estreitas, as ruas...
tão sós, sem som, tão nuas
no pavimento, alguns buracos, passeios escassos,
despertos, bem cedinho, apressados, reparas, não reprovas,
os que resistem, ainda moram...
tarefas que vão cumprir, trabalhos, não foram embora,
gato indolente naquela esquina, olhar manso, alguns tugúrios que são refúgio,
cão vadio, esfomeado, que vagueia...
espaço quase desértico, canteiro, sem flores, remedeia,
tão vazio, tão vazio,
carências deixaram marcas profundas, cumprimento que semeio,
descanso, quando encontro, espreitando o sol, sentada no poial,
gente de bom coração, já velha, compreensiva,
tão viva...
delicada, compreensiva, agradece, retribui, sorrindo,
matinal, repetitivo, quase igual, passeio que me preenche momento,
indo, indo...
muro antigo, buganvília q´espreita, derramando seus cachos,
incolores...
suas sedes, suas flores, suas dores,
quase seca, receia,
rasgão em parede secular, falha na caliça, decrepidez, voragem do tempo,
inclemência, vaso sofrido, sem begónias coloridas,
restos, rastos, feridas...
não regado, entristecido,
flor garrida, alegria d´olhos, apontamento, lá no alto da janela,
recreio, entretenimento, cuidados mil, mal o SOL desponta, já noitinha, antes da deita,
pintura a esmo,
deleita...
pombos esvoaçam, poisam, depenicam, revolteiam de telhado em telhado,
folha amarelecida, morta...
tapete de rua, ali, à beirinha daquela porta,
não é minha, não é tua,
caminho que sigo, pensando no passado,
saudosista, esperançoso, envelhecido,
gastando sapatos com que piso...
saudando, quando encontro, tufo de malvas a um canto,
ervas diversas que despontam, não pisadas, crescem,
quando desenvolvem,
aparecem...
hábito de sempre, bem antigo, utilizando, com frequência,
palavra amigo,
decência...
conhecido, desconhecido,
sorrindo... sorrindo,
afastando negrura do meu percurso, tormento dos mais sofridos,
estando presentes,
quantas gentes...
sentes tantos vivos, atalhados, escorraçados, mortos,
mentes,
corpos...
folhas d´árvore imensa,
que não pensa... não pensa,
floresta que nos resta, devastada, raiva, fúria, egoísmo,
casa do rico, miséria como alicerce,
condição, plebeísmo...
não cresce,
mirra...
ensandece,
porta saída dos gonzos, alquebrada,
sem rosto, quase apagada,
triste entrada...
sujidade que se prolonga, degraus esconsos, casa arruinada,
amparada, na rua, pelas vizinhas,
não é lar, quase apagada,
quase apagada...
borracha que por ali passou, desinteresse, estória, anos,
anónima que s´aguenta,
já não entra...
já não sai, está,
como está...
qualquer dia cai,
amontoado do que já foi, pedras, caliça, adobe,
remota construção,
foi ilusão...
pouco... MUNDO louco,
nada sofre,
banco envelhecido, não usado, esquecido, desconforto, sem apelação,
num largo q´ainda se detecta,
arvoredo denso, fonte seca,
estrutura singela... antiga tela,
água não corre, situada bem defronte,
imaginação...
criatividade, entrega, na sua construção,
matava sede do pobre, tempo inclemente,
extinção que s´avizinha, outro trajecto, substituição,
evolução...
sítio de tanta gente, outra geração,
degradação que queda, casco nobre, raiz dos que fugiram,
foram...
parte velha que se quebra,
porta mal presa nos gonzos, caliça, muro gasto, flores sem cuidado,
canteiros, ervas que surgem, em tufo,
gato vadio, cão faminto,
indo eu,
indo... Sherpas!!!...